Permitam que enquadre a coisa.Ver motas novas aqui na margem direita do Sado é uma carga de água maior que aquela que sai pela foz. O concessionário Honda de Setúbal fechou, o antigo concessionário Yamaha não fechou mas já não representa a marca, tem apenas alguns modelos datados da Piaggio/Vespa, o concessionário que mais vende a Sym tem um negócio baseado nas motas em segunda-mão e oficina, há ainda outro que representa a sul-coreana Daelin, e um representante da Peugeot que tem nas chinesas o seu nicho.Para se ver motas de modelos mais ou menos recentes, há que ir ao Seixal ou a Venda Nova, Sesimbra, onde estão estabelecidos os representantes de Yamaha, Suzuki e Sym, de um lado da estrada, e os menos exuberantes em termos de instalações mas simpáticos representantes da Kawasaki do outro lado da via (foi aí que experimentei a bonita J300).A Integra.Já tinha tido um contacto estático com a anterior versão 700 cc desta "moto-scooter", no pretérito concessionário setubalense. Na altura, pretendia subir de cilindrada, e algo confuso no bom sentido, mas já havia decidido que iria comprar uma scooter. Então, achei a mota alta para a minha estatura, o banco largo tornava-a ainda mais temível para quem até aí vinha desfrutando da "baby-burgman" 125. "Mal habituado", não me convenceu o espaço diminuto para guardar o que fosse.Entretanto, a Honda incrementou o motor para 750cc, melhorando-o, e o DCT foi "domesticado" e tornado mais suave. Além disso a marca anunciou que havia mexido na ergonomia da mota. Concretamente, estreitou o o banco para "facilitar o acesso" (apesar de ter mantido a altura). Isto despertou-me a curiosidade. Hoje aproveitei o belo dia de sol para desfrutar das estradas que serpenteiam o sopé da Serra Mãe (A Arrábida) e fui vê-la.Não conhecia o concessionário João Botas em Almoinha, Sesimbra. Cheguei a telefonar antes porque o "Botas" que conhecia não tinha Hondas. A explicação para o nome igual ao do proprietário do grande "stand" em Venda Nova é que são familiares.O Botas que me interessava não fica longe, explico: em Santana, no sentido Cabo Espichel, vira-se na primeira à direita após os semáforos, desce-se até uma casa cinzenta, contorna-se a dita e vê-se logo as asas da Honda. Estou a dar estas informações em sinal de agradecimento pela simpatia com que fui recebido, que incluiu uma visita guiada pelo Sr. João Botas às instalações em fase final de acabamentos mas já funcionais.Assim, a alguns quilómetros de Setúbal, por estradas agradáveis de percorrer, passaremos a ter ao nosso dispor quase todas as representações do mercado em locais relativamente próximos.Pois, mas eu disse que iria falar da Integra...De facto, dá para perceber que a acessibilidade foi melhorada, aliás tive oportunidade de subir à oficina para comprovar que o banco anterior era mais largo. E depois - não sei se isso já existia na versão anterior - também é possível baixar alguns centímetros a altura da mota através de uma barras paralelas localizadas por debaixo da mota, "sem prejudicar o seu comportamento". Uau...Em termos de peso, deve ter mais um 10 quilos que a Burgman 400 (237 kg), todavia consegui manobrá-la para o fora do descanso com a mesma facilidade da minha Suzuki. Sentado sobre a mota consegui incliná-la um pouco e segurá-la com um dos pés bem assente no chão sem sentir insegurança. O banco parece-me confortável, mas acho a Burgman mais acolhedora - neste prrticular, desculpem-me, "Burgman é Burgman". O pendura não tendo um sofá não me parece que vá mal - lembro: desse lado da máquina já não é scooter, é uma mota.A qualidade de construção parece-me irrepreensível, também não é barata. Mas é mais barata que uma Burgman 650 e próximo da Honda SW-T600 e bem menos gulosa no que toca a combustível. Por falar em "gulosas", fui convidado a experimentar a máquina de serviço do meu cicerone, uma Yamaha TMax - é bonita mas muito, muito mais mamona e... que se passa, também vocês, Yamaha, não sabem fazer sofás?!.No que toca a arrumações, na Integra, esqueçam, o capacete SHOEI é para andar debaixo do braço. É que ali no baú é onde começa a parte mota da scooter-mota (ou o contrário).Acho-a mais estreita que a Burgman, mais alta claro. O protector do vento pareceu-me ajustável.Em termos globais, gostei. Particularmente da perspectiva de ver uma 750 que consumirá menos que uma 400 (uma coisa que só os proprietários poderão confirmar) e de ter uma manutenção com períodos mais alargados. A corrente ao invés da correia também é algo a não desprezar.Compraria uma? Só sei que nada sei.