"Tal apenas se poderá verificar se existirem fortes indícios de atividade criminosa ou perturbação da ordem pública."
Então, é como no Natal, "Sempre que um homem quiser".
No caso, sempre que a "Autoridade" entender. Problema: pode ser abusivo. E o que é "abusivo" se existe o subjectivo "forte indício"? Quem fizer uso do Direito à Privacidade, "Não abro se não me explicar por quê", é um criminoso em potência?
Indício, se há "indício" intervém-se e deve explicar-se porquê. "Porque sim" não é explicação, é Abuso de Autoridade - infelizmente as estatísticas deste não o deixam longe das da criminalidade.
Afinal, a malta já pespega toda a vida privada na net e entrega todos os seus "gostos" a gente sem rosto - percebe-se a baixa cotação da Privacidade.
Abrir a mala apenas porque um polícia diz que sim, que tal uma cópia das chaves de casa à autoridade mais próxima para o caso de?
Convém lembrar, a Autoridade é composta por humanos, tão frágeis em todos os aspectos como os demais. Por isso, é importante o Estado de Direito, para nos proteger dos criminosos e de quem age abusivamente em nome da luta contra estes.
Sem colocar em causa a missão das forças policiais, não sei o que me perturba mais, se os criminosos que conspurcam a Liberdade, se polícias sobranceiros que só respeitam quem entendem ser "gente de bem"... ou o medo dos que vivem uma vida de corda-bamba de inseguranças várias e estão dispostos a trocar a sua Liberdade por uma sensação de segurança, apenas a sensação. O "1984" de George Orwell era sobre isso.