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Teste Vectrix Electric
CCM:
Texto: David Seguro
Feche os olhos. Relaxe. Imagine uma moto silenciosa, que dispensa idas ao posto de combustível, que prescinde de manutenção e que não liberta agentes poluentes para a atmosfera. Agora abra os olhos, olhe para a fotografia, e materialize a moto que acabou de imaginar. Sim, ela existe, e chama-se Vectrix.
Este produto verde foi criado e desenvolvido, por ironia, num país altamente consumista e dependente dos combustíveis fósseis e que contribui, como poucos, para o aquecimento global, leia-se Estados Unidos da América. Felizmente, nem todos os norte-americanos são desmazelados no que concerne a preocupação ambiental, daí ter sido desenvolvida esta proposta electrizante, que abre caminho para uma nova era do transporte urbano. Por ser uma alternativa tão válida, nada dependente do ouro negro, já foi adoptada por governos de vários países, tendo sido incluída nas frotas das forças policiais norte-americanas, britânicas, italianas, francesas, espanholas e, quem sabe, dentro em breve, pelos azuis da PSP! Isso sim, é uma excelente ideia, até porque o nosso país tem apostado na criação de energias renováveis, o que poderia representar, num futuro próximo, a independência do lobby petrolífero.
A Vectrix não é pioneira no que respeita à criação de motos eléctricas pois, antes da si, já houveram outras marcas a desbravar este tema (os primeiros registos de patente para este género de veículo remontam ao ano de 1860!!!), todavia, nenhuma outra conseguiu desenvolver um modelo eléctrico que oferecesse prestações tão válidas (para dois ocupantes, mesmo em subidas acentuadas), e que garantisse uma autonomia de bateria que permitisse uma utilização aceitável num circuito urbano.
Acredito que este ZEV (Zero Emission Vehicle) levará muitos motociclistas a reformularem as suas escolhas, e uns quantos “enlatados” a equacionarem, finalmente, a hipótese de trocar o automóvel pela moto. Bem-vindo ao futuro!
Galáctica
As linhas da Vectrix são, em certa parte, futuristas, mas conservam o enquadramento arquitectónico das maxi-scooters do presente. A frente é elegante, de onde sobressai um enorme conjunto óptico, com carenagens a adoptar contornos aconchegantes para o condutor. Todavia, a secção traseira não é tão atraente e, pelo facto de ser muito baixa, faz-me crer que está esteticamente desenquadrada do resto da moto. A posição de condução é espectacular! O condutor senta-se numa poltrona larga, macia e com apoio lombar, e os braços ganham uma postura cómoda e convidativa para alcançar todos os comandos. Agradável à vista, o painel de instrumentos é composto por três manómetros que garantem uma informação completa ao utilizador. No centro um velocímetro analógico, ladeado por dois manómetros digitais onde se consultam dados como autonomia, horas, conta km parcial e nível da bateria (como nos telemóveis). Durante o dia a visualização dos componentes digitais faz-se com clareza, mas à noite perde qualidade com os reflexos das luzes da cidade. No que respeita ao transporte de bagagem, a Vectrix assegura um porta-luvas generoso (6 lt.) no “avental”, junto ao canhão da ignição, e um “alçapão” (40 lt.) sob o assento do passageiro, que permite albergar um capacete integral e uns quantos objectos de pequeno porte.
Para colocar este ZEV em funcionamento basta rodar a chave, aguardar alguns segundos pelo “check-in” da moto, premir os travões e rodar ligeiramente o punho do acelerador. Assim que conclui esta acção, surge (no manómetro esquerdo) a informação “Ready: GO”, o que significa que pode iniciar a marcha. Agora prepare-se, pois o seu cérebro irá baralhar-se… Habituado a ruído e vibrações, o seu “miolo” vai estranhar a experiência e induzi-lo, erradamente, a repetir o processo.
Deixe-se disso! Acelere logo e sinta o prazer de um motor eléctrico! Um espectáculo, não? É realmente fabuloso o gozo garantido pela locomoção sem ruído ou vibrações. Parece que estamos a velejar no asfalto… Mais formidável do que isso é a incrível aceleração que a Vectrix oferece. Com enorme espanto, sentirá esta maxi-scooter desenvolver com notável destreza, e verá o ponteiro a subir, de forma convicta, pelo velocímetro fora! Esta americana faz 6,8 segundos dos 0 aos 80 km/h! Uau!
É impressionante para uma moto eléctrica, acredite! Se aliar tão invejável rapidez de aceleração à (quase) ausência de ruído, sentir-se-á a “pilotar” uma moto da “Galáctica”, aquela famosa série da década de 80! Em termos de velocidade de ponta, a Vectrix fica-se pelos 100 km-h porque está “estrangulada”. A limitação electrónica permite que a duração da bateria se estenda por mais tempo e, também, que o condutor não se “estique” na velocidade. Aliás, se não fosse o limitador, a velocidade continuaria a aumentar rapidamente de forma consistente e, acredite, se dependesse da Vectrix, a brincadeira continuava… Em termos dinâmicos, a marca norte-americana equipara o seu veículo a uma scooter convencional com 400 cc.
