Autor Tópico: Teste Yamaha Niken – Fora de série  (Lida 1414 vezes)

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Teste Yamaha Niken – Fora de série
« em: 01 de Agosto de 2018, 13:17 »


O seu nome é inspirado na expressão japonesa que significa duas espadas, uma alegoria às duas forquilhas que suportam cada uma das duas rodas dianteiras, ancoradas num sistema que lhes permite inclinar até aos 45º, e que simultaneamente compensa o raio de viragem para que cada roda se mantenha numa trajectória perfeita, sem arrasto ( a chamada geometria Ackermann).

À primeira vista a Niken intimida. Mas o seu aspecto agressivo, algo ficcional, de linhas orgânicas a lembrar um qualquer ser alienígena, esconde uma extrema facilidade de condução. Qualquer desconfiança relativamente à precisão, rapidez e leveza da direcção desvanece-se ao cabo das primeiras curvas.

Passados os primeiros quilómetros, à medida que se vai ganhando confiança, ou vencendo a desconfiança, esquecem-se as duas rodas e as duas forquilhas dianteiras, e começa-se a aumentar o ritmo na entrada das curvas.

Na prática, a Niken conduz-se efectivamente tal e qual como uma moto. Por isso a Yamaha a homologou como motociclo, sendo necessária carta de condução de moto para poder ser legalmente conduzida na via pública.

A potência disponibilizada pelo motor tricilíndrico CP3, que equipa a gama MT-09 e debita cerca de 110cv, apesar de não ser aconselhada nem a condutores iniciados nem aos menos experientes, pois mantém o seu carácter explosivo proporcionado por um elevado binário e uma grande capacidade de subir de rotação, requer algum controlo na dosagem do acelerador, sendo por outro lado viciante em termos de prestações, e nada fácil de resistir aos seus encantos.

Mais ainda por se desfrutar de uma caixa de velocidades com “quickshifter” para subir de relação (infelizmente a Yamaha ainda só disponibiliza uma versão integral, que permite subir e descer nas relações de caixa, na R1).

A travagem é potente, muito doseável, e o ABS é, como seria de esperar devido ao acréscimo de aderência, muito pouco intrusivo. O quadro mantém-se firme, permitindo que haja alguma leitura do piso. A suspensão, completamente regulável, tem uma afinação desportiva, mas os componentes de qualidade garantem um excelente conforto sobre pisos degradados.

Mas porquê, então, as duas rodas na frente?

As vantagens são óbvias e residem sobretudo na maior aderência proporcionada pelos dois pneus dianteiros de 16 polegadas, desenvolvidos pela Bridgestone especificamente para a Niken, e que proporcionam além de uma maior confiança, uma segurança acrescida em curva e em travagem.

A distribuição de pesos é optimizada (50/50), à custa do facto do guiador ter sido recuado 5cm relativamente à Yamaha MT09

O único aspecto em que se notam diferenças para uma moto normal é a agilidade na mudança de direcção, que se vai perdendo com o aumento da velocidade, causado pelo efeito giroscópico a duplicar, e que está na base da utilização de jantes de 15 polegadas precisamente para o diminuir.

Atingir elevados ângulos de inclinação é extremamente fácil, proporcionando altos níveis de adrenalina. Os mais afoitos irão seguramente gostar das manobras de “drift” que a Niken permite, já que também é possível desligar o controlo de tracção, e seguramente que alguns se vão deliciar a fazer uns “wheelies”.

Apesar de a Niken ter sido concebida para as curvas, a circulação em trânsito urbano não se vê penalizada pela existência das duas rodas dianteiras, já que a sua largura total, de 410mm, é inferior à do guiador, que nem é exagerada, havendo no mercado motos com guiadores mais largos que o da Niken.

As capacidades turísticas deste novo modelo da Yamaha também não são de desprezar. Uma posição de condução elevada e muito ergonómica, espaço desafogado para o passageiro, uma suspensão bastante confortável e a instalação de “cruise control” fazem da Niken uma potencial candidata a uma “roadtrip” pelo centro da Europa ou mais além!

O seu preço, chave na mão, é de 15.901,98€ e está apenas disponível na cor Grafite.

 

Artigo completo aqui: http://www.andardemoto.pt/test-drives/38818-teste-yamaha-niken-fora-de-serie/

 

"Viver a vida não é esperar que a tempestade passe, é aprender a andar à chuva"