Autor Tópico: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?  (Lida 5158 vezes)

Offline Sapiens21

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RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« em: 05 de Fevereiro de 2016, 17:26 »
RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?


Estive a reflectir sobre falar ou não deste tema e, conscientemente, acabou por prevalecer o sim, até porque entendo que é sempre melhor falar das coisas, mesmo que tenham algum potencial inflamatório (que não me parece ser o caso!), do que ficar calado e não discutir abertamente o que quer que seja.

É certo e sabido que um Recall (palavra inglesa que irei "dissecar" mais adiante), ocorre com regularidade e não haverá marca que não os faça, umas vezes anunciando-os através do importador de cada país e que por sua vez acaba por contactar os clientes...e noutras vezes e conforme a gravidade, pode provir directamente da casa-mãe e que através dos devidos canais internos, se encarrega de dar as indicações precisas que depois deverão ser seguidas pelos concessionários oficiais.

Ora um recall ou product recall, que traduzido à letra significa algo como "chamamento"/"recolha de produto", envolve em primeiríssimo lugar a confirmação de que existe de facto um defeito ou anomalia que carece de correcção e/ou substituição.

Depois de verificado aquilo que não se encontra conforme, é analisado o impacto na sua utilização, podendo ser dividida logo ali a questão entre urgente e susceptível de perigosidade para a segurança na condução, ou...com impacto diminuto ou mesmo inexistente, mas ainda assim a carecer de uma intervenção em concessionário oficial.

E um recall pode surgir com base em inúmeros aspectos:

- problemas de concepção;
- problemas de mecânica;
- deformação ocorrida com o tempo;
- fadiga inesperada do material;
- problemas eléctricos;
- risco de incêndio, etc...

Podem ser tão variadas as causas, que quase se pode dizer que ainda está para vir um caso diferente de todos os outros.

Casos há e não são assim tão poucos, em que é com base naquilo que é relatado pelos clientes e respectivos concessionários, que acaba por levar ao processo de recall, nomeadamente se houver diversos casos idênticos ou sintomáticos a sustentá-los.

Uma qualquer marca se decidir não o fazer, acaba por incorrer num erro que lhe pode custar ainda mais caro do que o próprio recall.
Aliás, é um risco demasiado grande, uma responsabilidade que pode tender para o foro criminal e que ao invés de esconder um problema, acaba sim por dá-lo a conhecer com efeitos ainda mais nefastos para a sua imagem.

Eu pessoalmente tenho encarado os recalls como algo absolutamente normal, aceitando ainda assim e naturalmente, que era bem preferível que nem sequer houvesse motivos para se fazerem...

Porém, há que perceber a existência de estranhas e complexas manifestações no material e que podem aparecer após 1, 3, 5 anos de utilização...ou somente em determinadas condições climatéricas...ou que só ocorrem perante determinadas situações muito específicas de condução intensiva...ou que se manifestam aos poucos e levando a um desagaste continuado mas não compatível com a tolerância do fabricante, etc..

E actuar é um sinal de que o cliente tem de facto importância! É pelo menos isto que eu tendo a acreditar...
Nada fazer, cruzar os braços e olhar para a palavra como algo a evitar a todo o custo, é algo que presentemente os fabricantes não colocam sequer como hipótese.

Por exemplo no mercado automóvel é algo que sucede desde há anos e, acredite-se ou não, nunca antes se viram tantos recalls, desde as marcas de fundo da tabela em termos de vendas, até aos grandes e teoricamente imunes fabricantes que ocupam os lugares cimeiros.

Desde um simples parafuso até uma troca de vários componentes, um recall torna-se não só útil, como também necessário e muitas vezes urgente.

A tolerância para o erro é cada vez mais apertada, o lançamento de novas propostas e materiais são uma constante e o mercado acaba por levar a que as marcas, por muito esforço e injecção financeira que façam, cometam alguns erros que por norma só o tempo acaba por revelar.

A ideia do step forward está sempre presente em termos de engenharia e tecnologia, tentando levar sempre a cada um de nós o seu melhor.
Mas o que é certo é que podem falhar pelos motivos que atrás referi, nomeadamente no processo de amadurecimento da ideia ou conceito...e aí terá de entrar em acção o dito recall!

