Sexta feira 10 de Fevereiro o Sr. Domingos Silva sabia que eu ia para a feira da Batalha e disse-me para trazer uma moto que estava lá na exposição para o Porto.
Ok, sem problema, claro.
Descobri que a moto que ia trazer era a nova Honda Gold Wing 1.8.
Xiii, e agora? Vou ter que vir num trambolho a 100 à hora e nunca mais chego a casa. Confesso que a minha preocupação era a moto ser nova, a minha aselhice e nunca ter andado com nada tão pesado.
Andei sexta e sábado a olhar para ela e a pensar que tinha dito que sim, não tinha outro remédio.
No domingo com o aproximar da hora pedi a um dos comerciais da Jomoto, proprietário de uma igual, que me explicasse como funciona o aquecimento que a preocupação no momento era traze-la para o Porto a 100 à hora e não ter tanto frio como isso pois no sábado à noite estiveram 4 graus negativos.
Bom, chegou a hora. Na altura em que ia pegar no trambolho diz-me a Sónia que também vem comigo de moto.
Cresceu a preocupação. Mais de meia tonelada de moto e nós os dois.
Ok, assim seja.
Arrancámos os dois e paramos logo a seguir ao salão no restaurante dos leitões. Até ali, até foi mais fácil do que tinha pensado. Estacionei a moto de frente e nem me preocupei com o peso para a fazer recuar, tinha aprendido a usar a marcha a trás de recurso.
Jantámos e no restaurante combinei com o Nuno (tínhamos ido de carro para a Batalha com o Nuno e com a Raquel) que iriamos parar na primeira área de serviço da A1 para aquecer descomprimir. Nessa altura a Sónia disse que tirava ela o ticket da portagem que seria mais rápido ser ela a tirar e por luvas e assim nem ocuparíamos a faixa por muito tempo.
Arrancámos calmamente e na portagem encosto o mais à esquerda possível, a Sónia tira o ticket, e, quando ia arrancar diz-me que deixou cairo papel.
Hehehe, descanso na moto, lá vou apanhar o papel, demoro uma eternidade e o Nuno já tinha passado pela via verde.
Arranco cuidadosamente que as curvas de entrada e saída das nossas auto estradas não são pera doce, vou nos 50km/h e descubro na primeira curva à direita que posso acelerar e deitar o monstro que ele não se queixa. Quem se queixou foi a Sónia que me apertou logo as banhas numa de… Vai devagar.
Entro na auto estrada e penso que me encontro com o Nuno na área de serviço, passou na via verde há bué, eu parei, vinha devagar, etc., etc., etc..
Mas, assim que entro na AE acelero e… 120, 150, 160, que comportamento maravilha. Começo a descobrir que até é fácil guiar o monstro.
Então, 180, 200, e, a 200 nas curvas para a direita a ultrapassar camiões notava alguma moleza da suspensão. Lembrei-me, eh pá, o gajo da Jomotos falou em regular a suspensão. Deixa lá ver. Estava no mínimo de 25 posições, coloquei no 20. Não senti mais o molejar.
200 passou a ser pouco, moto nova, marca 240 portanto não quis passar dos 220 e lá fomos até à área de serviço à procura do Nuno.
Paro, Nuno nada, e diz a Sónia passamos por ele. Não reparei.
Pergunta a Sónia, a que velocidade vínhamos? Digo eu, a 100/120.
Ai não vínhamos não. Ninguém passou por nós e os carros pareciam todos parados.
Chega o Nuno e diz, fogo pá, passaste por mim de gazonete, vim sempre a 200 e não te consegui apanhar.
Claro que tive que ouvir a Sónia.
Bom, descrever o resto da viagem é igual. Sem frio nenhum que tudo funciona na moto (já não é o monstro) os bancos são ambos aquecidos e bem, o fluxo de ar quente aquece as pernas e o corpo, os punhos fervem, nem se pode regular no máximo.
Cheguei a casa e diz a Sónia, vim mais cómoda do que se tivéssemos vindo de carro.
Segunda feira lá vou eu contrariado para a Motoboxe para deixar a moto.
Perguntei se podia ficar com ela mais um dia que até queria mostra-la a uns amigos potenciais compradores. Andei segunda feira toda a curtir a MAGNIFICA OBRA DE ENGENHARIA MECÂNICA QUE É A HONDA GOLD WING 1.8.
Curva de uma maneira que não é imaginável sem se experimentar. Arranca de uma maneira que não se imagina sem se experimentar. É de tal maneira maneável que no transito do Porto só fui “comido” por 2 PCX.
Faltava-me dar uma volta em estrada e lá fui para marginal do Douro curtir.
Descrever esta MAGNIFICA OBRA DE ENGENHARIA MECÂNICA QUE É A HONDA GOLD WING não é possível. Só experimentando se tem a noção do que é realmente esta maravilha.
413 kg de tal maneira bem distribuídos que não se notam. O barulho do V6 é magnifico. As luzes reguláveis são diabólicas, os travões espantosos, o comportamento em curva exemplar.
Bom, terça feira, contrariado, lá tive que entregar a moto que infelizmente não é minha.
A Sónia disse-me que se tivéssemos uma maravilha destas iriamos passear por tudo quanto é lado constantemente.
Defeitos, tem como todas as motos têm. A marcha atrás elétrica é só um recurso, devia andar mais depressa, e, a velocidade máxima devia andar próximo dos 300 km/h.
Adoro experimentar veículos, diferentes, iguais, tudo quanto tenha rodas gosto de experimentar. Já tinha lido relatos de proprietários a dizerem maravilhas da moto (Marco Coelho é um deles. Esta moto nunca sequer tinha olhado para ela, não me despertava interesse nem para uma voltinha. Agora, estou a escrever este texto a pensar onde raio vou descobrir 30000€.
Não, não deixo a RR. Mas esta é uma moto que todos devíamos ter.
E, lembrem-se, sem experimentar nunca vão saber o que realmente é esta MARAVILHA DE OBRA DE ENGENHARIA MECÂNICA HONDA GOLD WING.