Autor Tópico: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)  (Lida 2124 vezes)

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Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« em: 13 de Setembro de 2018, 13:21 »
Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)






Quando me sentei ao computador para escrever algumas linhas relativas ao início da descrição do test-ride feito à novíssima Honda GL1800 Gold Wing, confesso que fiquei sem saber como começar...

Muito para dizer, mas de alguma forma sem ter a mais pequena ideia de como tornar a descrição suficientemente explícita para quem o fosse ler.

Antes de mais nada, só o ter a oportunidade de andar na nova Gold Wing, nem que fosse para um curto trajecto, já seria para mim o bastante para perceber o sentido da expressão "Seize the Day".

Mas este teste revelou-se muito mais do que isso...
Tive a oportunidade de fazer o maior número de kms que já pude levar a cabo num teste a uma moto - neste caso na versão "bagger" - levando-me assim a poder experienciar da melhor maneira aquilo que representa um modelo como estes e que se insere na categoria de "Gran-Turismo".

O nome deste modelo (Gold Wing) acaba por ser, quase só por si, o de uma marca dentro da marca.

Actualmente e já muito distantes da 1ª geração lançada no ido ano de 1975, a Gold Wing foi capaz de renovar-se e mostrar um apuramento que é impossível de ignorar.
Numa mera comparação e sem veleidade de palavras, a Gold Wing explorou até à exaustão aquilo que se pode entender como...viajar em classe executiva!
Não é um avião das linhas comerciais do Dubai, não é um iate luxuoso pertencente ao Roman Abramovich, não é um Rolls-Royce Phantom saído das linhas de montagem da fábrica em Goodwood com destino ao majestoso hotel Burj Al Arab...

É sim um modelo que granjeou uma enorme reputação como veículo de 2 rodas, capaz de elevar a fasquia do conforto a níveis que só mesmo quem tem a possibilidade de andar numa, consegue perceber com exactidão o que significa toda aquela envolvência na sua condução...

Para lá disso, a história do modelo foi sempre muito associada à capacidade da sua mecânica em devorar kms a fio, mantendo uma disponibilidade e rapidez que por certo poucos associariam a uma moto com este volume e peso.
Para quem já teve a oportunidade de falar com algum proprietário de uma Gold Wing, existe uma grande probabilidade de ter ouvido o mesmo dizer que "é muito mais fácil do que parece" e serão essas e outras questões que tentarei reduzir a escrito à medida que vou fazendo a análise a um modelo que já tencionava testar há algum tempo...






E o meu "atrevimento" começou no preciso momento em que me dirijo a um dos gerentes do concessionário Motodiana e, de forma muito frontal, ainda que com um tom de voz muito baixo, lhe pergunto se haveria possibilidade de testar a nova Gold Wing...

Entre a pergunta e a resposta houve um compasso de espera suficiente para eu perceber que o conhecimento que temos um do outro e que data desde há uns anos, seria talvez insuficiente para que me fosse concedida essa possibilidade... Mas não!

A resposta foi - mesmo com um corropio de clientes que lhe "roubavam" tempo no interior do concessionário - a de um cordial "sim" acompanhado de sorriso franco e do estender do Termo de Responsabilidade... Claro que compreendi, obviamente. Não sou nem me tomo como sendo mais do que nenhum outro cliente e as coisas têm os seus procedimentos normais.

Quando eu estava a terminar o preenchimento e sendo ele já sabedor que gosto de tirar fotografias aos modelos que testo, não deixou de imediamente dar indicações a um dos colaboradores do concessionário para que este desse uma rápida limpeza à bagger antes de eu a levar.

E foi nesse momento em que saí ao exterior e vi o empurrar "à força de braços" daquela unidade, que pensei para mim que...talvez não tivesse sido boa ideia!
O gerente captou o momento e o esforço do colaborador, pelo que subiu para a moto, ligou-a e colocou-a ao fundo da oficina para ser limpa. Foi aí...nesse preciso momento que ouvi (novamente) aquele som de motor que faz lembrar uma turbina.






Passados alguns minutos e depois e já com a moto junto a mim, o gerente voltou a "desligar-se" do que estava a fazer e entregou-me a chave...
E esta não era decidamente uma chave qualquer. Era por um lado uma peça que denotava enorme cuidado no design e por outro lado algo que tinha uma componente mais high tech, já que se tratava de uma smart key que me dispensava de a tirar do bolso.

É um tipo de sistema que eu pessoalmente conhecia, já que basta estar junto à moto, tendo a chave no bolso do casaco ou numa mochila às costas, para que o sensor dê indicação à moto e esta permita ser ligada.
Garanto-vos: isto é óptimo!

