Marcas de Maxiscooters => Comparativos => Test Ride => Tópico iniciado por: seveN em 05 de Maio de 2014, 10:12
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Bom dia,
Como deixei a minha Fly na revisão andei de Piaggio Liberty durante dois dias. Deixo aqui o meu relato a possíveis interessados na scooter. E um comparativo entre a Fly e a Liberty, dois modelos que disputam o mesmo segmento e que partilham o mesmo motor.
Primeiras impressões:
No primeiro olhar o aspecto da mota é bastante atraente, as rodas altas (14’) conferem-lhe um ar robusto e moderno. Ao tirar a scooter do descanso sente-se o baixo peso e é com facilidade que nos sentamos aos comandos desta pequena citadina. O banco é duro e o espaço para as pernas limitado (condutor 1.78m) a Fly permite ter duas posições de pernas, uma típica de scooter e outra mais esticada como uma maxi com um banco bastante mais generoso que a Liberty. E mais macio.
Por baixo do banco a Liberty divide o espaço de bagagem com um pequeno depósito de gasolina, espaço esse que não consegue guardar um capacete Jet e que está sujeito a algumas pingas de gasolina que escorram do bocal de enchimento. Na Fly o depósito está na zona dos pés e é possível guardar dois Jet, ou um integral casaco e luvas debaixo do banco.
Na parte frontal existe uma pequena gaveta nas duas motas, na Fly há uma protecção plástica que evita que as coisas caiam quando se abre a tampa, na Liberty essa protecção não está disponível e assim que se abre a tampa, o telemóvel / carteira caem…
Ao rodar a chave acendem-se logo os médios, e após dar o arranque ao motor a suavidade reina. Comparativamente com a Fly os médios só acedem quando o motor está a rodar e existe um botão de corte (útil para qualquer emergência).
Andamento:
Confesso que foi o que mais me desiludiu na Liberty, apesar de ter suspensões duras as rodas altas superam os buracos com mais facilidade que a Fly mas a estabilidade é inferior. Qualquer movimento que o pendura faça é muito sentido. Não sei se o motor tem algum tipo de limitação ou se é de ser muito novo mas não tem força para um andamento seguro e confortável. Pequenas subidas acima dos 60km/h com duas pessoas são praticamente impossíveis e rectas acima dos 80km/h são sonhos… A pendura queixou-se da posição e da falta de conforto, os pousa pés quando abertos batem nas pernas do condutor quando a mota está parada.
O consumo revelou-se elevado, fruto da condução muitas vezes a fundo para manter alguma velocidade. As manetes do travão são duras e a travagem branda, o conjunto disco/tambor revelou-se fraco (admito que vá ficar melhor ao fim de mais alguns km para as pastilhas acamarem) também neste ponto a Fly com disco frontal e traseiro revela-se superior.
Conclusão:
Pela diferença mínima de preços entre as duas Scooters não pensava duas vezes em optar pela Fly. A única vantagem da Liberty é ultrapassar os buracos das nossas estradas mais facilmente e não ter o defeito do descanso central a roçar na estrada a cada curva.
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Parabéns está um test ride muito bem redigido ;) apenas pecou pela falta de algumas fotos.
Acredito que a fraca disponibilidade do motor seja fruto da sua juventude e não se esqueçam que é uma scooter de testes portanto não têm dono.
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Gostei da leitura do test-ride que fizeste à máquina e depois da tua explicação e não menosprezando a Liberty (modelo mais recente), se estivesse como comprador e indeciso entre as duas, provavelmente iria também para a Fly.
A diferença de preço é muito pequena, aliás.
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Agora que voltei a pegar na Fly recordei-me de outra vantagem da Liberty. Os pneus, não vi a marca mas eram bem mais macios. A Fly vem com uns plásticos pretos que envolvem as jantes.
Segundo o mecânico há pequenas diferenças no binário apesar de ser o mesmo motor e na transmissão. Para uma pessoa que ande sempre sozinha e unicamente em cidade não deixa de ser uma boa escolha, mas a Fly é superior.
Curiosamente a Fly custava em Janeiro de 2013 2160€ e agora 2355€