Autor Tópico: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)  (Lida 6672 vezes)

Offline karloxilva

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Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« em: 14 de Fevereiro de 2017, 11:39 »
Em primeiro lugar, algo que quero deixar à consideração dos Moderadores do Fórum:
Este texto foi começado para ser uma resposta a um anúncio de mais uma petição. Conforme verificarão, acabou por se estender e sair do tema da "Petição".
Apercebi-me de que estava a fazer uma reflexão e seria injusto para quem meteu o "post" sobre a Petição, colocar-lhe uma coisa com um "peso" destes.
Todavia, entendo que abaixo há algumas coisas que devíamos discutir calmamente.
Foi por isso que fiz esta entrada separada. Se o fiz bem ou mal, deixo-o sem dramas ao critério da Moderação do Fórum.
Obrigado.


É nestas coisas que vemos que a comunidade motociclística anda tão entretida em fóruns tribais de tipologias de motas e de marcas que não discute outras matérias importantes. Se compararmos com os automobilistas, que têm associações que são força de influência/pressão (vulgo "lobbying") junto do Poder, os motociclistas ainda estão a anos luz de alguma organização que não a das "concentrações" e "desfiles".

Faz lembrar o caso das ainda mal-explicadas Inspecções. Um clube decide avançar para o centro de Lisboa. Será que contactou os principais fóruns onde a malta de duas rodas se movimenta? Depois, segundo o que li e ouvi, salvo raras excepções, um discurso mal articulado. Ouvimos argumentos contra as inspecções que não lembram ao "arco-da-velha" e que têm os condão de isolar a simpatia das pessoas.
Inspecções, chegámos sequer a discuti-las?
Temos aqui no nosso fórun alguns "posts" onde isso foi aflorado. Há quem seja contra (por várias razões, mais um encargo, a falta de transparência de ser a associação do sector quem coloca na imprensa o assunto e não o governo...) e quem lhes visse alguma vantagem (a possibilidade de detectar anomalias que as oficinas não procuram porque querem baixar os preços das revisões, a compra de motas em segunda-mão com mais confiança).
O que (ou)vimos foi alguém dizer "Nã, os motociclistas são mais responsáveis, por natureza fazem bem a manutenção às suas motas"... A sério companheiros? Todos?

Depois, lembro que quando foi transcrita para Portugal a Norma Europeia, vulgo "Lei das 125", estas motas/scooters eram isentas de IUC.
Porquê? Porque esta lei tinha como fito convidar os automobilistas a usarem uma "125" ao invés de um carro para circularem (em especial) nas cidades. Nos países mediterrânicos ou próximo dessa realidade, como o nosso, o clima permite andar de moto (quase) todo o ano.
Passar um número razoável de pessoas dos carros para as "125" tem um efeito positivo a diversos níveis: menos espaço ocupado pelas viaturas nas cidades (a maioria dos carros transporta apenas um passageiro), menos poluição (quando toda a Europa se fazem normas para retirar os carros mais antigos dos centros urbanos...); ligado à anterior, menos consumo de combustíveis (com uma influência positiva directa num dos itens que afecta mais a nossa economia)...
O "convite" da lei era claro: "Deixa o teu carro em casa, anda de 125; não pagas IUC porque já pagas o do carro que queremos que não circule".

Pouco tempo depois, o governo anterior lembrou-se de estender o IUC às "125". Ao invés de provocar um levantamento, o que se ouviu à típica maneira "tuga" (eu não sou "tuga", já expliquei porquê) foi o "Acho muito bem, eu também já pago" dos que tinham motas de cilindradas superiores, ou o derrotista "É só 5 euros" de outros que não se aperceberam ou importaram que o que importava era o Princípio da Coisa.

Mais uma vez, a comunidade motociclística ficou a ver passar navios.
Nem se importou que a ponte que passa sobre esses navios exige que uma "125" pague tanto como um SUV (automóvel) para a atravessar, "Eu já resolvi, tenho desconto". Mais uma vez, ninguém se preocupou com o Princípio da Coisa: os motociclistas, à face da Lei que regula as portagens para os carros (peso, altura, etc) estão ser discriminados.

Falta proporcionalidade à Fiscalidade, certo.

Na minha opinião, petição avulsas que resultam do estado de humor de alguém e não de uma Atitude Organizada de Cidadãos não levam a lado nenhum.
"Toca a assinar"... 200 assinaturas depois, ela morre sem sequer ver a areia da praia... e quem a assinou já nem se lembra de o ter feito... até alguém se levantar outra vez de mau humor.