Foram feitas algumas explicações que achei bastante úteis quanto ao funcionamento de alguns dos comandos e foi aí que se percebeu, ao ligá-la novamente, que não teria muito combustível no depósito.

Pediu-me para aguardar e foi buscar algum dinheiro, juntamente com o pequeno cartão do concessionário onde estava o número de pessoa colectiva no verso.
Foi-me solicitado se poderia encher-lhe o depósito, ao que naturalmente acedi visto que estaria muito mais à vontade no teste sem estar a pensar em voltar por falta de combustível.






E é nesse momento que a magia acontece!
Estava finalmente aos comandos da nova Gold Wing, a cumprir um desejo, com as emoções ao rubro e...confesso que ao mesmo tempo com um receio enorme de estragar alguma coisa.

Saí dali então devagar (percebendo que tinha vários olhos em cima de mim) até ao posto de combustível que dista do concessionário apenas algumas centenas de metros. Caros companheiros, eu senti-me totalmente à descoberta...totalmente.

Estava a conduzir naquele momento a moto mais cara, a mais pesada, a mais confortável, a que tinha mais cilindrada e aquela que de longe contava com mais tecnologia a bordo de todas aquelas em que já tinha andado.

Nesta altura em que escrevo, recordo-me daquilo que não me saía da memória durante aquelas centenas de metros e era basicamente um misto de estupefacção com aquilo que estava a conduzir e, ao mesmo tempo, um recordar da minha assinatura no Termo de Responsabilidade... Coisas estranhas que acorrem à cabeça e que só mesmo uma mente como a minha poderia ter.

Chegado ao posto de combustível comecei logo por dar por bem empregue a atenção dada ao que me foi explicado, nomeadamente o processo para lhe encher o depósito.

Como tinha dito antes, basta ter a chave dentro do bolso para que a moto seja operável, mas neste caso temos de pressionar ligeiramente o porta luvas do lado direito para o abrir e aí carregar num botão no seu interior e que faz abrir a tampa para o depósito.






Depósito cheio, muito tempo ainda durante a manhã para aproveitar o dia e disse para mim "deixa-te de receios e aproveita".
E este terá sido o melhor conselho que o meu sub-consciente me poderia ter dado, já que posso dizer que houve naquele momento um antes e um depois que se revelou muito mais prazeroso ao longo de todo o teste. Um teste que me levou a fazer um bom número kms de estradas que conheço bastante bem.

A primeira paragem ficou a alguns Kms dali e fi-lo porque pretendia apreciar o seu design...

E a primeira coisa que se nota nesta nova Gold Wing é o trabalho que foi feito no "emagrecimento" de linhas, retirando-lhe uma grande carga visual de moto pesadona existente nas gerações anteriores.

Qualquer que seja o ângulo de que se olhe para esta moto, é impossível não perceber uma diferença assinalável em retirar-lhe o ar pesado que tinha, em torná-la mais compacta, mais dinâmica e com linhas que são, na minha modesta opinião, francamente mais consensuais e apuradas.

O look da Gold Wing preenche-se agora de uma certa sofisticação, quase como se tivesse cortado com uma boa parte do passado e olhando para o futuro enquanto moto destinada a captar a atenção de um leque de motociclistas muito mais abrangente do que até aqui.






Diria até que conseguiram dar um certo toque de desportividade a uma moto que é, toda ela e de forma assumida no catálogo da marca, como uma turística de luxo.
Os próprios escapes da moto denotam eles mesmos esse apuramento no design e vontade de lhe conceder todo um rejuvenescimento que é impossível não se notar face ao passado.

Não posso deixar de me recordar das palavras que li do Japonês líder do projecto desta nova Goldwing 2018, Mr Yutaka Nakanishi, o qual referiu aquilo que se percebe perfeitamente pelo olhar e pela extraordinária sensação de a conduzir:

“We wanted our new Gold Wing to maintain its luxury but to be a much more ‘rounded’ motorcycle. A machine as useful to its owner around the city as it is out on tour. And more exciting to ride than ever. So we started from a blank piece of paper and made the Gold Wing smaller and lighter, and added all the technological hardware and software the modern rider could wish for. Now, just as in 1975, it remains a flagship model for Honda – and we are very proud to start this new chapter for such an important name.”






E para mim, que não só tive a oportunidade de a testar como também a apreciei demoradamente, existe muito nesta moto que me leva a concordar com essa expressão de "novo capítulo na vida" da Gold Wing.

