Autor Tópico: Revisitando a Pcx 2017  (Lida 6420 vezes)

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Revisitando a Pcx 2017
« em: 15 de Dezembro de 2018, 00:29 »
Modelo 2015, atualização 2017

Uma vez que este modelo ainda tem forte presença no mercado de usados, segue uma pequena apreciação do mesmo.


Contato

O modelo Pcx 2015 apresenta-se com nova roupagem, inovações e algumas alterações "pedidas" pelos utilizadores do anteriores modelo.

Assente no sucesso do anterior modelo, a Honda mostrou vontade de atualizar este modelo mais citadino.



Mantendo a generalidade das formas do anterior modelo, a verdade é que se trata de um modelo totalmente renovado.

A carenagem de linhas arredondadas e com pequenos vincos laterais deu lugar a linhas mais direitas e de superfícies mais planas, incluindo nesta alteração o vidro frontal e o bloco ótico traseiro com linhas mais direitas.
Vista a alguma distância reconhecemos as linhas da Pcx original, mas é fácil ver as inúmeras diferenças.

Na parte dianteira apreciamos as primeiras novidades. O bloco ótico frontal continua com dois refletores para médios e um de máximos, mas agora conta com iluminação de led, extensível a toda a iluminação e sinalização.



O quadrante é totalmente novo contando com velocímetro analógico, com detalhe da agulha se situar do lado exterior, um painel inferior digital e luzes avisadoras de máximos, piscas, etc.
Um botão no quadrante permite alterar a informação do painel digital e alternar entre quilometragem total, parcial e consumo médio (l/100 ou kms/l). Conta ainda com relógio e indicador de combustível através de 8 segmentos.



O guiador e seu centro, ambos cromados, mantêm ligação ao anterior modelo e é um contraste entre um modelo de linhas modernas com notas clássicas.
Fixados no guiador, os espelhos têm novo desenho e permitem uma visualização traseira correta.
O comando esquerdo conta com a inversão dos botões buzina e piscas, pelo que requer alguma habituação dos condutores habituados a outros modelos.



No comando direito outra novidade, consta agora um interruptor para sinalização de emergência, vulgo "4 piscas". Mantêm o interruptor para ativar/desativar o sistema idling-stop.
Nenhuma das manetes possui regulação.



No lado esquerdo da carenagem frontal mantêm-se o compartimento para objetos. Apesar de continuar não poder ser trancado pelo canhão de ignição nem possuir fechadura, aumentou de espaço (quase uma garrafa de 0,5L) e possui tomada de 12V para alimentar/carregar um smartphone/gps, camera video ou até um compressor para encher pneus ou colchões insufláveis.



O volumoso tunel central contêm o depósito de combustível, que nesta versão aumentou a sua capacidade para 8 litros.
A tampa do depósito não tem chave e fica oculta por uma tampa, sendo acionada por um interruptor à direita do canhão.



O canhão tem sistema de proteção que impede o acesso ao mesmo. Para aceder é necessário desbloquear utilizando a parte traseira da chave e só depois temos acesso à fechadura.
A tranca da direção pode ser feita para qualquer um dos lados e ao retirarmos a chave o sistema de proteção do canhão fica de imediato ativo.



O banco mudou de forma, deixando de existir a famosa esponja "molha rabos" do anterior modelo.
É um banco corrido mas com dois níveis para condutor e pendura e tem um novo revestimento anti-derrapante.

A abertura do banco é feita no botão do lado direito do canhão e só pode ser feita com o motor desligado. O banco levanta para a frente, tem um ressalto para segurar, sendo ainda possível levantá-lo na totalidade até ao guiador.



O espaço do baú aumentou permitindo facilmente guardar um capacete jet e até alguns modelos integrais e modulares. Sobra ainda espaço para guardarmos um fato de chuva e as luvas.
Tem ainda dois pequenos compartimentos, para documentos e bolsa de ferramenta, dispondo ainda de um gancho para pendurar o capacete no exterior, De notar que este espaço não possui iluminação interna.
O acesso à bateria faz-se pela zona dianteira deste compartimento.
   
O pendura conta com 2 pegas laterais, discretas, na asa traseira.
Esta asa tem uma tampa amovível permitindo instalar as barras de fixação para a base duma top-case, não sendo necessário furar a parte superior da mesma, como acontecia no anterior modelo.



O desenho do bloco ótico traseiro foi renovado e integra os piscas.

A travagem conta com sistema CBS, a manete esquerda atua os travões de ambas as rodas, e mantêm
o esquema disco dianteiro, tambor traseiro.

Relativamente à suspensão, apesar de pequenas alterações, mantêm o esquema anterior de forquilha telescópica e 2 amortecedores traseiros sem regulação.



As jantes contam com novo desenho continuando as mesmas dimensões de 14" e tamanho de pneu.
De realçar que a Honda finalmente decidiu melhorar neste capitulo e equipar a Pcx, mod 2017, com os Michelin CityGrip.

A Pcx continua a usar o esquema bi-color, com os plásticos que sofrem maior desgaste, como na zona dos pés e parte superior do tunel central, com plástico mais rugoso de cor preta. 

O modelo conta com descansos central e lateral, este último equipado com corta-corrente e não possui o perigoso retorno automático.
São ambos fáceis de encontrar e utilizar, o que aliado ao pouco peso ajuda bastante. 



Os poisa-pés para o pendura são metálicos, de acionamento manual, e têm o mesmo ar cromado do guiador.

A qualidade geral é muito positiva sendo facilmente percetível na pintura, encaixes plásticos sem parafusos à vista e comandos de bom tacto.


 Na cidade

Ao sentar na Pcx constatamos que esta é leve, pequena e sem esforço para manobrar.
O triângulo banco-pés-guiador permite uma boa posição, os comandos acessíveis e seus botões de tamanho correto.