O exercício do Direito de Petição deve ser encarado de forma mais séria.
Se é para fazer uma petição faz-se à séria para ter consequências. É por isso que não assino mais petições avulsas cuja origem desconheço.

Para não ser mal interpretado:
Assinarei uma que resulte de um debate com tudo o que é clube motociclista com alguma importância neste país. "Impossível"?

Para que isso aconteça, basta que um clube redija um texto e que este seja debatido no sentido de o tornar o mais abrangente possível - mas centrado no assunto concreto que se quer alterar, uma coisa séria não um texto tipo "desabafo de taxista".
Depois, texto assumido pela comunidade (hoje em dia até se pode fazer voto electrónico - o meu sindicato manda-me inquéritos que põe nos "surveymonkey" para saber a opinião dos sócios), fazer uma campanha séria: Mandar o texto para os outros clubes, tentar articular com interlocutores que tenham alguma credibilidade... mandar textos para os "media" para que não seja um troglodita motorizado que eles desencantem na rua a falar em nome de todos (os Me(r)dia gostam de fazer isso para caricaturar as lutas com as quais não simpatizam...), pedir audiências com partidos, se for caso disso, fazer as tais concentrações e desfiles, de forma cívica, controlando os palhaços de ocasião que só vêm provocar ou mostrar a sua necessidade de afirmação quais "tenagers" com problemas hormonais (para contrariar aquele "cliché" de que somos gente egoísta que não respeita nada) Sobretudo, dando a ideia daquilo que nos trouxe às duas rodas (ou três...): "A Viagem vale mais que o destino, A Vida só se vive vivendo".

Quando entenderem fazer algo assim, contem comigo.
« Última modificação: 14 de Fevereiro de 2017, 11:53 por karloxilva »
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Offline pjose

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #1 em: 14 de Fevereiro de 2017, 13:26 »

Excelente reflexão sobre o (mau) estado das coisas.  _palmas_ _palmas_ _palmas_


Offline José Bairrada

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #2 em: 14 de Fevereiro de 2017, 14:32 »
Concordo quase na totalidade da reflexão, aliás no local onde vi a petição do IUC, comentei que argumentação era muito fraca, no entanto nos comentários de alguns signatários estão lá informações muito válidas, decidi partilhar a petição, porque se conseguirmos levar a discussão á assembleia melhor, se não conseguirmos, também não prejudicámos ninguém.

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Offline Paulo Jorge Lopes

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #3 em: 14 de Fevereiro de 2017, 14:35 »
 _convivio_ Olá boas

Apesar de eu também fazer parte dos que não têm 125

espero que o cc não mande para o lixo o texto do companheiro Karloxilva

como os companheiros que postaram e que também são utilizadores de mais cilindrada estou totalmente de acordo

a descriminação é ridícula somos tratados como algo que só importa para dar lucro

ao invés de os governos copiarem também o que se faz com os motociclistas nos outros países

e não trazerem só o que há de mau para prejudicarem o pessoal

um exemplo foi um ministro que andava de scooter e foi proibido

porque era uma vergonha um membro do governo chegar de capacete

para passar a andar de carro com motorista e seguranças porque até parece que neste país passam a vida a ser atacados

e em certas reportagens na tv vemos ministros de outros países com mais €€€ do que nós a ir de bicicleta para o parlamento

é por isso que vamos continuar a ser sempre os melhores nas coisas más e os piores nas coisas boas

abraços
Paulo J. Lopes

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Offline mauricius

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #4 em: 14 de Fevereiro de 2017, 14:36 »
Uma dura e triste realidade reflectida num bom texto

Parabéns Companheiro se todos pensassem assim dessa forma não estariamos como estavamos... _palmas_ _palmas_ _palmas_

Boas Curvas  scooter_

Online Americano

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #5 em: 14 de Fevereiro de 2017, 16:08 »
Tambem estou de acordo com a reflexão do companheiro Karloxilva em quase tudo que foi dito e como uma chamada á realidade
que vivemos.

Eu pensei várias vezes noutra coisa que pouca gente fala.....o preço do DOCUMENTO UNICO (IMT) que é igual aos automoveis,
nunca vi uma petição para baixar do valor de 65€, o qual acho um abuso para uma moto.

Isto são coisas que provavelmente não vão mudar com os governantes que temos.   _pensador_

Boas curvas a todos   scooter_
Vive a vida um dia de cada vez mas respeita tudo e todos
assim vives mais tempo.