Mas esse corte com o passado no que concerne ao design, imagino - agora que a conduzi - que não deve ter beliscado em nada aquilo que sempre foi o muito conceituado refinamento da posição de condução e conforto do seu banco, quase como um convite ao relax. Eu próprio nunca me senti tão "envolvido" e com tanto conforto noutra moto, como me senti aos comandos desta bagger. E mesmo o à vontade permitido ao condutor na sua condução, é de facto de enaltecer.
E é-o pela forma como o peso está tão bem distribuído, ao ponto de ser impossível dizer que esta versão tem mesmo os anunciados 365kg em ordem de marcha.

A marca concebeu o banco com um perfil lateral descendente que também merece menção, já que para a minha estatura permite assentar de forma perfeita ambos os pés no chão e até "folgando" com um certo ângulo concedido aos joelhos para se controlar melhor o seu peso, estando parada.

O próprio espaço disponível é algo de que dificilmente alguém se poderá queixar, estando também a maioria dos comandos do guiador perfeitamente operáveis à distância dos polegares (para os que estão voltados de frente) ou os indicadores (para os que estão do lado contrário).

A firmeza do banco fez-me um pouco confusão pois esperava uma autênctica espuma que me "enterrasse" no banco...
Mas a realidade é outra, já que a densidade e firmeza devem ter sido propositadamente concebidos para que o pressionar do seu material só vá até certo ponto, mantendo uma certa consistência.

Ainda sentado, é impossível não nos darmos conta do gigantesco túnel central e que descreveria como uma só peça que se prolonga desde a extremidade do banco até ao cockpit.






E chamar cockpit e não painel de instrumentos não é neste caso pelo mero uso de um "inglesismo", mas sim porque aquilo que nos é apresentado remete para esse tipo de justa comparação...

Existe de tudo e de forma suficientemente legível num enorme ecrã TFT de 7´ polegadas, capaz de produzir um alto brilho com 8 níveis de selecção possíveis, de maneira a conseguir ver-se mesmo sob uma fortíssima luz directa de um sol de Verão, e onde podemos ter acesso a coisas tão variadas como o belíssimo sistema de navegação, o acesso ao Apple CarPlay e que permite aos utilizadores de equipamentos iPhone a ligação com a moto para apresentar os contactos da lista telefónica ou a playlist favorita, um sistema de audio capaz de produzir valentes decibéis (como pude verificar por momentos), alterar diferentes parâmetros, ou aceder ao telefone através da conectividade Bluetooth ou até mesmo a várias outras opções todas dispostas em quadros facilmente identificados e em que rapidamente é apreendido o seu funcionamento.

Deixo no entanto ressalva que apesar de o ecrã TFT se ver de forma extraordinária, náo tenho igual opinião quanto aos dois pequenos mostradores auxiliares com informação do tipo digital, colocados nas extremidades, os quais sofrem um pouco com os reflexos, dificultando a leitura em algumas situações.
 
No que toca aos restantes comandos, tanto os que estão nas extremidades do guiador junto aos punhos, como aqueles que se encontram no topo do túnel central, foi também tido em conta o claro desejo de retirar um look excessivamente preenchido e confuso do passado, por forma a conceder agora um ar um pouco mais "limpo" e intuitivo.

De qualquer forma, mantém-se a possibilidade de aceder a vários comandos localizados no topo do túnel central e com relação directa com a informação disponível no painel TFT, assim como também um botão para os punhos aquecidos e que imagino dê um jeitão numa viagem por um país onde o Inverno rigoroso faça dessa a melhor feature da moto. Isto sem esquecer o banco aquecido para condutor e pendura, ainda que neste caso reservado para a Tour.






Uma palavra para a pintura matte e que nesta moto...não me conseguiu cativar "por aí além".
Nesta bagger e que já terão visto algumas fotos que deixei, trata-se da designada "Matte Majestic Silver Metallic" e que na minha humilde opinião fica algo longe do impacto conseguido com aquela que pude ver na versão Tour, ou seja...a fabulosa, a muito cativante cor "Candy Ardent Red and Darkness Black Metallic" e que concede à Goldwing uma presença muito marcante.

A certa distância a cor cinzenta desta bagger até resulta, mas quando estou mesmo junto à moto, aquela pintura cinza não me diz que pertence a uma moto de mais de duas dezenas de milhar de euros.
Admito que poderá ser um pouco controverso o que vou dizer, mas mesmo sem denotar quaisquer falhas na mesma, não me parece uma pintura diferente - em termos de impacto visual - daquela que vejo num moto que custe 1/4 do valor desta.

