Antes de mais parabéns por esta nuvem passar sem danos, infelizmente cada vez mais não podem orgulhar-se disso.
De homenagens nem quero falar, ainda me lembro que os prémios do Algarve foram uma homenagem aos profissionais de saúde
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Mas a grande verdade é que apesar do caos que a comunicação social nos vende ( em alguns casos até é verdade) o SNS e os seus profissionais estão preparados para enfrentar muito e os hospitais ainda são sítios seguros, embora seja onde mais circula o vírus por razões óbvias.
Nesta fase o trabalho é intenso mas na primeira fase, com muito menos casos, o medo era maior porque era desconhecido.
O que não suporto nas homenagens é a tentativa de apropriação da imagem de forma indevida. Quando dão medalhas e prémios os políticos estão a dizer que estão desse lado. Nada mais errado e esta última fase está a mostrar isso.
Coloco aqui um texto que circula na net e não sei quem é o autor:
"A TEMPESTADE PERFEITA
(Covid e Incompetência)
Quiseram-nos fazer acreditar que tinha sido apenas a irresponsabilidade do Povo, nas festas do Natal e do Ano Novo.
Não é verdade!
A negligência do Povo, contribuiu minimamente para a tempestade perfeita de Covid-19, que se abateu sobre o nosso País.
O que é que aconteceu então, que precipitou esta tragédia?
O nosso País está no top europeu a receber voos com origem no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul.
O Reino Unido tentou isolar imediatamente o sul de Inglaterra, logo que se detectou a Estirpe Inglesa, mas nós continuámos a receber os cidadãos oriundos da Grã Bretanha, de braços abertos, até eles nos confinarem a nós.
O aeroporto da Portela, deve ser a maior plataforma de tráfego aéreo Europa-Brasil, e continuou airosamente, sem qualquer restrição a receber a Estirpe Amazónica.
Finalmente, através dos eixos Lisboa-Luanda-Maputo-Joanesburgo, entrou a Estirpe Sul Africana.
Nem controles, nem testes, nem quarentenas foram impostos a ninguém.
O lóbi económico da TAP e do Aeroporto de Lisboa, valiam mais do que alguns milhares de vidas.
Depois veio aquela teimosa obsessão em manter as escolas abertas e adorava descobrir quem foi o brilhante cientista português, que nas reuniões da Infarmed, classificou as escolas como lugares seguros e as crianças e jovens como expectadores inocentes. Provavelmente alguém que se actualiza diariamente lendo as Seleções Reader’s Digest.
Finalmente, que raio de confinamento é este em que só fecham cafés e restaurantes, quando só na indústria, não essencial à sobrevida imediata, trabalham mais de 1 milhão e 250 000 Portugueses.
Se parassem tudo durante 1 mês, talvez fosse possível controlar a crise sanitária e depois sim, com equilíbrio e sustentabilidade, fosse possível recuperar a economia.
Mas este Governo não é carne nem é peixe e tão depressa, se inclina perigosamente para as ideologias radicais de esquerda, como favorece os interesses do neoliberalismo económico e do grande capital.
Teria sido bom que tivesse sido a Classe Médica e as suas instituições a liderar a crise sanitária, mas submissos a uma Ministra da Saúde, formada em Direito e a um bando de boys, predominantemente estranhos à nossa profissão, que ocupam os postos de poder na saúde, ficámos reduzidos à mediocridade e somos apenas simples “Profissionais de Saúde”, sem voto na matéria. Como dizia o nosso Bastonário hoje, “Os médicos são alvo de desprezo e até de humilhação por quem está a gerir o país”.
Mas desenganem-se os que pensam que a incompetência na saúde é resultado de um particular contexto político-partidário.
A gestão da Saúde tem muitas décadas de desvarios e disparates, desde o tempo em que uma conceituada ministra e gestora, cortou o vínculo ao SNS, dos médicos recém-licenciados (o início da debandada), até tempos recentes sob a tutela da Troika, em que outro iluminado ministro e gestor cortou 20% das camas hospitalares e 500 milhões ao orçamento.
Mas o pior de tudo, sem qualquer dúvida tem sido a persistência de sucessivos governos, em meterem os amigos sem qualificação, nos gabinetes dos decisores.
A Saúde em Portugal está entregue aos bichos!
Não fui eu que escrevi, mas partilho porque as verdades têm que ser ditas e eu concordo com o que está escrito."