Alvo de muitas criticas de uns e admiração de outros a Integra divide opiniões.
Já considerada um dos ícones actuais da Honda , na realidade a Integra é uma mota com algumas características de scooter, os plásticos que cobrem a frente, a protecção lateral, vidro mais elevado, estrado, espaço para esticar ligeiramente as pernas , um pequeno compartimento na consola e algum espaço debaixo do banco que serve para pequenos acessórios, mas nem para um capacete
,dão-lhe os estatuto de scooter.
Já o corpo delgado, recheado de tecnologia e motor de 750 cc, a transmissão de corrente , as rodas grandes e largas, e claro a inevitável parecença com a irmã NC não a deixam esconder o verdadeiro espirito de mota.
Em vésperas de uma viagem de 800 kms para acompanhar os famosos 500 kms de Forza do companheiro Sapiens21, pedi uma Integra á Honda Portugal, que me cedeu de imediato e com o depósito cheio.
Através do responsável da comunicação da Honda, Carlos Cerqueira, recebi a Honda e as instruções de utilização, sempre com a salvaguarda de que iria estranhar e depois entranhar a condução da Integra.
A Integra é uma scooter alta, ergonomicamente bem estudada e com os comandos típicos de uma mota tradicional, na verdade , a Integra tem as características da 750 NC com as carnagens e estrado das Scooters
Primeiro contacto:
Fotografia : Paulo Silveiro
Foto: Paulo Silveiro
Uma vez sentado com olhando o guiador ao pormenor temos os selectores da tipo de caixa que pretendemos á direita com as opções de S, D e N (Sport, Drive, Neutral) , tal como nos automóveis de caixa automática , a opção de Sport para uma subida de regime mais desportiva , Drive para condução normal, e o Neutral para estar parado com a caixa desengatada..
De fácil utilização o selector de mudanças Manual ou automáticas permite optar rapidamente pelo tipo de caixa em segundos.
Igualmente á direita temos o botão de ignição e a vermelho o botão de paragem de emergência do circuito electrónico
Na esquerda, temos os selectores das mudanças sequenciais, a buzina, os piscas de emergência e os piscas.
O arranque da Integra é muito abrupto, com um binário fortíssimo á baixas rotações , é uma scooter de arranque rápido, uma sensação de impulso de turbo, pelo que se aconselha aos penduras agarrarem-se bem..
O disparo da Integra é impulsionado pelo motor de 745 cm3, de injecção electrónica , 2 cilindros em linha, 4 tempos, 8 válvulas, sistema SOHC e refrigerado a liquido com um débito de 54 cv ás 6250 rpm.
Hoje no meu primeiro contacto foi completamente urbano com 20 km's de IC19, portanto, foi um dia onde pude verificar o comportamento da Integra...
...em transito intenso e com arranques ...tinha decidido só amanhã depois de habituado passar á utilização da caixa manual, mas rapidamente mudei de ideias...
...mudei porque senti a caixa automática , muito rápida a subir de relações, (mesmo em normal) e lenta a compensar , em determinadas situações de transito, sente-se que fica amorfa porque aos 30 km's/h está em 4ª e só desce depois de quase parada , o que significa que ao acelerar a recuperação em baixas é lenta e indecisa
com inevitáveis impulsos incómodos
...rapídamente passei a manual e a coisa foi mais suave e tranquila, ao contrário de que esperava, a habituação aos comutadores foi excelente e intuitiva... talvez porque não tenho o hábito das mudanças tradicionais...
foto: Paulo Silveiro
A Integra, tem o visor digital, bem desenhado com dígitos grandes bem distribuídos pelo painel LCD, com retro-iluminação , tons cinza e avisos coloridos.
O écran da Integra, informa a velocidade instantânea, a selecção de caixa, posição de caixa , informações de médias, e as informações habituais de óleo e ABS.
O botão do CB não é muito prático já que se encontra no painel junto ao ecran e obriga a esticar o braço para aceder á função do CB.
Quando sentados , a Integra permite uma posição muito agradável com visibilidade alta , é muito manobravel e os retrovisores com excelente visibilidade .
A ciclistica da Integra é excelente e para quem sai da Xmax 400 é uma maravilha a curvar e a deslizar pelas estradas que estejam em boas condições... rodas grandes e largas permitem um conforto e segurança em curva
destaque para o equilibrio do conjunto, sem ser uma super desportiva , ao rodar do punho nem se sente a velocidade , olhamos para os retrovisores e só nos vemos afastar do tráfico..
