Autor Tópico: China. A invasão chegou às motos  (Lida 2569 vezes)

Offline moto2cool

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China. A invasão chegou às motos
« em: 15 de Julho de 2022, 11:07 »
Aqui vos deixo um excelente artigo que merece a pena ler:


''É inegável o aumento da importância dos fabricantes chineses no mercado mundial de motociclos. Tendência que em Portugal pôde ser aferida pela presença na 25.ª edição da Expomoto, Feira de Motos, Acessórios e Equipamentos. Nos 7425 metros quadrados ocupados pelos expositores na Exponor, 30% da área total apresentava veículos fabricados na China. Se reportarmos apenas às marcas de motos, a percentagem do espaço sobe para 43,3% e, falando do número de marcas, é de 57,4% com vantagem para o país que é o maior produtor do Mundo. Números que impressionam e que ditaram uma análise cuidada sobre o fenómeno no mercado português.

Sejam assumidamente chinesas, na forma como no conteúdo, casos da Keeway, Linhai, CFMOTO, Zontes, Voge ou QJ Motor, além das elétricas NIU, Super Soco, Horwin ou Yadea, ou sejam produzidas no país mais populoso do Mundo e identificadas com chancelas espanholas (Macbor), francesas (Mash, MITT, YCF), italianas (Benelli, SWM, FB Mondial), britânicas (MUTT, Royal Alloy), belgas (Bluroc), austríacas (Brixton) ou americana (UM, Segway), são cada vez mais os produtos de duas rodas oriundos da República Popular da China.

Fenómeno que vem crescendo nos certames internacionais de motos, como nas mais diversas áreas da produção e comércio mundial, sendo bem percetível o espaço conquistado no Salão de Milão. Onde, em pouco mais de uma década, passaram dos pequenos stands de acessórios e componentes para os amplos espaços, capazes de pedir meças às grandes marcas japonesas, europeias ou americanas. Factos que levam a pensar na mudança de paradigma que assola, também, o mercado nacional de ciclomotores, motociclos, veículos elétricos e de quatro rodas. O preço, fator distintivo numa fase inicial, deixou de ser o maior argumento e, ao cirandar pela Exponor, eram percetíveis os comentários sobre a evolução qualitativa do ‘made in China’.  ''

continuar a ler o artigo (extenso): https://motox.pt/china-a-invasao-chegou-as-motos/







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Offline Elizeu

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Re: China. A invasão chegou às motos
« Responder #1 em: 17 de Julho de 2022, 15:41 »
Muitos torcem o nariz para motos chinesas, dizendo de sua qualidade inferior, desenho esquisito, etc. Mas aqui no Brasil as chinesinhas, como são chamadas, vendem muito e recebem poucas reclamações, além de terem preços inferiores às marcas tradicionais. Na verdade, hoje em dia, qualquer moto tem, ao menos, peças produzidas na China, inclusive as marcas top.

Offline Ferro

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Re: China. A invasão chegou às motos
« Responder #2 em: 17 de Julho de 2022, 20:35 »
Só falaram de marcas e veículos. Deveriam ter falado do que interessa realmente: peças e componentes.Aí já é quase tudo made in china há decadas.


Offline karloxilva

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Re: China. A invasão chegou às motos
« Responder #3 em: 18 de Julho de 2022, 16:14 »
Boas!

Algumas frases-chave a reter (os negritos são meus):

“[...] A questão dos produtos chineses não é, neste momento, apenas uma questão de preço, antes o facto de todos os ‘clusters’ que rodeiam a indústria estarem implantados na China, e não ser fácil retirá-los de lá”. A deslocação massiva de produtores de componentes garantiu aos chineses um ‘know-how’ de produção que mais ninguém possui, algo que será cada vez mais evidente, com o advento da mobilidade eléctrica e sem as limitações impostas pela Europa em termos de emissões poluentes.

