Autor Tópico: Test Ride TMax 530 2013  (Lida 5509 vezes)

TMaxer

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Test Ride TMax 530 2013
« em: 08 de Maio de 2015, 17:46 »
A Espada Do Samurai
 
 
Este Test Ride realizado e escrito em 20 de Junho 2013, foi o meu primeiro test ride a uma maquina com mais do que 125cc se esquecermos a XJ600 com que tirei a carta. Deixo aqui o registro para quem quiser perder algum tempo a ler, em especial para confundir um pouco mais o  companheiro Paulo Silveiro  _lol_ _lol_


 

 
 
Vendedor de automóveis deve ser provavelmente uma das profissões mais desconsideradas do mundo, mas eu não deixei de me sentir alguma admiração pelo Ricardo, um dos comerciais da Motor7 quando ele me entregou as chaves da TMax branca de serviço.  _convivio_
 
 
É que eu tinha carta de moto à menos de 6 horas, e mesmo assim ele nem pestanejou ao passar-me uma maquina de mais de 10 mil € para as mãos... para alem da admiração, a sensação que também reinava era obvia: “É melhor não estragar mesmo nada, para não me meter já em despesas!”
 
 
Até este dia a minha experiência com motos resumia-se a uns 15 mil Kms com a minha X-Max 125 e uns quantos test-drives com maquinas de 125cc. E apesar de esta ter sido um tarde de verão em que até soprava uma brisa agradável, devo ter suado bastante quando tirei a T do descanso e lhe comecei a sentir o peso.
 
 
Mas os 220 Kg de peso, mais 50 do que a minha montada habitual eram apenas um dos itens que eu queria sentir, mas não era de forma alguma  um dos que estavam no topo da lista: Obviamente os 530cc, os 45 CVs e os duplos travões de disco de dimensões generosas eram o motivo principal pelo qual estava ali naquele dia. 
 
 
 
Havia também o mítico “comportamento ciclístico” da TMax sobre o qual eu já tanto tinha lido e ouvido falar e que em muito é devido à configuração da T, que ao contrario das scooters tradicionais tem o motor ao centro e em posição baixa, o que contribui para uma repartição de massas que se assemelha mais da de uma moto do que a de uma scooter.
 
 
 
Parado, a semelhança para a minha X-Max era mais do que evidente. Alguns dos componentes até são familiares pois são partilhados. Novidade era apenas a manete de travão de parque no lado esquerdo e o interruptor vermelho de corte da ignição no lado direito.
 
 
 
Os manômetros também nada tem a ver com os da X, e na minha opinião são lindíssimos com letras e leds laranjas num fundo metálico preto onde se destaca ao centro o lettering “530” e ao centro um computador de bordo com indicação de consumo instantâneo, médio e temperatura do ar. Simples mas com muita classe e um certo ar racing.
 
 
 

 
 
 
 
Apesar da scooter ser maior, a ergonomia é familiar à irmã mais pequena e quase que poderia dizer que retem o ADN Yamaha, o banco é confortável e tem uma pequena cunha de apoio lombar de que falarei mais à frente. O espaço de pernas é grande e pode-se conduzir com as pernas totalmente esticadas e digo mesmo totalmente, os meus 1,80 até se revelam demasiado curtos para aproveitar todo este espaço. 
 
 
 
Notei também que guiador é um pouco baixo mas não senti que isto tenha qualquer efeito na condução ou no conforto, certamente a Yamaha baixou o guiador para em AE nos podermos baixar e adoptar uma posição de condução “mais racing”, daí os espelhos estarem colocados tao  à frente a fim de facilitarem a sua consulta enquanto deitado.
 
 
 
O motor pega com um ruido metálico, ficando imediatamente com um ralenti um pouco anasalado. Ao leve rodar do punho obtém-se imediatamente movimento e enquanto saio do Tech Lab da Motor 7 a velocidade reduzida e com cuidado com o piso empedrado, a adaptação é imediata e intuitiva, apenas estranhando a posição dos espelhos montados na carenagem e muito afastados da posição a que estava habituado.
 
