Boas, Orlando Pestana.
Eu tive uma Suzuki Burgman 125 durante três anos e cerca de 30 mil quilómetros e não tive nada a apontar.
O que se segue é uma opinião pessoal, vale o que vale, não há nada como comprovar por si próprio.
De todas as 125 que experimentei, considerei-a a mais confortável. Aliás, se há coisa que distingue toda a gama de scooters da Suzuki é o conforto. Este conforto transmite-se ao/à pendura com um bom apoio para os pés (neste particular, nunca tive razões de queixa).
É uma scooter que parece "grande" devido à parte posterior (que inclue uma "bagageira" de referência debaixo do assento que dá - mesmo - para colocar dois capacetes à vontade e ainda sobra espaço) mas não é, é resultado de um "design" que faz sentir que quem a conduz não está "em cima" da scooter mas "dentro dela". A protecção dianteira, com o amplo espaço para movimentar as pernas, aliada à generosa carenagem dianteira onde abunda espaço para guardar coisas, a que se junta a muito razoável protecção do ecrã dianteiro, ajuda a essa sensação de integração (no modelo de 2014, o ecrã dianteiro foi aumentado em altura em relação ao modelo que eu possuí);
Quanto à condução, faz-se com a mesma facilidade de uma scooter de 50 cc, por conta de ter o mais baixo centro de gravidade de todas as scooters que estão no mercado. A altura do assento ao solo, de somente de 735 mm, aliada ao desenho "cavado" dos plásticos laterais, permite a qualquer um/a assentar bem os pés no chão;
No modelo que possuí (anterior ao redesenho de 2014 que incidiu sobre a estética, adaptando-a aos gostos mais na moda, mas que também, segundo a marca, terá tido "mexidas" no motor para o adaptar às novas regras e baixar consumo), o consumo médio que fiz andava andava à volta dos 3.4 litros (com uma utilização muito urbana mas sem medo de puxar por ela em estrada e de a "castigar" a subir a Serra da Arrábida).
Não é uma scooter pesada para se movimentar, apesar dos 169 quilos (com ABS, no modelo de 2014).
Não sei quais os pneus com que vem equipado o modelo actual, os que vinham no modelo antigo eram Michelin ("Pilot", salvo erro) e cumpriram satisfatoriamente (eu ando de scooter todo o ano). De qualquer forma, ao contrário das queixas com os pneumáticos da nova mota SV650, as scooters da Suzuki costumam vir "bem calçadas", mas há sempre o gosto de cada um. Se me perguntassem sobre uma 400 eu diria "Bridgstone Battlax SC" sem hesitar (mas acho que não há para as jantes de 13 e 12 polegadas da "pequena" Burgman);
Já me esquecia, os espelhos retrovisores são o suficiente se bem ajustados.
Principais alterações que detecto no modelo de 2014 e dos quais não vou dar opinião porque não tenho experiência:
No novo painel de instrumentos, o modo "Eco" que acende sempre que se conduz com mais economia (substituiu o indicador analógico da temperatura do motor no modelo antigo que eu nunca vi subir do "normal" mas que mesmo assim...);
O design do novo assento (o modelo anterior tinha uma espécie de encosto). Aqui, há que experimentar.
A confirmação da baixa de consumo do "novo" motor. Quanto ao motor, ele já cá anda há muito e está mais que comprovado. A Suzuki tem a tradição de manter os seus modelos durante muitos mais anos que as outras marcas e, sem estar a fazer juízos de valor em relação à qualidade da Suzuki e das outras marcas: Para o bem e para o mal, pelo menos tem a vantagem de não andar a vender sempre a mesma mota numa roupagem diferente.
Quanto ao design, tenho opinião. O redesenho de 2014 colocou a frente mais na moda, desceu os piscas para a lateral da carenagem frontal onde quase todas as marcas os colocam, mas retirou-lhe algo da identidade. Eu adorava aquela faixa luminosa que incluía faróis e piscas aliada àquele ar de epicuro que a distinguia de todas as outras. Mais uma vez, vale o que vale.
Pode-se ver mais informações aqui:
https://issuu.com/moteo/docs/cat2015_suzukipt-issuu(catálogo da Suzuki "linkado" pelo site nacional)
http://www.globalsuzuki.com/motorcycle/products/uh125_200/("link" para o site global da Suzuki . Inclui vídeo promocional da nova 200 cc que partilha a estrutura com a 125 e também não faz parte do catálogo nacional)
Reparei que o site nacional fala de "promoção" e "sem juros", não confirmei as condições.
O conselho do costume: Há que experimentar tudo o que "mexe" até sentirmos que descobrimos "a tal".
Fora do tópico, ou talvez não, se comprovar-se o "desinvestimento" do representante no modelo. Algo que aconselho a tirar a limpo.
O anterior representante da Suzuki em Portugal, a "Veículos Casal" fechou portas há anos. A marca Suzuki passou a ser representada na Europa pela Motul que também é o representante europeia de marcas como a taiwanesa Sym (não, não é a "linha branca" da Suzuki, é uma marca distinta) e a Shoei (capacetes) além de marcas de óleos e componentes.
De facto, a Burgman 125 já não aparece em destaque no catálogo, tal como nunca apareceu a Burgman 200. A "Adress 110", parece ser a aposta. Sem me referir à qualidade da scooter (cujo conceito não me é simpático) faz mesmo espécie:
- Será que a Motul ,em matéria de 125, reserva para Portugal apenas os diversos modelos... da Sym?
- Será que ocorrerá o mesmo com a Suzuki 400, mais cara que as "acessíveis" 400 e 600 da Sym?
Ou muito me engano, ou o catálogo nacional da Moteo em matéria de scooters Suzuki ficar-se-á a breve trecho pela "económica" "Adress" e pela "impagável" Burgman 650...
A não ser que a Suzuki se prepare para responder à investida da Sym (uma nova monocilíndrica de 500) e à fasquia alta com que a Kymco se anda a meter em matéria de scooters, o que seria uma verdadeira surpresa vinda dos japoneses, parece cada vez mais que em matéria de scooters só mesmo os de Taiwan...