"Há [...] que apelar à memória e recordar a História. A partir década de 1960, quando os fabricantes japoneses chegaram à Europa, demoraram duas décadas a conquistar o seu espaço. "

"[...] Continua a haver clientes mais emotivos, fiéis às marcas, e os mais racionais que olham para o produto, para a relação qualidade/preço, e optam por uma compra mais ‘inteligente’. Facto que pode vir a moldar as gerações futuras a uma volatilidade de mercado, sem fidelização, o que, bem vistas as coisas, já acontece, “com os potenciais clientes a olharem mais para o produto do que para a própria marca. As pessoas não compram uma Honda, mas sim uma NC750. Compram uma TRK e não uma Benelli. O nome do produto vale por vezes mais do que a própria marca. Olham para o produto, para o que oferece, analisam o preço e optam. [...]"


A pessoa entrevistada defende um ponto de vista de acordo com o seu próprio interesse de representante. No entanto, coloca algumas questões dignas de reflexão:
Uma: Independentemente da marca, devemos olhar para os produtos pelo que valem.
O valor dos produtos em si deveria valer mais que o logótipo da marca, digo eu, sem colocar fora dos pratos da balança da decisão o historial de cada marca em termos da qualidade - afinal, é um indicador, certo? Mas, ressalvo, colocando como fiel da balança a ideia de que mesmo as marcas consagradas não acertam sempre e que marcas mais "modestas" podem apresentar produtos que a prazo se tornam "lendários" - esta porque vivemos num tempo em que um produto com 10 anos já é considerado "vintage"...
Tomar o preço como factor decisivo para comprar um produto não é algo avisado - mais caro não quer dizer melhor e mais barato não quer dizer o contrário. Esta vale para quem quer comprar apenas o produto...

O problema é que, tirando aqueles que são obrigados a contar os euros que podem dispensar - aqueles que deveriam fazer escolhas mais refinadas e avisadas- , grande parte dos consumidores não compra os produtos apenas para si mas também - "também" para os outros. Numa sociedade assente sobre a imagem, é importante o "status" que o produto emana... e aí o velho logótipo continua a ter um papel fundamental. É aí que reside a força da Publicidade: no conhecimento tipificado dos comportamentos.

Um bom relógio dará as horas certas, é tudo o que se lhe pede. Sim, como um "Rolex". Há gente que quer saber das horas outros gostam de jóias.
Calma, não estou a classificar gostos, isso é com cada um/a, apenas a lembrar que uma hora continua a ter 60 minutos em qualquer relógio.
Por isso, é boa ideia esperar para ver quanto vale cada "relógio", sem preconceitos mas com atenção: os relógios parados também dão as horas certas duas vezes por dia.
Quanto ao resto, sobre a "invasão chinesa". Eles não nos nos invadiram, "nós" é que mandámos tudo para lá. "Nós" é que vendemos tudo. Eles limitam-se a fazer o que faziam há milénios, antes de serem espartilhados pelos impérios ocidentais com Guerras do Ópio e quejandos... Não sabiam? "Hello!", "Rota da Seda", já ouviram falar? O Comércio, a Ciência, a Cultura, a Arte... a "Arte da Guerra"?
[A História sempre foi uma disciplina mal-amada, agora até  sujeita a ataques por "ideologização" por quem nunca a quis encarar, mas nunca deixou de ser aquilo que é: um manancial para perceber o presente e supor o futuro]
« Última modificação: 18 de Julho de 2022, 16:22 por karloxilva »
"O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm." René Descartes

Offline zeuz

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Re: China. A invasão chegou às motos
« Responder #4 em: 18 de Julho de 2022, 22:43 »
Boas!

Algumas frases-chave a reter (os negritos são meus):

“[...] A questão dos produtos chineses não é, neste momento, apenas uma questão de preço, antes o facto de todos os ‘clusters’ que rodeiam a indústria estarem implantados na China, e não ser fácil retirá-los de lá”. A deslocação massiva de produtores de componentes garantiu aos chineses um ‘know-how’ de produção que mais ninguém possui, algo que será cada vez mais evidente, com o advento da mobilidade eléctrica e sem as limitações impostas pela Europa em termos de emissões poluentes.

