Autor Tópico: MV Augusta - mais uma parceria com chineses  (Lida 2980 vezes)

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MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« em: 26 de Setembro de 2020, 10:37 »
"MV Agusta Motor SpA anunciou uma nova parceria estratégica com a proprietária da Benelli, QJ-Motor Co., para a distribuição das motocicletas da marca na China. O QJ Group é um dos maiores e mais proeminentes fabricantes de veículos de duas rodas na China, com ampla presença comercial na região.

O acordo envolverá inicialmente a distribuição de modelos MV Agusta por meio de uma rede de lojas próprias em todo o país, fornecendo os mais altos padrões de serviço aos clientes chineses. Numa fase posterior, a parceria também terá desenvolvimentos importantes na frente industrial, e a colaboração nesse sentido está atualmente a ser definida."

Está parceria, por enquanto, é apenas para distribuição na China

https://www.mcnews.com.au/mv-agusta-qj-motor-co/
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Offline davidsantos

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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #1 em: 26 de Setembro de 2020, 14:34 »
Está tudo a vender a alma aos chineses..  _Zang_
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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #2 em: 26 de Setembro de 2020, 15:04 »
Se estão a fazer coisas fiáveis e baratas é inevitável.

As fábricas chinesas estão sempre prontas a adaptar para as regras europeia (Primeiro a Euro4 e já a Euro5).

Resultado duma sobre-dimensão da população.

É impossível combater. A única forma seria convencer todos os europeus a comprar KTM e Honda.
Há rosas cor-de-laranja mas não há laranjas cor-de-rosa. No entanto há laranjas verdes e rosas verdes não há.

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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #3 em: 26 de Setembro de 2020, 21:14 »
Uma coisa é certa, cada vez mais as motos chineses estão nitidamente a subir de qualidade.
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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #4 em: 26 de Setembro de 2020, 23:06 »
Sim, neste momento já estão em componentes de muitas marcas conhecidas, os orientais sempre tiveram paciência, vai crescendo lentamente, mas inexoravelmente. Veja-se o medo dos americanos só verem que estão cada vez mais perto
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Offline davidsantos

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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #5 em: 26 de Setembro de 2020, 23:19 »
Capacidade têm eles, e cada vez mais cota de mercado.
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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #6 em: 28 de Setembro de 2020, 13:07 »
É impossível combater. A única forma seria convencer todos os europeus a comprar KTM e Honda.

Companheiro nsaraiva, se comprares KTM estás a comprar indiano (está bem, as motas são montadas na Índia e "revistas" na Áustria...), mas o accionista principal é indiano.
Até a marca sueca de automóveis, Volvo, é de capital maioritariamente chinês, ela terá alguns componentes "made in PRC" ... e daí?
Falemos antes da qualidade do que se põe no mercado.

O outro problema é de outra dimensão.
Ao invés de nos lamentarmos por os chineses" tomarem conta disto" devemos questionarmo-nos por que razão as nossas elites económicas transferiram para a China a produção outrora feita no Ocidente, fechando muitas fábricas e desindustrializando muitos países. Mais, provocando muito desemprego e atacando as fundações do Estado social que fez o progresso do continente (aqui refiro-me à Europa, nos EUA não há Estado Social nem SNS - por isso vemos o ridículo de um país que consegue pulverizar um outro país do outro lado do planeta não conseguir impedir que cidadãos seus morram por falta de assistência médica).
Uma prova provada de que o "nacionalismo" que eles apregoam é para idiota consumir... querem é vender e ganhar dinheiro aqui, onde é produzido e com que direitos é fabricado é-lhes indiferente. "Accionista contente" é país com "economia saudável", mesmo que haja pessoas a mendigar para comer.
Os chineses, com milhares de anos de história de civilização, muitos deles sob humilhação ocidental, limitaram-se a tirar partido do "mercado global capitalista". Ao contrário dos "cowboys"americanos que resolvem tudo à bomba e a tiro de canhão, os chineses fazem comércio e ganham influência política. Já no tempo da Rota da Seda era assim. A culpa é deles por as elites ocidentais mandarem tudo para lá e lhes venderem tudo?
« Última modificação: 28 de Setembro de 2020, 15:42 por karloxilva »
"O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm." René Descartes

Offline nsaraiva

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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #7 em: 28 de Setembro de 2020, 13:46 »
Apesar de não poder não parecer, estou totalmente de acordo. Sou o maior defensor da economia livre e global e compete a políticos empresas serem espertos para fortalecer as economias internas, mas sendo competitivos.

O que é preciso é que haja uma boa relação qualidade preço nos produtos e a não viloçäo dos direitos Humanos.