Quase podemos dizer que foi o dinamismo do mercado e a cada vez maior exigência de cada um de nós, que conduziu a que as marcas se tenham "inadvertidamente" feito reféns de timings cada vez mais curtos.

Eu pessoalmente prefiro encarar a coisa de forma um pouco diferente e dividir a responsabilidade, ainda que em proporções distintas...ou seja, é verdade que exijo bastante e enquanto motociclista por um produto cada vez mais apurado e perfeito no seu desempenho e segurança, mas as marcas não deixam de procurar avidamente o retorno rápido do investimento feito na concepção do produto, socorrendo-se cada vez mais de grandes linhas de montagem em que o perfeccionismo (palavra com diferentes interpretações) varia tanto e de forma tão nefasta, que acaba por levar invariavelmente a que chegue à caixa postal um bilhete para fazer uma visita à oficina mais próxima...!

Offline Grandpa

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #1 em: 05 de Fevereiro de 2016, 17:40 »
Não podia estar mais de acordo.
Faço parte dos contemplados com um recall da Honda por causa de problema(s) detectado na Forza 125.
Apesar do inconveniente de ter que ficar apeado durante uma parte do dia, prefiro a ficar apeado no meio do Alentejo (eu sei que a Motodiana daria uma ajuda  _lol_ mas prefiro dispensá-la).
Porque o meu trabalho gira em torno da Qualidade e da Segurança considero muito salutar estas acções desenvolvidas pelas marcas, as quais para mim, assumem sempre um cariz de preocupação com o cliente - para alem da fidelização e da imagem da marca.
Como dizes e bem, há problemas que só são detectados com o uso (e a esses nenhuma marca está imune), mas felizmente há marcas que se preocupam em soluciona-los antes que ocorram acidentes.

Offline moto2cool

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #2 em: 05 de Fevereiro de 2016, 18:49 »
Todo o recall é sinal de problemas de qualidade e como tal merece censura por ineficácia do fabricante.
Dito isto não podemos branquear a falha de qualidade com habilidosas manobras de marketing que quase fazem parecer uma virtude este acontecimento. Também é verdade que o aumento de falhas tem a ver com a deslocalização do local de produção, logo a baixa de custos. Nas empresas, são avaliados economicamente os custos de não qualidade (entre eles o recall) e a probabilidade de tal acontecer e comparado com a poupança gerada. Quanto o resultado é positivo o fabricante assume a possibilidade de erro reservando uma verba para a sua correção. Por isso, o aumento de falhas decorre de uma escolha racional do fabricante e baseia-se também no baixo custo quando o cliente se depara com o problema, normalmente sem indemnização ( veja-se a VW que só quer pagar nos EUA).
Por isso, na minha humilde opinião, qualquer erro principalmente os mais graves, merece censura dos clientes.
Também concedo que pior seria existir um erro de produção e nada ser feito, nessa perspectiva o recall tem vantagens.
Mas termos que confiar no peso do mercado/clientes/ reguladores para detectar falhas e obrigar os fabricantes a corrigi-las. Quanto mais fraco for estes factor mercado/clientes/regulador, mais incentivos ao fabricante para arriscar. Na verdade o único elemento não controlável é o cliente, por isso é tão importante o marketing nestes casos. Se a Honda falhar e comprarmos Yamaha, da próxima Honda vai reduzir a probabilidade de falha ( as marcas utilizadas são apenas a título exemplificativo e nada significa, aliás falo da Honda porque estou super satisfeito com a minha máquina, logo sem suspeita).
Mas esta é só a minha opinião ;)
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Offline Sapiens21

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #3 em: 05 de Fevereiro de 2016, 19:27 »
Sim e não...  _pol_

Repara que colocar a tónica na escolha de materiais, ineficácia ou concepção do produto pelos fabricantes...e com isso dizer que a culpa só pode ser das opções tomadas, pode ter tendência a não revelar toda a questão.

Se é verdade e concordo perfeitamente que há marcas e/ou modelos em que é feito um corte visível no tipo de matéria prima e aprimoramento inside factory, já o mesmo não se pode dizer de outros fabricantes em que não se poupam esforços no processo produtivo e de escolha criteriosa de materiais...isto sem contar com os testes feitos antes de o produto chegar ao cliente, normalmente meses depois...