TMaxer

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #6 em: 14 de Fevereiro de 2017, 16:59 »
As pessoas querem tudo... querem saúde, educação, justiça, etc de borla até aí tudo bem e depois continuam a querer mais coisas: piscina municipais em cada aldeia, areas verdes no seu bairro, ciclovias, animacao cultural, etc etc e até aí desde que equilibrado tambem tudo bem...

o problema é quando ha uma perca desse equilíbrio e se começa a fazer disparates, e os eleitores completamente alheios a como se governa se deixam encaminhar para becos sem saida...




Nao há almoços gratuitos e como tal algumas más politicas tem de se pagar... é óbvio que 65€ por uma mudanca de registo ou umas centenas de € por um IUC sao um absoluto roubo, mas alguém tem que pagar os disparates e o estado nao pode ir buscar dinheiro a quem não tem, pelo contrario, a esses que sao uma maioria o estado tem que lhe dar qualquer coisa, tanto para lhes comprar um voto como para evitar estatisticas que sao embaraçosas, por isso é a quem tem que eles tem que ir buscar... taxando directa e indirectamente, e usando todas as desculpas para onerar o cidadão com um taxa ou uma contra ordenação que o torna devedor do estado  _pol_contribuindo assim extraordinariamente para os disparates que se fizeram e vão fazendo  _pol_


Como motociclistas, infelizmente pagamos muitos e comemos pouco... como alguém já disse, não há sentido de união (mas isto é problema endemico do nosso pais) nem ha qualquer organizacao que defenda os nossos direitos... como tal, ha que continuar a ir alegremente pagando  _Rolley_

Offline Resmungão

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #7 em: 14 de Fevereiro de 2017, 17:43 »
As grandes obras permanecem para sempre,
Tal como este excelente texto de reflexão, parabéns pela partilha, concordo plenamente.

Ps... porque haveria o CC de apagar um texto destes...!!! _pensador_
A pressa é inimiga da perfeição, não tenhas pressa..!!

Offline karloxilva

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #8 em: 14 de Fevereiro de 2017, 18:47 »
Boas.
Que não se depreenda do texto um qualquer remoque contra o facto de se pagar impostos. Como defensor de um Estado Social, sei que qualquer Estado por mais bem gerido que seja só tem uma forma de pagar o Ensino Público, o Serviço Nacional de Saúde, as tais piscinas municipais, e até as estradas, e ainda cumprir a obrigação civilizacional de apoiar os mais enfraquecidos socialmente: através dos impostos. Não há volta a dar. O reverso deste sistema, conheço-o bem, é ver como um país que é capaz de fazer explodir um outro qualquer país no outro lado do planeta é capaz de deixar morrer cidadãos por falta de assistência médica. Sim, falo do EUA e de todos os outros que transformaram em negócio a satisfação das necessidades humanas mais básicas. Um Cidadão de um país decente tem Direitos e Deveres para que esses Direitos possam existir, um "Cliente" só tem direito àquilo que pode pagar.
Como já disse, o que eu entendo é que o pagamento de impostos deve ter alguma racionalidade e, sobretudo, proporcionalidade. É isto que faz um sistema fiscal evoluído: a proporcionalidade. Enfim, ser Justo. É isso que infelizmente ainda não vejo no nosso país e, o que me irrita mais, ter visto vender ao desbarato património construído à custa de todos para satisfazer algumas pessoas que parece que estão acima da lei que rege o comum dos mortais. Desculpem o desabafo.
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Offline NunoMM

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #9 em: 14 de Fevereiro de 2017, 23:26 »
   Colega karloxilva,

   Apoiado e subscrevo praticamente tudo!

   Cumprimentos e continuação de bons kms para ti.
Todas as grandes viagens começam com um pequeno passo.

Offline Saboga

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #10 em: 15 de Fevereiro de 2017, 00:13 »
O problema (ou um dos problemas) é que a "maquina" estado consome para funcionar grande parte dos proveitos obtidos com os impostos.
O custo de funcionamento estatal é enorme.
Vai demorar, algumas gerações, para que se consiga emagrecer o suficiente. Mas passa principalmente por mudar mentalidades.
Não é possível a existência de serviços públicos em todo o lado. Isso custa dinheiro, dinheiro que não temos.
Um sistema fiscal justo e equitativo é quase uma utopia. A mudança depende de cada um de nós, do quanto estamos dispostos a contribuir para que tal aconteça. E o contribuir deve-se "ler" com trabalho.

Resumindo que já está confuso qb, concordo com o autor do tópico na generalidade.

Enquanto "sector", seria importante a existência de organismos que representem os utilizadores de motociclos junto das entidades competentes.

Um CPM ligeiramente diferente poderia ser esse organismo.
Mas como referi, depende de cada um de nós e do trabalho que cada um de nós está disposto a abraçar.