Mas ainda tenho nova crítica a fazer, se bem que a culpa não é do modelo em si...

Passo a explicar:

Quando abrimos o catálogo da marca no site online, encontramos este modelo à venda com uma única cor, coisa que não acontece com as duas versões Tour, que disponibilizam um total de quatro cores.
Mas onde quero chegar é que acho bastante estranho (ia escrever inconcebível...) um cliente ter de se cingir à aquisição da Gold Wing bagger em Portugal apenas numa única cor, quando já a vi online com outras cores fabulosas. Pelo menos é isto que indica o site da marca (uma só cor para a bagger), já que de outra forma terá de se gastar uma pequena fortuna para a pintar se acaso não se apreciar o cinzento, ou então recorrer a uma encomenda especial e que, a bem dizer, não excluo que seja possível.






Outro elemento que tem muito desta cor cinzenta são as malas.. Elas são aliás totalmente à cor da moto e estão perfeitamente inseridas no design.
Fazem parte da sua linguagem estilística e acrescentam valor àquilo que bem se sabe, ou seja, a possibilidade de transportar alguma carga.
E o mencionar "alguma carga" numa Goldwing tem sempre algo de relativo, pois mesmo tratando-se de uma bagger, permite ainda assim uma capacidade que fica bem ilustrada pelas fotos que tirei. Faço no entanto notar que é dito em algumas publicações que terá sofrido algum decréscimo na capacidade, coisas que não tenho forma de atestar.

A abertura fiquei a saber que se pode fazer atraves do comando da chave (que não experimentei) e através de um pequeno botão no topo e que leva a um abrir tão suave e certinho no descer da tampa da mala, que me fez voltar a fechá-la e a testar novamente. O resultado foi o esperado: fez exactamente igual, numa abertura que parecia computorizada no tempo e no modo de abertura.

Faço ideia do tempo que terá levado os Engenheiros da marca a conseguir algo assim, tão certinho... Mas não deixa de me criar também a dúvida se é algo que assim vai permanecer ao longo de meses ou mesmo anos, ou se ao invés disso vai perdendo desde cedo aquela funcionalidade e brilhanticmo de operação que me faz lembrar ter saído das mãos de um engenheiro "Takumi", que significa em Japonês...artesão.
De qualquer froma, impressionou-me.






Mas onde eu senti a maior expertize de todas foi claramente no motor e que aqui merece umas palavras de forma autónoma.

O tratar-se de um motor de 6 cilindros não é novidade, mas este bloco que parece deitado junto aos nossos pés enquanto conduzimos e que conta com uns impressionantes 1.833cc, foi redesenhado face ao que existia na anterior geração do modelo.

Claro que a sua arquitectura manteve os cilindros opostos (dispostos horizontalmente), mas os engenheiros da marca colocaram agora 4 válvulas por cada cilindro em vez de apenas duas (tem portanto um total de 24 válvulas) e conseguiram o feito extraordinário de o "emagrecer" nuns muito relevantes 6,2Kg. Este compactar das dimensões do motor e dimniuição do seu peso concorrem, juntamente com outros aspectos da arquitectura da própria moto, para a tal redução do peso total deste modelo e que mencinei mais acima.

A própria potência e binário também subiram, já que se nos recordarmos da anterior geração do modelo, a Goldwing contava com 117cv e um binário de 167Nm às 4.000Rpm. Agora a marca elevou ambos, passando a potência a ser de 127cv, com um pico de binário de 170Nm a uma rotação ligeiramente mais alta (4.500rpm).

A suavidade de conduçáo e regimes de motor possíveis com este bloco de 6 cilindros são simplesmente incríveis...é algo fenomenal!

Só para terem ideia, a rolar em 6ª o motor vai a 100km/h certinhos com o ponteiro das rotações em cima das 2.000Rpm e numa desconcertante suavidade de rolamento que são um autêntico "cartão de visita" para aquilo que é o feeling possível de receber de uma moto neste segmento.

A esta velocidade e neste regime, numa completa ausência de vibrações, a Gold Wing mostra como domina por completo aquilo que é o conforto em 2 rodas. E quando ouvia um proprietário de uma Gold Wing dizer que na condução de uma moto destas se esquece o peso da moto...agora percebo-o perfeitamente porque é pura verdade! Roda-se punho e a moto responde de imediato, parecendo brincar com aquilo que são na verdade, neste modelo bagger, cerca de 365Kg de moto mais 78Kg do condutor, num total bem próximo dos 450Kg e que senti sempre serem levados sem esforço algum.