Dou como exemplo os Mercedes Classe C que arderam por problemas eléctricos e que não se tinham manifestado mesmo após dezenas de milhares Kms de teste, ou o caso dos Ferrari 458 Italia que arderam por causa de uma cola usada no fabrico...yep, uma cola!

Há coisas mirabolantes e que por mais esforço que seja feito, passam ao lado...ou só se manifestam anos depois.

Não acredito nem posso colocar sequer como hipótese, que uma marca coloque um produto no mercado já a contar fazer recalls daqui por 1 ou 2 anos. A verdade é que...bem...shit happens;)

Concordo e referi-o, que era preferível não haver recalls, mas há-os e com os avanços da tecnologia e rapidez nos processos de produção, não vai melhorar muito o panorama num futuro próximo...

Mas gostei de ler a tua análise global do tema, companheiro pcxcool.  _pol_
« Última modificação: 05 de Fevereiro de 2016, 19:55 por Sapiens21 »

Offline Grandpa

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #4 em: 05 de Fevereiro de 2016, 19:32 »
Pcxcool, em termos económicos o conceito que estás a defender é dificel de defender acho eu. Vou produzir a baixo custo assumindo um nivel efevado de falha e depois faço um recall a custo zero para o cliente? Não me parece.
Normalmente (vão matar-me) produzo com baixa qualidade se o produto final assumidamente é adquirido com a falta de qualidade ou se for espectável que a falha só surja após terminar a garantia. Maquiavélico.

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Offline las125

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #5 em: 05 de Fevereiro de 2016, 20:14 »
Caro Sapiens21, mais um tema interessante e bem exposto. Obrigado!
Não me parece que o mais barato seja o pior no capítulo da  fiabilidade.
A electrónica, a complexidade e a pressão do ritmo do mercado para novos modelos veio trazer problemas a todos e acima de tudo aos modelos de topo. Um mercedes ou bmw já não são o que eram nesse capítulo.
Mas vejo esforços evidentes em marcas como a KIA, a HYUNDAI, DACIA etc. a darem cartas nessa área.
Não vejo que sejam menos responsáveis os fabricantes na fiabilidade e segurança dos seus carros... quantas histórias ouvi de carros em que ficavam sem travões, ficavam sem comando de velocidades, caiam rodas em andamento etc. (aconteceu ao meu cunhado num corsa)...
Um recall é um sinal de um mercado bem mais exigente e maduro, com custos para o construtor. Mas imperfeições vão sempre existir. (uma vez comprei uma dobló novinha que nem do stand saiu - não funcionava o fecho central - mas foi o carro mais fiável que tive)
Somos mais exigentes, e bem, e os carros hoje são francamente melhores do que à 15/20 anos atrás.
 
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Offline Sanheiro

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #6 em: 05 de Fevereiro de 2016, 20:38 »
Relativamente a este tema já me tinha passado pela cabeça que é algo que nos últimos anos se tornou ou começa a tornar banal!

E acontecem porque não tem qualquer  repercussão para os fabricantes, porque no dia em que tiver, podem ter a certeza que muita coisa irá mudar.

Os fabricantes atualmente com a ansiedade de estarem na linha da frente e ao mesmo tempo conseguirem lucros consideráveis fazem com que a maioria dos modelos sejam lançados antes do tempo necessário para efetuarem todos os testes necessários.

E a minha convicção é a de que muitas das peças são feitas para durar um tempo determinado e por vezes as contas saem ao contrario, vejam a quantidade atualmente de peças que são consideradas consumíveis nos carros, quando á uns anos a traz eram peças para durar praticamente a vida útil do mesmo.

Yamaha X-Max 125:Mai/12 a Dez/15- 0km aos 87 000km - Honda NC750D Integra: Dez/15 a Maio/19 - 0Km aos 117 875km - Honda África Twin 1000: Maio/19 a Jul/20 - 0km aos 36 700km - Honda Africa Twin 1100: Jul/20 - 55 000Km

Offline Sapiens21

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #7 em: 05 de Fevereiro de 2016, 20:52 »
Olha que não faltam casos de repercussões para os fabricantes e em alguns casos, conforme a gravidade, bem onerosos...