Pagava mais 300 euros se houvesse uma opção portuguesa a chinesa que comprei? Pagava. Pagava o dobro? Não.
« Última modificação: 28 de Setembro de 2020, 13:55 por nsaraiva »
Há rosas cor-de-laranja mas não há laranjas cor-de-rosa. No entanto há laranjas verdes e rosas verdes não há.

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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #8 em: 28 de Setembro de 2020, 13:51 »
Companheiro nsaraiva, se comprares KTM estás a comprar indiano (está bem, as motas são montadas na Índia e "revistas" na Áustria...), mas o accionista principal é indiano.
Até a marca sueca de automóveis, Volvo, é de capital maioritariamente chinês, elá terá alguns componentes "made in PRC" ... e daí?
Falemos antes da qualidade do que se põe no mercado.

O outro problema é de outra dimensão.
Ao invés de nos lamentarmos por os chineses" tomarem conta disto" devemos questionarmo-nos por que razão as nossas elites económicas transferiram para a China a produção outrora feita no Ocidente, fechando muitas fábricas e desindustrializando muitos países. Mais, provocando muito desemprego e atacando as fundações do Estado social que fez o progresso do continente (aqui refiro-me à Europa, nos EUA não há Estado Social nem SNS - por isso vemos o ridículo de um país que consegue pulverizar um outro país do outro lado do planeta não conseguir impedir que cidadãos seus morram por falta de assistência médica).
Uma prova provada de que o "nacionalismo" que eles apregoam é para idiota consumir... querem é vender e ganhar dinheiro aqui, onde é produzido e com que direitos é fabricado é-lhes indiferente. "Accionista contente" é país com "economia saudável", mesmo que haja pessoas a mendigar para comer.
Os chineses, com milhares de anos de história de civilização, muitos deles sob humilhação ocidental, limitaram-se a tirar partido do "mercado global capitalista". Ao contrário dos "cowboys"americanos que resolvem tudo à bomba e a tiro de canhão, os chineses fazem comércio e ganham influência política. Já no tempo da Rota da Seda era assim. A culpa é deles por as elites ocidentais mandarem tudo para lá e lhes venderem tudo?


Ora nem mais , ao fim ao cabo anda tudo atrás do mesmo ,margem de lucro maior possivel..
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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #9 em: 28 de Setembro de 2020, 14:30 »
Acho que este tópico é dos poucos que reúne consenso geral
Mas neste caso a parceria não é para produzir para a Europa, é o contrário, colocar produtos na China
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Offline karloxilva

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Re: MV Augusta - mais uma parceria com chineses
« Responder #10 em: 28 de Setembro de 2020, 16:43 »
Acho que este tópico é dos poucos que reúne consenso geral
Mas neste caso a parceria não é para produzir para a Europa, é o contrário, colocar produtos na China

Exacto,  ninguém despreza a mercado chinês. Apesar das piedosas declarações sobre a "ditadura chinesa", todos querem chegar a esses milhões de consumidores. Negócio, negócio, política à parte... É aqui que todos os princípios juramentados de mão no peito ficam em segundo plano: quando todos ganham dinheiro. Quem perde?

Quem perde são sempre os mesmos.
É verdade que a transferência das linhas de montagem das empresas ocidentais para a China resultou na industrialização de um país que ainda há umas dezenas de anos (em História não é nada) era um país de camponeses com uma fraca industrialização, apesar da forte aposta na escolaridade (há 50 anos a China era um país de analfabetos). Só que este virar do "campesinato" para o "proletariado industrial" foi feito à conta da mais abjecta selvajaria em termos de Direitos Laborais.
No ocidente, também se perdeu com a transferência da fabricação para a China: as fábricas fecharam em muitas zonas, aumentou o desemprego e, mercê disso, a chantagem sobre os salários dos empregados. Resultado, o preço dos salários desceu e houve um retrocesso descomunal nos Direitos Laborais - a precariedade, não confundir com sazonalidade, é apenas uma das faces mais negras da moeda.
Na minha opinião, deveria ter-se estabelecido regras para a origem dos produtos que poderiam entrar no mercado. Não através da tal retórica "nacionalista" para tosco se sentir vingado apesar de desempregado, mas através de regras simples: não deveriam entrar no mercado europeu produtos produzidos em locais onde os Direitos Laborais não são respeitados (de acordo com os mínimos sustentados pela OIT, da ONU). Ficariam proibidos de entrar todos os produtos produzidos por mão-de-obra forçada ou trabalho infantil, ou de países sem Direitos laborais (como o Direito Greve e à organização sindical...)

Podem perguntar-me "Como?!", se até aqueles com origem em crimes ambientais, como os da desflorestação, conseguem entram aqui. Eis outra conversa interessante...].
Resta o "Imagine" do John Lennon.
« Última modificação: 28 de Setembro de 2020, 18:05 por karloxilva »
"O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm." René Descartes