Existe força em qualquer mudança para impulsionar a moto de forma suficientemente expedita e a forma como reage ao rodar do punho oferece uma grande confiança, ao ponto de ter explorado alguns momentos muito curtos onde puxei mais pela moto e não se negava nunca a prendar-me com uma desenvoltura apreciável.

Tenho aliás os maiores elogios a fazer a este motor, porque realmente é em toda a linha um bloco perfeitamente adaptado a uma condução rápida e confortável num segmento onde o seu cliente alvo procura precisamente esta souplesse, esta elasticidade mecânica que não dá parte fraca na força de cada mudança e que permite uma condução despreocupada q.b.

Mesmo sem ter andado em estrada de montanha, estou convicto que qualquer inclinação será "digerida" com a maior das facildades por este bloco de 1.833cc e 170Nm de binário...

Outro aspecto a merecer menção, mesmo sendo algo que pode ser considerado por muitos como relativo para um modelo como estes...é o seu consumo

E por que razão o menciono?
Bem...se não fosse mesmo surpreendente aquilo que fez, provavelmente nem sequer seria algo de que falaria pois iria tomar como normal esta moto consumir uns 8L a cada 100Kms, a velocidades de estrada e A.E.. Mas quando esta unidade, com o motor e peso que tem, apresenta uns mais do que satisfatórios 6,3L/100kms, então devo dizer que me impressionou.

Obviamente que não andei com ela em cidade (onde não duvido que o consumo iria disparar) por receio de que a minha pouca habituação ao modelo me fizesse ressentir o peso a muito baixa velocidade e também devo mencionar que os "picos de velocidade" mais elevados em que andei com esta bagger, foram poucos e apenas por breves momentos...mas este motor de cilindros opostos mostrou uma faceta muito contida nos consumos a velocidades de cruzeiro e na sua grande maioria até 120Km/h em estrada aberta.






Termino este capítulo do motor para mencionar algo que por certo muitos não saberão, mas a verdade é que a sonoridade mostra-se algo diferente quando estamos "do lado de fora" e...quando estamos a conduzir a moto.
Por certo os que chegaram até aqui e conseguiram ter a coragem de ler todas estas linhas, recordam-se de eu ter mencionado quase no início um som que se assemelhava a uma turbina, tipo motor de jacto.

E é de facto isso que acontece ...quando alguém conduz a moto e nós estamos a alguns metros da mesma.
Porém e não sei explicar de outra forma, o som sofre uma certa transformação, onde aquele sopro vindo do motor e tão característico da Goldwing se mistura com um trabalhar mais comum...mais mecânico.

Náo é que seja desagradável por ter sofrido essa mutação e em que o som turbinado fica mais abafado pelo trabalhar mecânico, mas oportunamente terei oportunidade de deixar um vídeo muito curto onde se percebe esse trabalhar quando estou junto à moto...






Quanto à transmissão e apesar de eu ser assumidamente um fã do sistema DCT e do funcionamento cada vez melhor e mais inteligente da transmissão automática de dupla embraiagem da marca, a verdade é que será muito difícil encontrar falhas à caixa manual de 6 velocidades montada na Gold Wing.

Estamos a falar de uma transmissão muitíssimo precisa, diria mesmo à prova de erro tal a perfeição e ausência de esforço com que entra cada relacão.
Esta manual de 6 com transmissão final por veio consegue "casar" na perfeição com o enorme motor e, como seria de esperar, o próprio accionar da embraiagem é bastante suave de operar.

Na minha saída do posto de combustível (que recordo ter ocorrido quando ainda tinha somente algumas centenas de metros feitas) houve até uma situação algo caricata, pois por um lado estava ainda a tentar apreender tudo quanto a moto me transmitia e, por outro lado, tentava perceber as suas reacções...
Pois foi isso mesmo que me fez ter um momento de indecisão, nomeadamente quando lhe tentava encontrar o ponto de embraiagem por forma a sair suavemente e a ouvir um certo silvo abafado que ela produz a baixas rotações.

E foi logo aí que eu percebi que estava a fazer tudo mal.

Isto porque a Gold Wing, apesar do peso e que mentalmente me fazia dar alguma aceleração quando parado, na verdade nem precisa dela... Nada mesmo! Basta ir largando a embraiagem e avança de forma decidida sem solavanco algum, fazendo mover toda aquela massa como se nada fosse... Impressionante!






Uma palavra ainda para a marcha-atrás (para mim também uma estreia) cujo funcionamento é bastante simples e que, por razões de segurança e por forma a evitar o accionar acidental...só fica operacional após premir inicialmente um botão e depois um segundo que a coloca em marcha-atrás.