Não faltam exemplos de multas bem avultadas....então nos Estados Unidos da América aquilo é a doer.  _confuso_

Edit: Quanto à duração das peças entre o antigamente e o presente, é coisa que por acaso me faz reflectir  _pol_, se bem que também existem exemplos contraditórios.
« Última modificação: 05 de Fevereiro de 2016, 20:58 por Sapiens21 »

TMaxer

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #8 em: 05 de Fevereiro de 2016, 21:17 »
Hoje em dia os veiculos de 2 e 4 rodas tem cada vez períodos mais curtos, tanto de ciclo de vida comercial, como de desenvolvimento. Apesar da enorme bateria de testes a que sao sujeitos, é inevitavel que o tempo e o uso revelem alguns problemas que são impossíveis de detectar no desenvolvimento.



Hoje em dia ha uma enorme pressao para colocar produtos novos no mercado... e não é so a pressão financeira, dos accionistas ou a da concorrência... a maior pressão vem de nós consumidores  _pol_ nunca tivemos tanta oferta, contudo uma serie de factores tem levado a que sejamos cada vez mais impacientes e exigentes  _pol_

Offline cross

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #9 em: 05 de Fevereiro de 2016, 21:34 »
Os meus 0.02 sobre o assunto que aliás já tinha comentado.

O que é facto é que "recalls" são cada vez mais frequentes e que nenhum fabricante está imaculado. Portanto marcas e certas regiões do globo à parte da discussão.

Este fenómeno apenas está ligado à pressão dos mercados, ou seja do mercado de consumo que não é só a maior exigência de qualidade mas também de inovação.

Antes um produto era desenvolvido e tinha uma vida útil de vários anos hoje falamos de "model year".

Antes o produto era "bem" pensado e desenvolvido para uma certa função e tinha um custo, hoje começa no preço de venda do mercado e depois desenvolvemos o mesmo para ter o menos custo possível.

Antes podíamos esperar para apresentar o produto hoje se chegamos atrasados já passou de moda ou a concorrência já chegou primeiro.

Estamos numa sociedade cada vez mais consumista, que consome demasiado, e também por isso consume recursos que temos e não temos!

Portanto nada de extraordinário!

Já dizia a minha avó, que depressa e bem, há poucos quem!

O que é facto é que as empresas para responder a este consumismo desmesurado e poder sobreviver assumem riscos.

Se verificarem podem ver que as previsões financeiras para fazer face a problemas e gastos em seguradoras triplicaram. São as famosas "accruals and insurance expenditures".

Acho que está tudo dito. Riscos calculados e mitigados.

Claro se uma empresa como exemplo a Hyundai apresenta um plano de garantia vitalício para os seu carros....
Se avariar arranjam e já está sem fazer perguntas, quem é que se vai preocupar com isso...!? Quem é que não continuaria a ser cliente?!

O mundo está a mudar... O recall num futuro próximo vai fazer parte da via útil do produto...

Boas curvas

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Offline cross

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #10 em: 05 de Fevereiro de 2016, 21:40 »
Hoje em dia os veiculos de 2 e 4 rodas tem cada vez períodos mais curtos, tanto de ciclo de vida comercial, como de desenvolvimento. Apesar da enorme bateria de testes a que sao sujeitos, é inevitavel que o tempo e o uso revelem alguns problemas que são impossíveis de detectar no desenvolvimento.



Hoje em dia ha uma enorme pressao para colocar produtos novos no mercado... e não é so a pressão financeira, dos accionistas ou a da concorrência... a maior pressão vem de nós consumidores  _pol_ nunca tivemos tanta oferta, contudo uma serie de factores tem levado a que sejamos cada vez mais impacientes e exigentes  _pol_
Plenamente de acordo :) ...acabo de ver este teu post ..eheheh estamos na mesma linha. :)

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Offline las125

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #11 em: 05 de Fevereiro de 2016, 22:29 »
O carro está  a tornar-se também ele um objecto de consumo de vida curta. Tanto motivado pelas modas estéticas (facilitado pelos novos materiais como os plásticos ou fibras abundantes e em inúmeros acabamentos etc.) como por motivos técnicos (consumos, tecnologias, segurança, novas normas de poluição sempre mais exigentes, reciclagem etc.). O futuro é cada vez mais incerto nas tecnologias a aplicar tornando um carro rapidamente obsoleto.
Penso que os fabricantes planeiam tendo em conta isso mesmo.
E assim nasce a nostalgia pelas máquinas do antigamente... tudo em chapa, cromados verdadeiros, madeiras verdadeiras, estofos em pele real, sem electrónica, sem plásticos nem imitações de nada... ;)
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Offline Sapiens21

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #12 em: 05 de Fevereiro de 2016, 22:53 »
Podes crer que esse ponto em que tocas tem dado grandes dores de cabeça a muitos construtores...a electrónica!