 
 
Rapidamente outro problema surge: 6 da tarde, típica hora de ponta, -“onde é que eu vou arranjar uma estrada sem grande transito para poder testar a 530?” A segunda circular deve estar parada... IC17 idem... A5 idem... Cril nem vale a pena dado o limite draconiano de 70 Kmh... e também esta não é uma maquina para AEs, decido-me rumar à zona de Pina Manique e talvez fazer umas rondas entre Restelo, Ajuda e Belém.
 
 
 
Enquanto subo a Conde de Almoster tenho a primeira amostra do que é viver com a TMax no meio do transito: tirando novamente alguma atenção à posição dos espelhos é praticamente o mesmo que a X, a T passa entre carros com grande à vontade e o peso e tamanho em excesso da minha 125 não se fazem notar.
 
 
 
Ao segundo ou 3º semáforo lá aparece o “idiota do costume” a deixar cair o carro para o meio da via quando o vou a ultrapassar daquela forma que nos deixa intrigados se terá sido um acaso ou fruto de alguma frustração... Ficamos os 2 parados lado a lado no vermelho enquanto penso que assim que o verde cair seria uma excelente oportunidade testar o poder de arranque e aceleração da T.
 
 
E assim que cai o verde rodo o punho com algum vigor...  E agora para vos passar a ideia sobre o que acontece, eu tenho de regressar à minha pacata 125 de 15CVs e explicar que  as rotações iam subir para as 5/5500, a embraiagem iria começar a engrenar e a scooter a mover-se e assim que estivesse totalmente engrenada as rotações iriam subir para 7500/8000 e a velocidade iria aumentar a um ritmo simpático até aos 60/70 e depois continuaria a acelerar mas a um ritmo menor, mas certamente suficiente para deixar o enlatado para trás em poucos metros.  _pensador_
 
 
 
Mas na 530 não qualquer desfasamento... o motor tem o ralenti às 1500 e assim que se roda o punho a resposta das rotações é imediata, como se não houvesse qualquer inercia ou fricção interna, a embraiagem engata sem qualquer tipo de soluço ou hesitação e toda a potencia passa imediatamente a ser transmitida à roda traseira. A aceleração que se segue é absolutamente furiosa quando comparada com a da 125 e num piscar de olhos o ponteiro do velocímetro ultrapassa os 70/80!  _confuso_
 
 
 
 

 
 
 
Tomo a estrada do Calhariz de Benfica, quem não sabe é aquele troço que fazia parte da antiga 2 circular após a passagem por debaixo da linha do comboio... o segmento até à rotunda tem uma sequência de esquerdas - direita, algumas delas com releve contrario. Sem qualquer tipo de receio inclino-me em cima da T que sem esforço obedece as mudanças de direção, mantendo-se absolutamente colada ao chão. Nas curtas rectas vou aos poucos abrindo cada vez mais o acelerador e a resposta do motor é instantâneo e fortíssimo, sem querer abusar deixo a T ir perdendo velocidade até a inserir para a curva seguinte e à saída abro novamente o gás enquanto boquiaberto tento integrar toda a informação que os meus sentidos sobrecarregam o cerebro...  _confuso_
 
 
 
Apesar de ainda ter andado menos de 2 kilometros com a T, a mensagem que ela me passa pelo guiador é clara e positiva, assegurando-me que, apesar do meu espanto e as velocidades e ângulos de curva serem já razoáveis, ainda estou apenas a tocar na superfície daquilo que ela tem para oferecer.
 
 
 
A ultima direita antes da rotunda XXL é longa e abre o raio na saída, a partir do meio da curva e ainda estando bastante inclinado ja confiança para ir abrindo o acelerador e ao mesmo tempo pensar e optar por tomar a estrada para Monsanto enquanto aumento ainda mais a inclinação. 
 
