Boas!Algumas frases-chave a reter (os negritos são meus):“[...] A questão dos produtos chineses não é, neste momento, apenas uma questão de preço, antes o facto de todos os ‘clusters’ que rodeiam a indústria estarem implantados na China, e não ser fácil retirá-los de lá”. A deslocação massiva de produtores de componentes garantiu aos chineses um ‘know-how’ de produção que mais ninguém possui, algo que será cada vez mais evidente, com o advento da mobilidade eléctrica e sem as limitações impostas pela Europa em termos de emissões poluentes."Há [...] que apelar à memória e recordar a História. A partir década de 1960, quando os fabricantes japoneses chegaram à Europa, demoraram duas décadas a conquistar o seu espaço. ""[...] Continua a haver clientes mais emotivos, fiéis às marcas, e os mais racionais que olham para o produto, para a relação qualidade/preço, e optam por uma compra mais ‘inteligente’. Facto que pode vir a moldar as gerações futuras a uma volatilidade de mercado, sem fidelização, o que, bem vistas as coisas, já acontece, “com os potenciais clientes a olharem mais para o produto do que para a própria marca. As pessoas não compram uma Honda, mas sim uma NC750. Compram uma TRK e não uma Benelli. O nome do produto vale por vezes mais do que a própria marca. Olham para o produto, para o que oferece, analisam o preço e optam. [...]"A pessoa entrevistada defende um ponto de vista de acordo com o seu próprio interesse de representante. No entanto, coloca algumas questões dignas de reflexão:Uma: Independentemente da marca, devemos olhar para os produtos pelo que valem.O valor dos produtos em si deveria valer mais que o logótipo da marca, digo eu, sem colocar fora dos pratos da balança da decisão o historial de cada marca em termos da qualidade - afinal, é um indicador, certo? Mas, ressalvo, colocando como fiel da balança a ideia de que mesmo as marcas consagradas não acertam sempre e que marcas mais "modestas" podem apresentar produtos que a prazo se tornam "lendários" - esta porque vivemos num tempo em que um produto com 10 anos já é considerado "vintage"...Tomar o preço como factor decisivo para comprar um produto não é algo avisado - mais caro não quer dizer melhor e mais barato não quer dizer o contrário. Esta vale para quem quer comprar apenas o produto...O problema é que, tirando aqueles que são obrigados a contar os euros que podem dispensar - aqueles que deveriam fazer escolhas mais refinadas e avisadas- , grande parte dos consumidores não compra os produtos apenas para si mas também - "também" para os outros. Numa sociedade assente sobre a imagem, é importante o "status" que o produto emana... e aí o velho logótipo continua a ter um papel fundamental. É aí que reside a força da Publicidade: no conhecimento tipificado dos comportamentos.Um bom relógio dará as horas certas, é tudo o que se lhe pede. Sim, como um "Rolex". Há gente que quer saber das horas outros gostam de jóias.Calma, não estou a classificar gostos, isso é com cada um/a, apenas a lembrar que uma hora continua a ter 60 minutos em qualquer relógio.Por isso, é boa ideia esperar para ver quanto vale cada "relógio", sem preconceitos mas com atenção: os relógios parados também dão as horas certas duas vezes por dia.Quanto ao resto, sobre a "invasão chinesa". Eles não nos nos invadiram, "nós" é que mandámos tudo para lá. "Nós" é que vendemos tudo. Eles limitam-se a fazer o que faziam há milénios, antes de serem espartilhados pelos impérios ocidentais com Guerras do Ópio e quejandos... Não sabiam? "Hello!", "Rota da Seda", já ouviram falar? O Comércio, a Ciência, a Cultura, a Arte... a "Arte da Guerra"?[A História sempre foi uma disciplina mal-amada, agora até sujeita a ataques por "ideologização" por quem nunca a quis encarar, mas nunca deixou de ser aquilo que é: um manancial para perceber o presente e supor o futuro]