E esta marcha atrás (eléctrica), como seria natural e expectável, faz recuar a moto de forma lenta (diria no máximo 2km/h...mas seguramente menos) e permitindo que os pés vão acompanhando sem atrapalhação a manobra desejada. É simples, é eficaz e...garantidamente necessário numa moto com este peso, já que o mais pequeno ângulo iria fazer-se notar e de que maneira, caso tivessemos de fazer algum movimento de pernas. Diria mesmo que seria impossível.

Este modo "Reverse" é o que está presente na bagger, mas a marca tem o sistema "Walking Mode" para "Reverse" e para "Forward" na mais equipada Tour e que permite a circulaçáo em filas de trânsito muitíssimo lentas, altura em que o motor eléctrico entra em acção e permite mover lentamente (mas mais rapidamente do que no modo "Reverse", segundo li) a Gold Wing. 

Palavra importante ainda para o acelerador electrónico que aumenta a precisão na reacção ao rodar do punho e também para os 4 modos de condução extremamente fáceis de selecionar em plena condução.
Experimentei de forma breve os 4 e designados por TOUR, SPORT, ECON e RAIN, mas diria que em +90% do percurso fi-lo em modo Tour pois o teste era todo ele de estrada e as características desta configuração permitiam-me desfrutar perfeitamente da sua condução naquelas condições.

Estes diferentes modos vão alterar diferentes caracteríscticas na Gold Wing 2018 e que não existiam em modelos anteriores, como a reacção do motor onde a sua entrega de potência está também ela interligada com o sistema HSTC (Honda Selectable Torque Control) de controlo de binário, ou o amortecimento da suspensão (na Tour, com as suas suspensões electrónicas), ou até mesmo o sistema de travagem combinado Dual CBS. No modo Sport chega-se mesmo a sentir uma relação muito directa entre o punho e o acelerador, havendo inclusivamente um amortecimento do travão traseiro que se torna mais firme.

O modo Tour diria que é um compromisso mantendo-se bom desempenho, ao passo que o modo Econ e o Rain altera os padrões para maior poupança de combustível (no primeiro) e de acréscimo de segurança em pisos escorregadios (no segundo), já que altera a reacção ao acelerador, a potência do motor e até mesmo a força de travagem, com a distribuição da mesma entre a roda da frente e traseira a assumir um papel determinante.






Como referi anteriormente, as suspensões electrónicas atrás estão reservadas para a mais cara versão Tour, mas o que existe â frente era o que me despertava curiosidade, pois mesmo a bagger conta já com esta curiosa suspensão frontal que rompe por completo com o passado. Aliás, este sistema é inédito e foi instalado exclusivamente na Gold Wing, o que se compreende já que deve ser bastante cara de produzir, fazendo eu uma pequena ideia do muito tempo envolvido e muitos milhões de pesquisa, aperfeiçoamento e desenvolvimento. Não me levem a mal no que vou dizer, mas é também neste tipo de coisas que se distinguem as marcas de topo das outras que...copiam!

E sim...eu confesso que numa das paragens espreitei por baixo no espaço entre a roda e a zona inferior da carenagem para ver se conseguia perceber aquele sistma que a marca designa por double-wishbone e que concede também ao modelo um look diferente do que é normal, já que não existem os normais...garfos de suspensão dianteira.

O sistema é feito por um só braço com um diâmetro assinalável e que termina num intrincado sistema que trabalha na zona superior e escondido do olhar.
Segundo a marca, esta solução trás alguns benefícios...

Um deles tem que ver com a reduçáo das vibrações passadas para o guiador e que a marca alega ser de menos 30% face à configuração que tinha anteriormente. Mesmo sem nunca ter andado antes de Gold Wing para poder comprovar a veracidade de tal alegação, uma coisa é inegável: Não me lembro de ter conduzido outra modo com este nível de suavidade e ausência de vibrações!!






Outra das vantagens tem que ver com os ganhos de espaço na zona frontal e na consquente maior liberdade permitida em poder mover o motor, de forma a encontrar o melhor compromisso na distribuição do peso, até porque se nos lembrarmos...uma Gold Wing pode ser confrontada com muito peso sendo moto de turísmo e com malas integradas.

Mas ainda existe outra vantagem deste sistema double-wishbone e que tem que ver com os ganhos obtidos na estabilidade e controlo da moto face ao que tinham anteriormente, já que com este sistema a marca afirma conseguir que o trabalhar da roda se faça sempre de forma direita, ao contrário do sistema telescópico em que a roda ao vir para cima e em direcçáo à moto (no trabalhar da suspensão), altera também a própria distância entre eixos.

