Honda patenteia motor de cilindros desiguais

[Sapiens21]

Motor de cilindros desiguais...

O maior produtor mundial de motores de combustão interna está apostado em mudar as «regras do jogo». Nova patente abre leque de possibilidades para a próxima geração de motores Honda.

Desde os primórdios da engenharia há uma regra no design dos motores que nunca foi quebrada (entre muitas outras). Essa regra diz que a capacidade unitária de cada cilindro é igual à cilindrada total do motor a dividir pelo número de cilindros. Exemplo: se o teu carro tem um motor de quatro cilindros com 2.000cc, cada cilindro terá 500cc respectivamente. Brevemente poderá deixar de ser assim tão linear.

Complicar gratuitamente?
Estamos a falar de japoneses. Para eles tudo tem um propósito – menos os programas de televisão japoneses que regra geral são estúpidos. Conheces aquele “dizer popular” do “não dar ponto sem nó”? Pois bem, podia ser sobre eles.

À boa moda nipónica, a Honda quis mudar as regras do jogo e registou a patente de um motor em que cada cilindro tem uma capacidade cúbica distinta, contrariando a tal regra com mais de 100 anos! Pegando novamente no exemplo do motor com 2 litros de capacidade (2.000cc), em vez de termos um motor com quatro cilindros iguais (500cc) passamos a ter hipoteticamente um motor com cilindros de 300, 400, 600 e 700 cc respectivamente.

Para quê?
É aqui que as coisas começam a tornar-se difíceis de explicar. Esta mescla de câmaras de combustão de diferentes capacidades permite uma maior flexibilidade e eficiência do motor, quando combinada com a tecnologia de desativação de cilindros (explicada aqui).

Em vez de ter apenas a opção de desativação de cilindros de 500cc, a gestão electrónica do motor poderá decidir desativar um cilindro de apenas 300cc ou conjugar a desativação de vários cilindros consoante a necessidade concreta do utilizador naquele momento. Com esta solução, o leque de opções passa de 4 configurações possíveis para 15 configurações.

Aparentemente, todos os pistões terão o mesmo diâmetro. Por conseguinte, a diferente capacidade de cada cilindro (leia-se, câmara de combustão) será feita ao nível do design da cambota que atribuirá a cada um, um ciclo maior ou mais pequeno.

Diferentes massas em sentidos opostos não farão o motor vibrar?
Sim é uma possibilidade, mas a Honda deverá minimizar (ou mesmo anular) esses efeitos jogando com as ordens de explosão do motor, uso de contra-balanços e com o posicionamento de cada um. Se esta solução vai passar para produção? Não sabemos.

Mas as vantagens tanto em termos de eficiência como em termos de performance teoricamente existem. Além do mais, convém não esquecer que estamos a falar do maior produtor mundial de motores de combustão interna – cerca de 14 milhões de unidades ano. Não acreditamos que a Honda fosse gastar as suas energias numa solução pouco viável.

Esta patente foi sujeita a registo às autoridades japonesas em 2014 e publicada este ano.

Notícia publicada em: http://www.razaoautomovel.com/

[Jorge Valente]

Viva,

Ora aí está uma "bela" inovação que poderá trazer bons resultados nomeadamente do ponto de vista dos consumos.

Um abraço,

[TMaxer]

Interessante...


Apesar de as aplicações serem várias, não descartaria que um motor desse tipo tivesse a capacidade de ficar com apenas os cilindros mais pequenos a funcionar... Reduzindo consumo e emissões e quando fosse necessário roda-se um botão e voila: os cilindros e o power todo...

[Rodrigues]

Muito interessante mesmo, o curso diferente da cambota em metade dos cilindros também mudará o binário a baixa rotação conforme o tipo de percurso.

Poderemos ter um motor 1000 c.c. mais rotativo em AE ou um 500 c.c. em nacionais com mais binário.

Japoneses sempre a inovar 

[tparracho]

Espetáculo!! Agora resta ver é aplicações práticas para nós podermos testar. Isso é que era! 

[moto2cool]

Ainda não fechei a nova de espanto. Grande machadada na tecnologia. Parabéns Honda 

[Sapiens21]

Se este avanço na tecnologia for mesmo colocado em prática e em contexto real, pode mesmo vir a ditar que se faça um motor não com um só carácter (económico, citadino, estradista, desportivo), mas sim capaz de mudar o tipo de rendimento e disponibilidade conforme a vontade, disposição do condutor ou necessidade do momento. 

[Wilaxxx]

Se este avanço na tecnologia for mesmo colocado em prática e em contexto real, pode mesmo vir a ditar que se faça um motor não com um só carácter (económico, citadino, estradista, desportivo), mas sim capaz de mudar o tipo de rendimento e disponibilidade conforme a vontade, disposição do condutor ou necessidade do momento. 

Ou seja  um motor para (quase)Todas as motas 

[Mercurio]

Já há algum tempo que existe uma tecnologia semelhante e, na minha opinião, melhor: o motor Ilmor de 5 (sim, cinco!) tempos
Três cilindros, os externos com o dobro da capacidade do central.
Se fosse um motor de 1000cc, o cilindro central teria 500cc e cada um dos exteriores 250cc
Curiosamente, no cilindro central não há combustão, este motor tem apenas duas velas.


https://youtu.be/u0uPmrSRM7w

Inovações no campo dos motores de combustão interna não faltam, no entanto é claramente uma tecnologia moribunda.
Excluindo o problema das baterias, os motores elétricos só têm vantagens.

