Caro companheiro Orlando,
Parabéns pela coragem da vossa iniciativa que é, a todos os títulos, louvável.
Como foram pedidos contributos e dado que eu da parte técnica não me atrevo a alvitrar (em face da minha ineptidão nesse campo), apenas posso, em termos genéricos, referir o seguinte:
No âmbito destes projectos – independentemente de se tratar de uma iniciativa muito meritória -, verifica-se que, por vezes, os mesmos não detêm o sucesso que, inicialmente, se antevê possível.
De facto, todos sabemos que os Portugueses são, no panorama internacional, uma referência ao nível da “invenção” de soluções inovadoras e simples que podem contribuir para melhorar o nosso dia-a-dia, no entanto, salvo poucas e honrosas excepções, nem sempre a originalidade e utilidade da “ideia” vê a luz do dia ao nível da sua comercialização.
Na minha opinião pessoal, esses projectos por vezes não avançam ou não detêm o sucesso esperado, dado que não conseguem reunir algumas das premissas determinantes, tais como:
a) Ao nível financeiro: Falta de parceiro (financiador) que possa assegurar o cabal desenvolvimento e a viabilidade económica do projecto;
b) Ao nível técnico: Ausência de parceiro estratégico (nacional ou internacional) que possa conferir ao projecto/produto uma qualidade, inovação e fiabilidade aceitáveis;
c) Ao nível da comercialização: Ausência ou deficiente publicitação do produto (caso o mesmo não seja do conhecimento do público em geral, está votado ao insucesso);
d) Ao nível da comercialização/assistência: Ausência ou deficiente rede de concessionários (venda e assistência técnica);
e) Preço: Ausência de preço competitivo em comparação com outros produtos existentes no mercado (sendo que o produto poderá ser, eventualmente, um pouco mais caro que o praticado pelos seus directos concorrentes se possuir qualidade e soluções inovadoras verdadeiramente apelativas para o comprador, ou seja, deverá consubstanciar uma verdadeira mais-valia);
f) Ao nível legal/defesa do produto: (i) Homologação do produto; (ii) Ausência de registos (para além da marca) das patentes/modelos no sentido de assegurar a originalidade do produto, evitando, por um determinado período de tempo, a sua “cópia” ou aproveitamento indevido da “ideia” por terceiros.
Existiriam certamente muitos outros pontos a abordar, no entanto, neste momento, foram estes os que achei mais relevantes.
Um abraço e que tudo corra bem