Ora eu tive os meus momentos em que puxei de forma mais forte pelo motor (de forma breve, obviamente...até porque nunca me esqueci da responsabilidade daquilo que tinha em mãos) e a moto mantém uma serenidade e uma compostura em estrada que é no mínimo referencial. Quando circulamos acima dos 160Km/h - e reforço que o fiz apenas por alguns momentos - a forma como tudo se desenrola de forma serena e como as imperfeições da estrada são "digeridas", demonstra um efectivo trabalho e que por certo passou por um estágio de desenvolvimento e apuramento bastante criterioso para se ter este nível de performance.

Perfomance essa que é capaz de manter uma muito boa velocidade de cruzeiro com a máxima eficácia e filtragem.
Mesmo em travagem o afundar não se faz com uma "compressão" (coloquei entre aspas propositadamente) que transmita falta de eficácia ou curso demasiado curto para o peso da moto, não se sentindo igualmente de modo muito notório aquilo que é a descompressão característica das suspensões telescópicas e que produzem um recuo quando voltam à sua posição normal. Isto porque é um sistema diferente e cujas reacções sáo também elas, em certa medida, diferentes do que existe com os normais garfos de suspensão. Diria mesmo que nunca a senti a "afundar" tanto como noutra moto que já conduzi...






A acompanhar as capacidades deste motor, temos uma aerodinâmica muito apurada e em que a marca alega ser 11.8% mais eficiente do que anteriormente.

Não tendo forma de atestar se é ou não verdade, sou no entanto levado a crer que o trabalho levado a cabo só pode ser francamente bom, já que por um lado esta eficiência aerodinâmica auxilia o modelo a fazer um consumo baixíssimo e, por outro lado, consegue canalizar de forma quase perfeita o fluxo de ar em volta do condutor por forma a fazer-se notar de forma mínima.

Somente a partir do momento em que as velocidades aumentam para registos suficientemente para lá da velocidade máxima legal em Portugal é que o vidro se percebe que poderia ter mais uns 3 ou 4 centímetros, mas mesmo aí nessa situação a Honda disponibiliza para a bagger a solução com um vidro opcional maior...com o correspondente acréscimo no preço.

Ainda sobre o vidro frontal, de accionamento eléctrico, o mesmo faz-se de forma contínua e sem quebras. O que quero dizer com isto é que não existem posições pré-definidas, já que poderemos colocar o vidro à altura desejada com controlo absoluto da posição. Diria que é permitido um ajuste quase ao milímetro...


Ao nível da travagem pouco terei a dizer, pois com excepção de um par de travagens somente para ter uma opinião mais formada daquilo que tinha em mãos, todo o percurso foi levado a cabo com um uso absolutamente normal.

Ainda assim existe uma curiosidade que merece menção e que não sei se será do conhecimento de quem tem lido estas linhas todas que por aqui deixo...
É que a Gold Wing conta com maxilas de 6 êmbolos (nem sabia existirem motos com tantos, confesso), a que se junta mais uma maxila de 3 âmbolos atrás, todos eles a "morder" os discos através das suas pastilhas de metal sinterizado. O poder de travagem neste modelo é, acima de qualquer suspeita, uma certeza absoluta e que os terá levado a dotar esta máquina - à semelhança de outros modelos da marca - também com ABS-CBS (Combined Braking System).






A nova Gold Wing foi uma experiência absolutamente fantástica e que me levou a fazer algumas dezenas de Kms com o expoente máximo de conforto até hoje por mim sentido a bordo de uma moto...qualquer moto por mim antes testada.

Trata-se de um modelo que foi inclusivamente capaz de moldar um pouco a minha forma de pensar...já que neste momento em que estou sentado a escrever e a tentar escolher as palavras para melhor ser percebido, me faz recordar aquele romper com o seu passado e com a ideia já algo preconcebida que tinhas.
E rompe com esse passado essencialmente por se tratar agora de um modelo bastante rejuvenescido e onde pude viver uma experiência imensamente agradável de a conduzir em estrada aberta, acrescendo a isso (na minha opinião) a capacidade de agora atrair um número muito mais vasto de clientes.

Se antes até teria - e acaso escrevi - uma opinião algo contrária ao que vou dizer, neste momento de reflexão final direi que já não me parece enquadrar-se apenas como um modelo destinado a espíritos algo "aventureiros" e que decidem pegar nas suas coisas para partir à descoberta por vários dias ou mesmo semanas na estrada.
A sua imensa disponibilidade de motor, o conforto, os vários gadgets, a protecção aerodinâmica e também uma eficácia e solidez bastante notórios no digerir kms atrás de kms, são o bastante para qualquer um retirar uma enorme satisfação na sua condução, mesmo sem ter de destinar o seu percurso a "uma volta pela Europa".