Ele é sensores disto e daquilo, mais 10 avisadores para outra coisa qualquer e até é tudo muito giro...mas quando avaria.  _thumbdown_

TMaxer

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #13 em: 05 de Fevereiro de 2016, 23:35 »
Cross... sim  _pol_ _pol_ _pol_


tocas-te num ponto sensivel e o companheiro las125, tambem... a obsolescência  _pol_


Os veiculos hoje em dia sao trocados com muita frequência, e agora que está a pegar a moda do renting para indivíduos certamente ainda mais, pois o veiculo deixa de ser um investimento ou um credito de X dezenas de milhares de €s com contas de manutenção periódicas, para se tornar num bem que nos é disponibilizado por X centenas de € mensais, nao existindo quaisquer contas de manutenção ou trocas de pneus...  e no final do contrato, recolhem-te o veiculo e se quiseres continuar escolhes um novo...


Mas não era aí que queria ir... era mesmo na obsolescência: o tempo ou a distancia que as coisas são programadas para durar  _pol_ e este detalhe é intrinsecamente ligado a outro também muito importante: O PREÇO!

para que é que um contrutor vai estar a fabricar um veiculo utilitário para durar meio milhão (ou mais) de kilomentros se ele certamente nunca os fara???? ao programar a duracao do carro para apenas 200 mil, pode cortar custos, chegando ao mercado com um produto a um preco muito competitivo  _pol_

A obsolescência está também ligada a outras coisas: a venda de peças (de preferência fora do período de garantia  _lol_ _lol_ _lol_ _lol_ _lol_) e o próprio ciclo em que o consumidor vai necessitar de adquirir outro veiculo novo  _pol_ . Ou seja, ao tornar o tempo de vida de um veiculo mais curto, o contrutor está a estimular a produção de novos veiculos  _pol_



Em Portugal um dos factores que muitas vezes se utiliza para erradamente justificar a retoma económica é a venda de veículos... isto é uma falácia: quando muito, pode justicar a confianca na economia  _pol_, mas aquilo que mais motiva a troca de veiculos (sobretudo para as empresas) em tempo de crise é a necessidade imperativa de trocar o carro velho pois este ja está em fim de vida.  _pol_ _pol_
« Última modificação: 05 de Fevereiro de 2016, 23:36 por TMaxer »

Offline mpaneves

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #14 em: 06 de Fevereiro de 2016, 08:54 »
Eu Encaro os recalls como um abre olhos nas marcas,acho bem que reconheçam e reparem os erros ,muito mal é quando não os admitem.
Lembro de passados 5 anos do meu pai comprar um corsa b ,a marca chama para trocar cintos ,tensores e calhas dos bancos ,isto tudo cedia em caso de acidente. Ainda bem que isto acontece .
Cada vez mais é tudo robótico e o controlo nem sempre é eficaz, resta-nos ter sorte pois as vezes" no melhor pano cai a nódoa"
E eu que o diga...


 Marco Neves
« Última modificação: 06 de Fevereiro de 2016, 09:00 por mpaneves »
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Marco Neves

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Re: RECALLS - De que forma deveremos olhar para os mesmos?
« Responder #15 em: 06 de Fevereiro de 2016, 11:06 »

Bem como eu encaro recall's  _pensador_

Também me calhou o recall da Honda por causa da cablagem e o que me chateia mais é ter de de lá ir deixar a mota pois a intervenção demora, segundo a Honda, 4 horas  :-\

O resto não me interessa nada, arranjem o que está mal e "mai nada".

Cumprimentos  _convivio_

HONDA P......ão C......om X......óriço
HONDA FORZA 125 ABS...... JÁ RODA