RIEJU CITY LINE 125/300É um pouco curioso vir agora falar da Rieju City Line em virtude de ter falado muito por alto neste modelo quando foi criado o tópico do Salão Internacional da EICMA....
Pois agora e passados alguns meses, a RIEJU City Line já se encontra à venda e pronta para fazer voltar cabeças à sua passagem.
Esta marca espanhola adoptou um design convincente e que alia na perfeição a desportividade das suas linhas, com o formato tradicional das maxiscooter. Encontram-se muitas semelhanças com a italiana Malaguti e não é para menos, visto utilizar o mesmo chassis e um design das carnagens que ali acolhe toda a sua inspiração, havendo apenas alguns detalhes que as diferenciam.
Tem uma frente agressiva e dominada pelos faróis duplos, entradas de ar estilizadas e colocadas logo abaixo destes, assim como piscas colocados nos topos da carnagem, dando a este modelo uma identidade frontal que a permite destacar-se mesmo à distância.
A traseira segue a mesma bitola aplicada na frente e transmite a sensação de se estar perante um modelo com carácter mais desportivo do que é comum neste segmento. A forma e a função com toque desportivo!
O banco acolhedor e o conforto global proporcionado pela RIEJU é outra surpresa segundo já pude ler num ensaio feito ao modelo à poucos dias atrás na publicação francesa Scooter-Station, sendo que este modelo da marca espanhola vai ao pormenor de apresentar, além do tradicional encosto traseiro e comum em muitas maxiscooters, também um enchimento do estofo nas suas laterais, que transmitem a sensação (porventura real e percepcionada), de aumentar sobremaneira o apoio lateral quando surgem curvas mais fechadas ou quando nos sentimos como o Rossi em pleno GP.
Gosto muito...
A instrumentação também se apresenta moderna e muito completa, não lhe faltando o sempre útil computador de bordo.
A iluminação faz-se em dois tons de laranja distintos (mostradores e LCD), conferindo uma leitura muito fácil e rápida da informação mais importante a cada momento.
A estabilidade proporcionada pelo seu excelente chassis em conjugação com uma taragem das suspensões muito bem escolhida para o conjunto e uns bons pneus Michelin CityGrip de série, tornaram este modelo extremamente agradável de conduzir e permitiram níveis elevados de velocidade sem se recearem os seus limites, tal como se poderá verificar na descrição feita neste extenso teste de uma publicação francesa. Quem quiser ler, ver aqui:
RIEJU City Line (2014)As motorizações utilizadas neste modelo da marca espanhola são muito especiais, mesmo muito especiais.
Tratam-se de duas modernas e fiáveis unidades "emprestadas" pelo grupo Piaggio e que contam com as seguintes características técnicas:
Motorização 125cc: Monocilindrico a 4 tempos, 125cm3, refrigeração líquida, injecção electrónica, 15cv de potência (está no limite legal para esta cilindrada
).
Velocidade máxima: 118Km/h
Motorização 300cc: Monocilindrico a 4 tempos, 278cm3, refrigeração líquida, injecção electrónica, 22cv de potência.
Velocidade máxima: 138Km/h
Esta marca espanhola, que tem já várias décadas (faz neste ano de 2014...
80 anos de existência!!!) tem a sua produção localizada numa fábrica em Figueres, Girona (Espanha) e tem procurado continuamente manter-se na vanguarda da tecnologia e feito um esforço por colocar no mercado modelos apelativos e capazes de emoções fortes.
Já agora, uma pequeno curiosidade que vos conto: Esta localidade onde são produzidas as Rieju, foi onde nasceu e viveu Salvador Dali, pintor catalão que dispensa apresentações.
Cerca de 80% da sua produção é para exportar, sendo os seus maiores mercados, além do espanhol, os mercados Italiano, Francês e do Reino Unido.
Mas a pergunta que fica no ar é óbvia! Se esta marca apresenta produtos tão bons e estão apoiados numa mecânica que provem de uma marca com tantas provas dadas, porque razão não se vêm mais em Portugal?Como em quase tudo, a resposta não se conta numa linha e se for analisada a fundo a razão para tal, teríamos aqui um tema de conversa muito extenso e ao mesmo tempo interessante.
Porém, algumas coisas saltam à vista e começam logo no seio da própria marca.
A RIEJU tem uma produção anual de 20.000 motos (dados da própria fabricante), pelo que a comparação com outras marcas deixa-a desfalcada se a vontade fosse competir por um lugar ao sol em termos de unidades vendidas...
Depois temos a questão da sua rede de vendas se fazer em 20 países, ao passo que quase todas as outras marcas concorrentes o fazem a nível internacional;
A fábrica, mesmo tendo em consideração a extrema dedicação dos seus colaboradores, está limitada a uma cadência de produção ditada em certa medida pela sua dimensão (12.550m2), quando outras marcas já têm linhas de montagem muito eficientes na India, China, Vietnam, Malásia, Taiwan, etc, que produzem diversos modelos diferentes e em quantidades impossíveis de alcançar pela fábrica da marca espanhola;
O preço deste modelo também não será algo que virá a ajudá-la muito. Não que a qualidade e a vertente tecnológica não o justifiquem plenamente, mas os cerca de €3.900 + despesas (preço em França para a 125cc) e os €4.700 + despesas (preço em França para a 300cc), acabam por colocá-la perigosamente perto de outras alternativas bem implantadas e cujo nome é mais familiar na altura da decisão de uma possível compra.
Respondendo frontalmente se vale a pena pensar neste modelo como uma opção a ter em conta...a minha resposta é SIM, absolutamente. Para mais algumas informações ou simplesmente ver o portefólio de modelos desta marca,
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