 
A T não tem quaisquer problema e curva como se nada fosse. Geralmente neste tipo de curvas muito longas e onde se passa muito inclinado, numa 125 sente-se que a repartição de massas está muito atrás e a roda da frente acaba por ser o “fusível” da confiança que limita o aumento do ângulo ou raio / velocidade, mas na TMax essa sensação é inexistente
 
 
 
Os pneus também não estão isentos de responsabilidades neste campo. Os Dunlop GPR100 tem as ranhuras com um perfil muito mais baixo do as de um pneu tradicional limitando a deformação do pneu e como tal transmitindo uma maior segurança a curvar.
 
 
 

 
 
 
O bilicindro mostra-se sempre muito disponível qualquer que seja a dose de punho que lhe impomos, sendo a aceleração ou a retomada feita de forma instantânea. Qualquer toque no acelerador, por mais pequeno que seja, tem implicação directa e imediata na velocidade a que circulamos, sempre sem qualquer esforço e acompanhada de um ruído abafado mas muito distinto de indução, numa nota harmônica muito próxima de um 6 cilindros. Em velocidade acima dos 90/100 nota-se ainda uma leve nota aguda vinda da correia de transmissão muito semelhante ao de uma caixa de dentes direitos. lindo!  _lool_
 
 
 
Trancando o punho, a aceleração é absolutamente balística! 1 ou 2 segundos de acelerador são o suficiente para passar de uns calmos 60 para 80, 100 ou mais! Se se continuar a acelerar a 530 continua a subir de velocidade a bom ritmo. A aceleração é linear e continua e muito raramente se consegue acelerar forte durante muito tempo pois a velocidade atinge valores pouco recomendáveis
 
 


 
E durante algum tempo rumei sem grande destino, limitando-me a aproveitar cada pequeno segmento de recta para sentir aquelo impulso tão forte que me deixava com impressão com que estava a ser catapultado e divertido por a cada "gazada" sentir a parte “final” das costas a ser comprimida e amparada pela tal cunha que o banco tem e que falei atras ao mesmo tempo que se sentia os musculos dos bracos e ante-bracos a realizarem algum esforço para se manterem agarrados ao guiador.... (ah! o admiravel mundo novo....  8) 8) deviam-me ter avisado antes que isto viciava  _Zang_ _martelada_)
 
 

 
Se a motorização impressiona, não sei o que dizer dos travões: o ABS é muito discreto a actuar à frente, apenas nas travagens deliberadamente mais intensas com o enorme... travão traseiro (280mm), a manete faz a habitual tremideira e até deixa o pneu blocar durante curtos períodos sem que tal nunca afecte a estabilidade direccional. Os travões da frente que sao 2 discos de 267 mm e ensopam todo o excesso de velocidade que pretendemos eliminar enquanto a suspensão suporta o esforço de travagem sem que haja qualquer afundanço da forquilha limitando assim a transferência de massas que favorece o blocar traseiro. O manuseamento das manetes é perfeito permitindo dosear e modular a travagem a nosso belo prazer  _pol_

 
A suspensão de um modo geral é muito firme, não queria usar a palavra dura pois geralmente isso remete para desconforto e não senti isso pois existem montes de "compliance" e a forquilha dianteira não tem problemas em ensopar todas as irregularidades. Dei algumas voltas no Restelo e uma maldade que fiz foi circular na calcada da Ajuda que tem aquele piso em empedrado com linha de eléctrico tipicamente Lisboeta, mas a T nem passou cartão pois a suspensão isolou completamente o abanar e passou por cima das linhas sem qualquer instabilidade.  _palmas_ É neste tipo de pormenor que também muitas vezes passa ao lado da observação mais superficial que o preço final da TMax se justifica, pois acreditem que aquela suspensão tem ali investido muito dinheirinho  _pol_ _pol_
 
 
 
Para finalizar faço umas passagens em 2 trocos de Monsanto que tem muito pouco transito: a Estrada Barcal e a Estrada da Serafina. São trocos sinuosos com piso um pouco saltitantes e algumas rectas que me permitem explorar a T em ritmo mais “allegro”. Novamente a T entrega-se com toda a sua alma e apesar de eu ate me esforçar nas inclinações e ganhar alguma coragem para travar um pouco tarde, a informação que ela me passa é que apenas estou a puxar 30 ou 40% das suas capacidades.
 