Já a posição de pernas não me agradou tanto , acho que é aqui que a NC deve ganhar em em ergonomia, arrancar na Integra deu-me sempre uma sensação frustante de arrumar os pés nos estrados em vez do pedais ..de uma mota tradicional
, talvez por hábito, procuro uma posição tradicional de mota e não uma posição mais descontraída de scooter
.
A TRAVAGEM: Ao nível dos travões, Hidráulico, á frente disco ondulado único de 320 mm com pinça de 2 pistões e pastilhas de metal sinterizado , equipados com ABS de 2 canais, que felizmente não testei a fundo, achei-os muito macios e prefiro de longe os da Xmax 400, fiquei sempre com a sensação de que podiam travar melhor.
Para este primeiro dia, e primeira impressão é já alguma coisa, no domingo espero fazer os 800 kms do ensaio dos 500 kms da Forza 125, e sair dali com uma impressão mais rigorosa do comportamento da Integra .
Para já , o consumo pareceu-me excelente já que ao fim de 60 km's percorridos em urbano e IC 19, o indicador de combustivel ainda não se mexeu...
Segunda feira termino este TD da Integra...
Para já agradeço á paciência do companheiro Paulo Silveiro que me fotografou para este TD.
Á disponibilidade da Honda Portugal para me emprestar esta Integra.
Como tem sido costume da minha parte, a minha opinião é isenta.
Não sou entendido em motores, nem engenharias mecânicas, mesmo as mais básicas, apenas sou um utilizador de scooter e é nessa condição que faço este TD ...peço desculpa pelas naturais falhas técnicas..
UPDATE EM 11 DE MAIO
DEPOIS DE MAIS DE 800 KMS E QUATRO DIAS DE INTEGRA:
Por fim consegui escever o Test Ride da Integra, ontem durante o ensaio dos 500 kms da Forza, fiz cerca de 500 kms em diversos ritmos e estradas.
Uma vez que já foi apresentada na primeira parte deste TR, passemos directamente á análise enquanto utilizador.
Na sexta-feira andei em urbano e foi um dia inteiramente dedicado á habituação, problemas de manipulação de ciaxa, desconhecimento do seu comportamento e adaptação a uma mota cujo o binário está sempre presente.
Caixa DCT :
A caixa automática da Integra requer alguma habituação, posso dizer que funciona muito bem e que adorei todas as funcionalidades que oferece, desde o D para conduzir económicamente , sobe bem , mas para desmultiplicar já perde mais tempo, o que a torna incomodativa em urbano, no entanto esta função para semi urbano ou estrada aberta , é perfeita.
A caixa da Integra tem sensibilidade , ou seja, é uma caixa inteligente , adquire o estilo de condução do utilizador e tramite-o para a gestão de caixa de veocidades.
Muito embora tenha esta particularidade , recomendo a utilização de caixa manual em situações de rotundas , muito embora a opção Sport (S) seja muito mais suave e simpática de se usar , dada a elastecidade superior da relação de caixas.
A caixa permite , ajuste manuais a qualquer altura ou em qualquer das modalidades, o que é perfeito para usufruir totalmente da dupla embraiagem banhada em oleo.
Painel da consola:
É um grande ecran com as informações de velocidades e conta rotações, bem visivel e com numeros grandes é de fácil leitura. Pena não ter o nível de temperatura do motor nem do ambiente.
Tem um pequeno espaço na consola que dá para uma garrafa de 33 cl de água e o vidro de protecção é suficiente para não levarmos com o vento .
Suspensão:
A suspensão tem um comportamento em estrada firme sem sobressaltos, com um curso mais do que suficiente para o espirito estradista da Integra. A suspensão frontal é sustida pela forquilha telescópica de 41 mm e 120 mm de curso, na retaguarda um mono amortecedor com 120 mm de curso, Pro Link.
No seu conjunto absorvem bem as irregularidades da estrada com o retorno do amortecimento adequado mesmo em estradas em pior estado como foi o caso da estrada entre Pegões e Alcochete.
A travagem:
No modelo testado a travagem estava demasiado macia, tal facto devido ao ar nas tubagens deveria ter sido sangrada antes de iniciar o ensaio dos 500 kms, mas como não foi , também com o hábito tudo se resolveu.