O acelerador tem a particularidade de ser bidireccional, ou seja, tanto dá para avançar como para recuar, como num carro telecomandado. Por exemplo, se estiver parado e precisar de fazer uma manobra de recuo, basta girar o punho para a frente que a Vectrix entra de imediato em manobra de marcha-atrás. Se fizer o mesmo, mas em andamento, o motor eléctrico irá inverter o sistema de rotação, o que lhe permite reduzir a velocidade de forma progressiva e controlada, ou seja, tem o mesmo efeito que o “travão-motor” de um veículo a combustão. Com isto pode poupar o sistema de travagem, visto que, quando bem calculado, pode prescindir das manetes de travão para parar. Quando ganhar consciência de que este procedimento de redução da velocidade (chama-se travagem regenerativa) permite recarregar a bateria em cerca de 10%, irá entrar numa nova fase da condução da Vectrix, aquela que decidi apelidar de “fase playstation”. Porquê? Porque quando der por si vai estar a jogar à poupança, obrigando o seu cérebro a rever as distâncias para parar, pois não vai querer nunca recorrer aos travões! Já que falo em travagem, aproveito para referir que este ZEV está equipado com um sistema Brembo sobredimensionado que assegura uma travagem forte, aliás, é demasiado potente à rectaguarda. Devido à ausência de progressividade na actuação do travão traseiro, é muito fácil bloquear a roda posterior, o que resulta numa destabilização da moto. Para evitar sustos desnecessários, aqui fica o meu conselho: empregar a travagem regenerativa ao máximo, e aplicar os travões convencionais com muita calma e suavidade. Sempre que puder, reparta a travagem: 70% frente e 30% trás.
O peso da Vectrix faz-se sentir quando parada, mas em andamento desaparece para dar lugar a espantosa maneabilidade e incrível agilidade. Graças a um centro de gravidade muito baixo, a maxi-scooter americana movimenta-se com enorme destreza e permite mudanças de direcção repentinas sem que se sinta um efeito negativo na transferência de massas. As suspensões auxiliam com nobre comportamento, o que garante um compromisso ideal entre conforto e segurança. Como referi anteriormente, o calcanhar de Aquiles das motos eléctricas sempre foi a autonomia da bateria eléctrica, porém, os norte-americanos conseguiram mudar o rumo da história com a Vectrix, moto que permite uma utilização citadina eficiente.
A marca anuncia uma autonomia de 100 km com a bateria totalmente carregada, mas isso só é possível caso se desloque a uma média de 40 km-h. Como eu não consigo andar a essa velocidade, decidi fazer outros testes, e os resultados levaram-me a concluir que a autonomia da bateria está directamente relacionada com o emprego do acelerador. Se andar sempre a fundo, só conseguirá percorrer cerca de 38 km, mas se praticar uma condução mais calma, a cumprir (à regra) os limites de velocidade, então verá o seu destino alongar-se até aos 75 km de distância. Tenha atenção ao consumo de energia, pois pode ficar “apeado” sem querer. O indicador de autonomia da moto não é de fiar, e lembre-se que em Portugal não há postos de abastecimento eléctrico, por isso, acautele-se com os cálculos.
Recarregar esta bateria, que tem 10 anos de vida útil, é tarefa simples. Basta ligar a extensão existente sob o assento do passageiro a uma tomada eléctrica e esperar cerca de quatro horas para completar o processo (caso a bateria esteja totalmente esgotada). Nalguns países europeus já existem pontos de abastecimento para este género de veículos, e em certos casos casos a utilização deste serviço é gratuita. Em Portugal existe serviço com idênticas condições na zona azul do piso -1 do C.C. Colombo, em Lisboa. A nível de impostos, os veículos eléctricos são geralmente beneficiados, mas se bem conheço o governo português, iremos pagar uma taxa de luxo ou outra treta qualquer. Ó Sócrates, dá lá um jeitinho…
Porquê comprar uma Vectrix?
Em primeiro porque está isenta de selo, depois porque só gasta 60 cêntimos para percorrer 100 km (a uma velocidade de 40 km-h) e, acima de tudo, porque é realmente amiga do ambiente, e isso é o mais importante. Se no trajecto “trabalho-casa” não percorrer uma distância superior a 40 km, se puder usar electricidade à conta do patrão no local de trabalho, e se tiver uma tomada na sua garagem, a Vectrix é opção a ter em conta. Não é barata (custa cerca de 10.100€ chave na mão), mas tem dois anos de garantia total, não consome combustível, não exige manutenção (apenas uma actualização de software de seis em seis meses) e faz pouco barulho. Para além disso, permite que a sua pegada ecológica diminua de um 43 biqueira larga para um 36 ½!
* Agradecemos ao Museu da electricidade por permitir que ilustrássemos este trabalho nas suas instalações.
Fonte: http://www.motociclismo.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1436&Itemid=126
Ferro:
Tendo em conta que possui um motor com 22 kw é necessário possuir carta A.
A chamada lei das 125cc autoriza os titulares de carta B a conduzir motos só até 11 kw...
8)
marcopns:
--- Citação de: Ferro em 18 de Fevereiro de 2010, 18:59 ---Tendo em conta que possui um motor com 22 kw é necessário possuir carta A.
A chamada lei das 125cc autoriza os titulares de carta B a conduzir motos só até 11 kw...
8)
--- Fim de Citação ---
Errado!!
22kw é potencia de pico, o que conta é a potencia continua que é inferior aos 11kw, logo pode ser conduzida com carta B
RRufino:
--- Citação de: marcopns em 10 de Novembro de 2010, 18:28 ---Errado!!
22kw é potencia de pico, o que conta é a potencia continua que é inferior aos 11kw, logo pode ser conduzida com carta B
--- Fim de Citação ---
Essa resposta deixa-me muito curioso marco...como posso saber a potencia contínua?
Essa potência contínua será então o valor a constar do documento único?
Gostava de ver esta questão explorada no teu Diário de Bordo.
Obrigado.
marcopns:
Correcto, a potencia continua é a que está no documento unico.
A minha por ex. tem 5kw contínuos e 8 kw de pico. Mas um conselho, não dêem atenção a potencia de pico.
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