Bom tópico Karloxilva.
"O sábio pode mudar de opinião. O ignorante nunca."
Immanuel Kant

Offline José Bairrada

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #11 em: 15 de Fevereiro de 2017, 09:41 »
Quem manda no CPM, somos nós todos.

A essência e o sucesso do CPM, é mesmo esse, é que não há donos, todos nós que fazemos log in, somos os responsáveis pelo CPM.
A hipótese de deixar de ser apenas um clube virtual pode acontecer, mas essa mudança tem muitas implicações e alterações, que não são as que me fazem permanecer no CPM.

O ACP que é um clube que defende o sector automóvel e que tem um elevadissimo número de associados, não consegue reverter algumas politicas que lesam o sector, não acredito que o CPM consiga mais força sozinho.

Podemos todos nós motociclistas fazer pressão para que a Federação de Motociclismo consiga fazer lobby motociclista de forma mais eficaz, penso que será mais esse o caminho, porque não será o CPM ou um qualquer outro clube, que isoladamente conseguirá algum resultado.
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Offline José Bairrada

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #12 em: 15 de Fevereiro de 2017, 10:25 »
Sim, é de vocês todos que referia ... claro..    _Rolley_ o CPM pode ser de todos, e todos podermos contribuir para que seja melhor, é uma realidade, mas como em tudo tem de haver quem mande..senão era a anarquia total (não é uma critica)  _pol_

Não é Vocês, somos Nós, todos juntos. Não há quem mande, há quem mantenha o fórum arrumado e faça cumprir regras e essas pessoas todos os anos mudam.
É uma espécie de anarquia que temos no CPM e tem sido um sucesso.

Talvez tenha razão, mas o ACP (do qual sou associado), também me parece mais preocupado com a organização do Rally de Portugal e com as ambições politicas do seu Presidente, do que realmente lutar pelos seus associados. O Dia Nacional do Motociclista, o Lés-a-Lés entre outros tem a chancela FMP e não são corridas e porque não lançar o desafio á FMP, para ser algo diferente?
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JViegas

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #13 em: 15 de Fevereiro de 2017, 10:53 »
Um tema muito interessante que nos trazes karloxilva e que deve servir de reflexão de todos nós utilizadores de veículos de duas rodas.

É impressionante a quantidade anual gasta por todos nós em impostos: desde aquisição de bens de consumo, passando por serviços essenciais e terminando eventualmente em veículos e os seus custos de manutenção.

O estado é uma máquina enorme, mas imprescindível, devendo no entanto ser melhor administrada. É esse o meu entendimento.

O IUC é extremamente díspar e pesaroso para os nossos bolsos como utilizadores de duas rodas.

A opção por este tipo de veículo em detrimento do uso do enlatado ou dos transportes públicos para a deslocação diária nas nossas cidades é ainda uma opção económica desde que racionalmente escolhida, no entanto sabemos que por vezes a racionalidade na escolha da nossa “companheira” mecânica não está lá.
Hoje em dia pagamos muito pela nossa mobilidade: desde da aquisição (imposto automóvel, IVA, entre outros), na sua manutenção e combustível.

Vivemos diariamente com escolhas e opções que influenciam o nosso equilíbrio orçamental. Quem é que não quer poupar para poder aplicar o dinheiro onde mais gostaria? Todos nós certamente, pois ele (o dinheiro) não cai do céu.

No entanto e apesar dos esforços que muitos fazem os impostos continuam a esmagar as nossas carteiras.

É a necessidade de sobrevivência do estado que se agarra como um polvo aos nossos braços.
Como mudar isto?

Na minha opinião é através da participação cívica. Neste caso como em qualquer outro que se abrace.
Mas tem que ser a sério!!!
Tem que ser a sério porque senão: 

“É preciso que alguma coisa mude, para que tudo fique na mesma"
https://www.wook.pt/livro/o-leopardo-giuseppe-tomasi-di-lampedusa/190813
(perdoem-me a publicidade)

E o que é que falta para que todos nós nos envolvamos?
Se calhar um projeto a sério e concreto, com objetivos reais e adequados à realidade Portuguesa.
Terá que partir de onde?
De quem nos representa? E quem nos representa?
Ou…
…o que é que nós representamos? Ou como é que queremos ser identificados?
E será que queremos ser representados?
Ou nem sequer falamos mais nisso?

Que boa oportunidade de reflexão que aqui temos…Obrigado karloxilva, mais uma vez…
« Última modificação: 15 de Fevereiro de 2017, 10:55 por JViegas »

TMaxer

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #14 em: 15 de Fevereiro de 2017, 11:16 »
A meu post tinha sido mais em linha com o post do Saboga.