Diria mesmo, em jeito de conclusão neste test-ride que muito poucos terão a coragem de ler de forma integral, que a nova Gold Wing conseguiu, como muito poucas, operar em mim algo ao nível da mente...um certo provocar do desejo de voltar a conduzir uma...de um dia poder ser proprietário de uma Gold Wing.

O Dr. Sigmund Freud, médico neurologiosta e, como muitos saberão, criador da psicanálise, disse algo como "Desejo é o impulso de recuperar a perda da primeira experiência de satisfação"...

Pois bem...
Desde que a conduzi que foi uma moto capaz de preencher a minha mente de boas recordações e do tal desejo que aguarda - por enquanto pacientemente - por poder ter a satisfação de voltar a estar aos comandos de uma.






Agradecimento:
- À simpática e sempre disponível equipa/colaboradores (e gerentes) do concessionário Motodiana, que me permitiram testar esta fantástica moto.
« Última modificação: 14 de Setembro de 2018, 00:12 por Sapiens21 »

Offline Paulo Silveiro

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #1 em: 13 de Setembro de 2018, 15:35 »
Para mim, a melhor touring do mercado, para além do preço assusta-me o peso mas pelo que tenho lido, torna-se muito fácil de conseguir.

Engraçado que, com o avançar da idade, começo a gostar de motas deste tipo…. _pensador_

Com grandes motores, mas potências comedidas, mais indicadas para rolar durante muitos quilômetros, com muita tranquilidade e conforto.  _pol_

Gostei de ler Sapiens  _pol_
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Offline LeoLopes

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #2 em: 13 de Setembro de 2018, 15:59 »
No fim do mês ....vou lhe por as mãos em cima  _Rolley_ 

Offline Sapiens21

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #3 em: 13 de Setembro de 2018, 18:00 »
É uma moto muito especial e que gostaria que toda a gente tivesse a oportunidade de sentir o que é conduzir algo assim...com um motor 6 ciclindros, com 125cv e 1.833cc. Sempre pronta a devorar Kms e com enorme conforto de rolamento.  _pol_ _pol_

saraiva

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #4 em: 13 de Setembro de 2018, 18:10 »
E haver uma de alguém daqui do CPM era top  _pt_

Offline Sapiens21

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #5 em: 14 de Setembro de 2018, 00:16 »
Entretanto e quando fui rever um dos meus vídeos (bem pequenos) para colocar no YouTube e por aqui postar, apercebi-me de um lapso meu quanto ao consumo médio indicado e que, dado ter feito este teste há umas boas semanas atrás, só poderei entender como tendo feito confusão com algum dos vários dados possíveis de ser encontrados nos menus do ecrã TFT.

Como a honestidade daquilo que escrevo nos meus testes é para mim um valor que prezo e me apercebi agora do lapso, irei assim desta forma corrigir o número mencionado no teste e indicar os correctos 6,3L/100kms apresentados, numa altura em que já teria feito seguramente 40kms quando naquele local realizei o vídeo.

Aqui deixo para poderem ver o pequeno vídeo que fiz e numa zona bem bonita (Herdade da Mitra), onde decidi experimentar alguns dos seus gadgets. ;)

Espero que apreciem.
O vídeo é pequeno e serve apenas para terem ideia, já que a informação possível de encontrar nos menus e depois disso nos sub-menus, é muita...

VÍDEO:

Ccarvalho

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #6 em: 14 de Setembro de 2018, 16:22 »
E haver uma de alguém daqui do CPM era top  _pt_

E há, só não é deste modelo mais novo.

Offline moto2cool

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #7 em: 14 de Setembro de 2018, 17:24 »
Excelente relato como aliás já estamos habituados :)
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Offline LeoLopes

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #8 em: 30 de Setembro de 2018, 22:54 »
Realização da parte de um sonho !
Teste drive a Gold Wing Bagger e a DCT







Vamos lá comerçar a fazer um mealheiro até a reforma  _pensador_ sim porque não ganhei o Euromilhões ..... e toca a sonhar que é possivel  8)

Offline fastnet

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Re: Test-Ride: Honda GL1800 Gold Wing (bagger)
« Responder #9 em: 01 de Outubro de 2018, 10:38 »
Mais um bom texto do Sapiens  _pol_
Obrigado pela partilha
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CB500s, a tímida