Incialmente achei pouco um disco unico á frente, mas depois dos mais de 800 kms efectuados, essa ideia foi ultrapassada, a Integra tem travões para parar um camião ,
com ABS e disco unico, ao pressionarmos as manetes a desmultiplicação é imediata pelo que a travagem é extremamente segura e todo o bloco é travado num curto espaço.
O Andamento:
O “power” do binário da Integra, é impressionante, é uma mota que se faz sentir. A aceleração é imediata e requer alguma habituação. O debito de 54 cv pelo motor SOHC de 2 cilindros em linha a 4 tempos é transmitido ás duas rodas quase instataneamente ao rodar do punho. Todo o binário da Integra é sentido até ás 4,000 rotações e depois mantem , por isso mesmo o arranque deverá ser cauteloso, e os penduras que se agarrem por que podem ter um susto.
Nos meus percursos alcancei os 100 kms/hora em poucos segundos e a rolar em velocidade cruzeiro andei pelos 120-140 kms/h no IC 19 , durante o ensaio da Forza numa primeira fase a dar gazadas andei pelos 150-160 com velocidade máxima alcançada no Alentejo de 170 kms/h e na recta de Pegões 185 kms/h (velocimetro)
Este binário é muito interessante na estrada livre, já na cidade achei que é uma mota /Scooter demasiado nervosa, já sei que vão dizer que é uma questão de hábito, mas esta é a minha opinião em urbano, com duas idas á baixa de Lisboa e depois de ter estado três dias com a Integra e mais de 800 kms percorridos.
Conhecendo outras conduções , a Integra tem uma reacção abrupta e sempre a pedir para andar, se na estrada é um prazer, já a andar com tráfico intenso , parado, tipico da zona da baixa -Chiado, é uma mota demasiado nervosa… mas no geral não me deixou insatisfeito, bem pelo contrário, é uma mota que satisfará uma grande parte dos amantes de binário puro sem deixar de ter uma scooter com velocidade.
A curvar:
Tive o prazer de acompanhar o companheiro Tmaxer por umas centenas de quilometros em estradas sem carros e com algumas rectas adequadas á velocidade… e ao prazer de curvar em velocidade. Depois de percebermos o ponto de gravidade mais alto do que nas scooters tradicionais e mais perto das motas , o deslizar pela estrada é feito sem sobressaltos.
Aconselho colocar a caixa em Manual ou em Automático S para que a elastecidade das mudanças seja maior e não sejamos surpreendidos por uma desmultiplicação em plena rotunda, o que com a caixa em D, é mais do que frequente, tornando assim o deslizar em volta da rotunda com sobresaltos desconfortáveis, como a caixa automátic a permite ajustes manuais, pode-se em caso de entrada em rotunda de mandar uma abaixo e o CPU da Integra entende a nossa intenção tornando a rotunda mais segura.
Consumo:
Deve ser um dos pontos mais impressionantes da Integra, já que ao fim da minha condução extra desportiva tinha uma média no computador de bordo de 4,7 litros aos 100, mas com o baixamento de ritmo, a média final rondou os 3,7 , isto sem ter uma condução económica á excepção dos últimos 70 quilometros do ensaio dos 500 kms da Forza 125. De resto foram 70 kms no meio de 750 kms no total .
A Integra é uma scooter/Mota quase perfeita, acho que se enquadra bem num amante das velocidades e da segurança, tem arranque e dá prazer de condução, mas não chega a velocidades absurdas que são claramente inadequadas ás estradas publicas.
Penso que o publico alvo seja um condutor jovem, perguiçoso, que aprecie a velocidade, a potência e de sentir o binário, mas que não se queira dar ao trabalho de andar a colocar mudanças nem de se baldar radicalmente em curvas de velocidade, porque a curvar é perfeita mas requer habituação e algum torque na entrada e saída ...
Talvez a unica lacuna que me faz hesitar , seja a falta de espaco de baú, dá apenas para um Jet, mas com as malas rigidas fica perfeita e não se vai ter falta de bagagem.
Na condução geral adorei, estou com pena de a devolver e não ficar com esta obra prima da Honda.
Motor
_pol_Caixa DCT
_pol_Opções de Manual e automático interactivo
_pol_Binário sempre presente
_pol_Travagem
_pol_consumo
_pol_conforto e estabilidade
_pol_Estética
baú pequeno
Falta de informação temperatura do oleo
Não ser minha
ter de devolver a chave