Tenho todo o prazer em contribuir com parte do meu rendimento e com uma parte daquilo que consumo para os serviços de educação, seguranca, saúde, justiça, etc deste país e que algum desse dinheiro seja utilizado para ajudar aqueles que precisam: idosos, crianças, pessoas com necessidades especificas ou a passar por fases problemáticas.




Aquilo que não tenho prazer é que todos os dias me seja feito um autentico confisco dos meus rendimentos e dos meus pertences, que todos os dias seja perseguido por pessoas cuja função deveria ser garantir a seguranca e salubridade da sociedade e sobretudo enoja-me que parte desse dinheiro que sou obrigado a entregar ao estado sob pena de cometer um crime lesa-pátria seja depois utilizado para sustentar parasitas e pagar disparates de governantes, banqueiros e seus amigos.


Se eventualmente se chegou a este ponto foi porque o Povo foi leniente com quem o governa e governava  _thumbdown_ pois infelizmente ao ouvir algumas as opinioes soltas de pessoas anónimas apenas fico com a certeza que apenas se indignam com os actos daqueles que nao sao da sua cor politica e estao completamente inconscientes e ignorantes de que os actos que foram cometidos num passado próximo lhes condenou o resta das suas vidas e das dos seus filhos  _thumbdown_ _thumbdown_ _thumbdown_






RCEu

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #15 em: 15 de Fevereiro de 2017, 11:49 »
Excelente reflexão.
Apenas assinar porque sim ou porque alguém pediu e depois fica tudo na mesma.
Assinar porque o outro disse "depois não te admires de tudo ficar igual" e afinal percebermos que estamos a assinar uma petição que não resolve nada... ou simplesmente ir levantar o braço e gritar umas bacoradas e a seguir vai-se tomar umas jolas porque fica o sentido de dever cumprido, não leva a nada.


Concordo que a Federação deve ser pressionada, mas para isso o CPM também terá de ter peso suficiente na FMP e o que me parece é que isso não acontece, pois nem sequer um clube somos.
Um dia quem sabe... fica o sonho.




Offline karloxilva

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Re: Não, desta vez não assino (um texto de reflexão)
« Responder #16 em: 15 de Fevereiro de 2017, 15:18 »
"Não é Vocês, somos Nós, todos juntos. Não há quem mande, há quem mantenha o fórum arrumado e faça cumprir regras e essas pessoas todos os anos mudam.
É uma espécie de anarquia que temos no CPM e tem sido um sucesso.

Talvez tenha razão, mas o ACP (do qual sou associado), também me parece mais preocupado com a organização do Rally de Portugal e com as ambições politicas do seu Presidente, do que realmente lutar pelos seus associados. O Dia Nacional do Motociclista, o Lés-a-Lés entre outros tem a chancela FMP e não são corridas e porque não lançar o desafio á FMP, para ser algo diferente?"

José Bairrada, dixit. E "dixit" bem

Não me alongo em relação à ideia aqui sugerida por alguns companheiros de querer "algo mais" do CPM, coisa demasiado séria para eu botar opinião avulsa. Evitando acelerar a fundo com o motor frio, fico-me pelo seguro: atendendo ao que se passa por aí, é preferível ter um bom Fórum com Liberdade baseada no Respeito Mútuo do que ter uma "espécie" de clube.

Depois, não esqueçamos, todos nós pertencemos a "alguma coisa" fora do CPM. Deixo o resto à imaginação:
Há um debate na nossa terra onde há os assuntos ligados ao nosso interesse, que vamos lá e levantemos o dedo para falar; juntemo-nos com companheiro(a)s e vamos à Assembleia Municipal reclamar pelo que achamos mal, do estado dos pisos à falta de estacionamentos.
Depois de 40 anos de Democracia política, não temos de pedir desculpa por falar nem entender a permissão de o fazer como um favor.
Ao contrário do desabafo, não acho que sejam todos iguais, mas sei que todos eles estão lá porque antes de serem eleitos quiseram ser eleitos.
Com afabilidade e argumentos fundamentados ninguém ousará menorizar o que dizemos.

O facto de estarmos aqui discutindo e respeitando os diversos pontos de vista já demonstra algo do CPM.
Note-se, digo isto com o à-vontade de quem não conhece pessoalmente ninguém do CPM.

(Bem, à excepção de um certo "marafado" que anda por aí de "Branquinha" mais a sua co-piloto... )
« Última modificação: 15 de Fevereiro de 2017, 15:28 por karloxilva »
"O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm." René Descartes