Sem manutenção, mudanças de óleo, radiadores, velas, filtros de ar, silenciosos, não poluentes. duradouros, potentes, leves...

A tecnologia das baterias está a evoluir nota-se claramente que o mercado está recetivo à nova vaga tecnológica.
A Tesla, marca de automóveis elétricos, quando anunciou o lançamento do seu novo modelo recebeu na primeira semana 325.000 encomendas, tornado o seu Model3 o carro com o lançamento mais bem sucedido da história. 

Bem sei, demora tempo a carregar, a autonomia é curta, cerca de 400 km mas é um principio interessante.
Quem guia um carro ou scooter elétrico fica rendido.
Por minha parte, mal posso esperar.

[Sapiens21]

A questão de "melhor" é que me deixa algo renitente na sua conclusão, caro companheiro.   

Li no site oficial a informação sobre o motor Ilmor a 5 tempos (que é também um concept, é bom referi-lo) e de facto tem muito potencial, com bons dados revelados inclusivamente em testes.

http://www.ilmor.co.uk/capabilities/5-stroke-engine

Já quanto a esta patente de cilindros desiguais agora patenteada (que me parece bastante viável), desconhece-se o seu desempenho, agrado de utilização, a sua capacidade, estabilidade e duração a longo prazo.

Ora concluir que um é melhor que outro sem se ter feedback real de um deles, ou pelo menos em contexto de testes com um concept (como foi o caso do Ilmor), parece-me ser uma conclusão prematura.

Mas uma opinião é uma opinião e também a minha pode estar a concluir por defeito. 

Sobre as eléctricas e o seu futuro na mobilidade...concordo bastante com o que referes, especialmente esta frase:

"Sem manutenção, mudanças de óleo, radiadores, velas, filtros de ar, silenciosos, não poluentes. duradouros, potentes, leves..."   

[pgomes78]

Em relação ao motor da Honda, tendo os pistões o mesmo diâmetro, a cabeça terá de ter diferentes alturas, consoante o pistão em questão? É que se a diferença de capacidade for feita pela distancia que a biela percorre, numa cabeça tradicional teríamos taxas de compressão muito diferentes em cada cilindro.

[TMaxer]

O Mercurio tem a sua razão... os eléctricos estão a ganhar momento e os motores de combustão tem o dias contados... é so esperar que comecem a ser comercializados dentro da fasquia dos 25/30 mil USD


E a beleza disto tudo, é que será a ascensao do preco de petroleo aos precos de ha 2/3 atras que certamente irá precipitar o lancamento e a adopcao de mais EV 


A parte que me deixa extremamente feliz, é que a massificação dos eléctricos irá contribuir para a baixa do preço do petróleo, a medio ou longo prazo, pois esta commodity deixará de ter a procura que actualmente tem quando a pool de veiculos electricos comecar a atingir percentagens substanciais  o que me deixará mais uns anos para eu e outros petrolheads podem gozar.

Mesmo a forma como nos deslocamos em distancias maiores distancias mudara para o electrico, com a muito provavel adopcao da tecnologia Hiperloop que consegue velocidades muito interessante com gasto de energias minimos 


Digo isto, obviamente, sem qualquer relacao especifica e directa com o motor que o Isaac aqui nos deu conhecimento.. 

[Mercurio]

Como a eletrónica é a minha profissão, alguns amigos aproveitam para tirarem duvidas e de vez em quando tenho umas engraçadas.

Há algum tempo a explicar a um amigo como funcionava um CD, um copamct disk, de musica, saiu-me a expressão "um leitor de CD não passa de uma grafonola muito sofisticada. Em vez de uma agulha tens um laser e a substituir os sulcos do disco tens uma superfície que reflete ou não, gerando assim os 0 e 1r"

Agora os leitores de CD são já algo completamente ultrapassado. As memórias solid state são simplesmente melhores e um conceito completamente diferente da grafonola. Funcionam sem qualquer movimento físico.

O motor de combustão que temos no presente não passa de, até certo ponto, uma máquina a vapor muito sofisticada.
Ok, em lugar do vapor usa-se a expansão da combustão da gasolina para empurrar um pistão mas o principio é rigorosamente o mesmo.

A tecnologia elétrica abre caminhos novos e muito promissores.
Cada vez mais cidades fecham o seu centro a viaturas poluentes e todas essas contingências irão seguramente acelerar a migração para automóveis elétricos.

Mesmo as marcas de viaturas de luxo, em que o consumo não interessa, lançam os seus novos modelos sempre com tecnologia híbrida para os seus clientes não ficarem de fora das zonas nobres das cidades.
Lembro-me do novo Koenigsegg, ou o La Ferrari.

Obviamente, não será um processo instantâneo mas tb não será lento.
Alguém se lembra de como era a vida antes do telemóvel?
Passou de curiosidade a luxo, de luxo a ferramenta cara e agora, quem não tem dois ou três numa gaveta lá em casa?

Ou os televisores flat screen?