Trago à discussão duas noticias que li ontem ao fim do dia e que me relembraram este post:
Impunidade entre condutores Portugueses
https://rr.sapo.pt/noticia/135578/aumentou-a-impunidade-entre-os-condutores-portugueses-alerta-prevencao-rodoviariaUm entrevista a José Manuel Trigoso (Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa) e que diz a determinada altura:
“Quando vejo que em 2017, ano em que aumentaram o número de mortos, feridos e acidentes com vítimas, houve uma redução superior a 20% do número de autos graves e muito graves levantados e quando vejo que as decisões sobre esses autos baixaram estrondosamente, o problema da sinistralidade não se concentra no Natal, Ano Novo, Páscoa e no Carnaval. Aumentou a impunidade, claro.”Extinção da Brigada de Trânsito
A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda vem referir que a extinção da Brigada de Trânsito da GNR .
https://rr.sapo.pt/noticia/135534/associacao-da-gnr-diz-que-acabar-com-brigada-de-transito-foi-erro-crassoPara a ASPIG, a extinção da Brigada de Trânsito foi o resultado de “uma decisão política imponderada e desprovida de adequada informação”.
Extinta em 2009, a Brigada de Trânsito deu origem à Unidade Nacional de Trânsito e aos Destacamentos de Trânsito dos Comandos Territoriais.
Posto isto ainda visitei o site da GNR onde é feito o balanço da operação Natal Seguro:
http://www.gnr.pt/noticias.aspx?linha=10492Deixo a lista apurada por este força policial:
Durante a operação, a GNR, efetuou 218 detenções e registou 6 912 infrações, destacando-se:
• 304 por condução sob a influência do álcool, das quais, 144 com taxa crime igual ou superior a 1,2 g/l;
• 25 detidos por condução de veículo sem habilitação legal;
• 4 079 por excesso de velocidade;
• 408 por falta de inspeção periódica;
• 263 por anomalias nos sistemas de iluminação ou sinalização;
• 202 pela incorreta ou não utilização do cinto de segurança ou de sistemas de retenção;
• 189 por utilização indevida do telemóvel durante a condução;
• 126 por falta de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
Desculpa companheiro Ferro e restantes companheiros que participam/leem este post, desviar o assunto do uso do telemóvel e dar-lhe outra direção mais generalista, mas penso que tudo esteja relacionado (como naturalmente todos sabemos).
Penso que não é uma questão de ignorância tuga (também concordo que a há) mas é mais grave do que isso: é o sentimento de impunidade que graça pelas estradas fora. E mantendo-me exclusivamente no uso do telemóvel na condução:
Quantos de vós não assistiram já ou vieram alguns metros/kms atrás de um carro com um comportamento irregular e com o condutor a olhar para o colo com um telemóvel nas mãos?
Será que é ignorante? Ou será que pura e simplesmente não quer saber?
Reparem na listagem da GNR.
25 detidos por conduzirem sem carta de condução. Imaginem num cruzamento alguém não parar quando vocês vão a passar ou pior ainda 126 por falta de seguro. Vai-se parar ao hospital ou à morgue com que garantias? "Mas existe o Fundo de Garantia Automóvel" (
https://www.asf.com.pt/NR/exeres/656C500E-29D5-4AB5-8126-244BECE76A4A.htm ) - Mais burocracias.
Reparem ainda nos números:
189 por uso indevido do telemóvel contra 263 por falta de sistemas de iluminação ou sinalização ou ainda 408 por falta de inspeção (isto também dava muito para escrever).
Se calhar o uso do telemóvel é a menor das nossas preocupações enquanto utilizadores da via.
Deixo à reflexão desejando desde já um Feliz Ano Novo sem acidentes, principalmente com alguém que não tenha seguro, inspeção ou carta de condução. E já agora que não venha ao telemóvel.
Nota: deixo uma nota final (desculpem): fala-se na caça à multa (que existe) mas... e em que condições trabalham estes profissionais?