"Há [...] que apelar à memória e recordar a História. A partir década de 1960, quando os fabricantes japoneses chegaram à Europa, demoraram duas décadas a conquistar o seu espaço. "

"[...] Continua a haver clientes mais emotivos, fiéis às marcas, e os mais racionais que olham para o produto, para a relação qualidade/preço, e optam por uma compra mais ‘inteligente’. Facto que pode vir a moldar as gerações futuras a uma volatilidade de mercado, sem fidelização, o que, bem vistas as coisas, já acontece, “com os potenciais clientes a olharem mais para o produto do que para a própria marca. As pessoas não compram uma Honda, mas sim uma NC750. Compram uma TRK e não uma Benelli. O nome do produto vale por vezes mais do que a própria marca. Olham para o produto, para o que oferece, analisam o preço e optam. [...]"


A pessoa entrevistada defende um ponto de vista de acordo com o seu próprio interesse de representante. No entanto, coloca algumas questões dignas de reflexão:
Uma: Independentemente da marca, devemos olhar para os produtos pelo que valem.
O valor dos produtos em si deveria valer mais que o logótipo da marca, digo eu, sem colocar fora dos pratos da balança da decisão o historial de cada marca em termos da qualidade - afinal, é um indicador, certo? Mas, ressalvo, colocando como fiel da balança a ideia de que mesmo as marcas consagradas não acertam sempre e que marcas mais "modestas" podem apresentar produtos que a prazo se tornam "lendários" - esta porque vivemos num tempo em que um produto com 10 anos já é considerado "vintage"...
Tomar o preço como factor decisivo para comprar um produto não é algo avisado - mais caro não quer dizer melhor e mais barato não quer dizer o contrário. Esta vale para quem quer comprar apenas o produto...

O problema é que, tirando aqueles que são obrigados a contar os euros que podem dispensar - aqueles que deveriam fazer escolhas mais refinadas e avisadas- , grande parte dos consumidores não compra os produtos apenas para si mas também - "também" para os outros. Numa sociedade assente sobre a imagem, é importante o "status" que o produto emana... e aí o velho logótipo continua a ter um papel fundamental. É aí que reside a força da Publicidade: no conhecimento tipificado dos comportamentos.

Um bom relógio dará as horas certas, é tudo o que se lhe pede. Sim, como um "Rolex". Há gente que quer saber das horas outros gostam de jóias.
Calma, não estou a classificar gostos, isso é com cada um/a, apenas a lembrar que uma hora continua a ter 60 minutos em qualquer relógio.
Por isso, é boa ideia esperar para ver quanto vale cada "relógio", sem preconceitos mas com atenção: os relógios parados também dão as horas certas duas vezes por dia.
Quanto ao resto, sobre a "invasão chinesa". Eles não nos nos invadiram, "nós" é que mandámos tudo para lá. "Nós" é que vendemos tudo. Eles limitam-se a fazer o que faziam há milénios, antes de serem espartilhados pelos impérios ocidentais com Guerras do Ópio e quejandos... Não sabiam? "Hello!", "Rota da Seda", já ouviram falar? O Comércio, a Ciência, a Cultura, a Arte... a "Arte da Guerra"?
[A História sempre foi uma disciplina mal-amada, agora até  sujeita a ataques por "ideologização" por quem nunca a quis encarar, mas nunca deixou de ser aquilo que é: um manancial para perceber o presente e supor o futuro]

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Offline davidsantos

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Re: China. A invasão chegou às motos
« Responder #5 em: 19 de Julho de 2022, 22:38 »
Já fazem parte do mercado nacional há alguns anos,tem propostas para todas as bolsas, acho que possibilitam a entrada nas duas rodas a muita gente, julgo que já não é um tabu.
Sym Gts SE 12/2013  5/2017 a 11/2018
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