A forma do banco, mais estreita à frente, permite que um condutor mais baixo chegue com os pés ao chão aumentando a confiança nas paragens dos semáforos.

Com a sua frente baixa, permite uma grande visibilidade frontal e o painel de instrumentos não fica muito longe da linha visual da estrada.



O espaço para os pés com tamanho amplo permitem mobilidade das pernas e vários tipos de condução 

Ligar o motor da Pcx pode ser uma experiência decepcionante.
Longe da imagem de motores e escapes enebriantes, estridentes ou roncadores, a Pcx faz figura de scooter educada e civilizada.
O seu pequeno motor revela-se equilibrado, com pouca vibração e ruído de escape a condizer com quem quer manter boa relação com a vizinhança quando se chega "fora-de-horas".
Sendo refrigerado por liquido permite um funcionamento mais estável no trânsito citadino e diminuindo o barulho do motor.

Esta versão sofreu alterações na gestão eletrónica, com vista a melhorar ainda mais o seu comportamento citadino com o binário e potência a serem alcançados com menor rotação de motor.

O motor nesta versão de 2017 cumpre a norma Euro4, o modelo 2015 era Euro3.
Não é segredo para ninguém, a Pcx pode arrancar nos semáforos como um pequeno foguete mantendo-se fora do alcance dos automóveis progredindo facilmente no trânsito urbano.
A sua largura, peso e agilidade facilitam a condução nos locais mais limitados.

O espaço de carga é suficiente para a roupa do dia-a-dia, ou pequenos objetos, e pode ser facilmente ampliado com uma top-case.
Não é previsto transportar objetos apoiados no tunel central, pelo que não existe nenhum gancho de suporte de bagagem.

Travões de tacto correto são muito eficazes e de fácil utilização, sendo o sistema CBS uma mais valia, em especial para os menos experientes.

   
 Na estrada

A Pcx permite rolar tranquilamente em meios extra urbanos.
A potência do motor, qb para estes ambientes, é suficiente para estar à altura dos limites legais de velocidade.

Há no entanto a considerar que os limites duma citadina aparecem aqui com maior facilidade.
O écran frontal não fornece qualquer conforto a velocidades mais elevadas e o conforto dos ocupantes depende muito das condições do piso.
Apesar das melhorias introduzidas neste modelo, a dureza e pouco curso das suspensões e a mesma situação para o banco, tornam-se incomodativas ao rolar em grande parte das nossas estradas.

Por outro lado, rolando em bom piso em velocidades moderadas, o baixo ruido do propulsor e escape, acompanhado por uma quase ausência de vibrações nos punhos e pés, torna a experiência muito relaxante.

Como habitual nas pequenas citadinas, a circulação em AE não é o seu terreno de eleição. A velocidade, habitualmente praticada, nessas vias é muito superior à velocidade máxima que a pcx atinge podendo gerar algum desconforto e insegurança por não acompanhar o fluxo normal dos outros veículos.
 

Comportamento dinâmico

O quadro da PCX de elevada rigidez, para uma utilização citadina, proporciona bastante segurança e permite abordagem às curvas com uma inclinação notável e com sensação de segurança.
A dureza da suspensão que prejudica o conforto, tem um efeito positivo no seu comportamento.
Em bom piso e com esta escolha de pneus, curva muito bem. O tamanho da roda permite estabilidade em velocidades mais elevadas.

A proposta da Honda, com a responsabilidade de renovar por completo um modelo best-seller mantendo as linhas originais, foi mais que uma atualização.
Foram melhorados bastantes aspetos como aumento da capacidade do baú e porta objetos, novo banco, tamanho do depósito aumentado, adicionando pormenores como tomada 12v, sinalização emergência, quadro instrumentos com relógio e consumo médio, inovando com aposta em iluminação full led, atualizações na gestão eletrónica e sistema idling-stop, contribuiram não para um "renovar de cara" mas na apresentação de um novo modelo.


Opinião

Pontos +
  Iluminação
  Comportamento
  Motor
  Autonomia

Pontos -
  Suspensão
  Banco duro
  Ausência de iluminação no baú



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« Última modificação: 15 de Dezembro de 2018, 14:04 por fastnet »
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Re: Revisitando a Pcx 2017
« Responder #1 em: 15 de Dezembro de 2018, 10:21 »
Totalmente de acordo com os pontos + e -, banco duro e pouco largo a frente fazendo com que o condutor precise de ter "cu duro" (não é a dança) para que resista a uma viagem. Eu fiz um passeio de 350 kms (Oeiras/Fátima - Fátima/Oeiras, pelas nacionais) com a minha mulher e para mim foi uma desgraça naquele banco, tive de parar 2 vezes para cada lado. Excelente consumo 2L/100 kms. 11€, 9 litros, 350 kms com 2 pessoas, até acender a luz da reserva.

Mota da "moda" com grande sucesso.

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Re: Revisitando a Pcx 2017
« Responder #2 em: 15 de Dezembro de 2018, 15:19 »
Deixem-me ver se percebi bem. Uma mota de 2015, que custa o que custa, não traz algo tão barato quanto a iluminação do baú quando até as Sym que experimentei - inclusivé a minha GTS 125 de 2010 - já traziam?

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Re: Revisitando a Pcx 2017
« Responder #3 em: 15 de Dezembro de 2018, 16:12 »
Verdade companheiro, as minhas duas PCX não tinham luz do baú por mais incrível que pareça.  _pensador_
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Re: Revisitando a Pcx 2017
« Responder #4 em: 15 de Dezembro de 2018, 17:37 »
Boa descrição fastnet :) a pcx continua a ser uma referência no trânsito citadino, agora melhorada, embora ainda não perfeita
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