 
 

 
 
 
Provavelmente pelo que leram acima devem ter ficado com a impressão que a 530 tem um poder de aceleração fabuloso, uns travões fantásticos e curva com uma facilidade desconcertante. Isto é tudo verdade, mas agora que me aproximo do final do contacto vejo que me faltou explicar o porque de este conjunto ser absolutamente bombástico: a facilidade!
 
 
 
Pondo em perspetiva as qualidades dinâmicas da T, tenho que dizer que ja guiei maquinas que travavam melhor e que aceleravam mais forte, contudo todas estas maquinas ou eram de corrida e exigiam um grande domínio de condução ou então eram extremamente intimidantes para usar no dia-a-dia e quando não o eram era porque tinham sofisticados sistemas de controlo de tração e estabilidade que facilitavam a sua utilização. 
 
 
Na 530 nada disso acontece, podem ir tranquilamente a 60 Kmh e de repente querer passar para “race mode” que basta rodar meio punho e “já foram”. A acelerar, a travar ou a curvar a T nunca assusta ou intimida, a estabilidade é sempre otima e sentimos sempre que estamos em absoluto controlo. Nao tenho a menor duvida que existirão muitas Rs capazes de devorar a TMax, mas certamente que não no seu habitat urbano. 
 
 
 
 
Existiram contudo algumas coisas que não foram do meu agrado: A que gostei menos foi de a estacionar e devolver a chave.  :'( (perceberam agora o porque do "novamente" nos últimos parágrafos do TR da Iron Max... _lol_)
 
 
 
Em termos de utilização diária da 530, na altura achei que o o espaço debaixo do banco seria demasiado limitado. Dá para um capacete e mais “umas coisas” e está longe de oferecer todo o espaço da minha X. Uma "caixa da fruta" seria obrigatória no meu caso.
 
 
 
Outro receio era o consumo. O bicilindrico não perdoa e....   _pensador_   _thumbdown_ ...o único ponto onde a T chumbou naquele dia declaradamente foi no teste do estacionamento, vindo de uma scooter mid-size achei-a enorme para estacionar entre 2 carros, algo que para mim fazia parte do caderno de encargos de uma nova scooter. 
 
 
 
 
conclusão
 
Naquele dia guiar a 530 foi uma alegria maior do que passar o exame de condução. Entreguei as chaves com a certeza que iria comprar uma, apenas não sabia se seria a próxima Maxi que iria comprar pois na altura na minha mira estava a mais consensual X-Max 400. Acabei por nao fechar negocio com a 400 devido aos prazos dilatados de entrega e acabei por optar por uma TMax 500 usada.  _pensador_

 
 
« Última modificação: 08 de Maio de 2015, 17:55 por TMaxer »

Offline Filipe Pombo

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Re: Test Ride TMax 530 2013
« Responder #1 em: 09 de Maio de 2015, 08:07 »
Excelente descritivo

Um TD de emoções que a T provoca...   _lool_



Também detesto   _thumbdown_ _thumbdown_  o entregar da chave é das coisas mais horríveis destes TD's   :-? :-?


A Tmax é um icone que deverá constar no CV de qualquer utilizador e apreciador de motas.

Talvez a unica scooter com padrões de ciclistica e qualidade geral que merece o respeito de quase todos os motards  _pol_   ...

Também seria a minha opção á Xmax 400 não fosse o pequeno espaço de bagagem do baú... _thumbdown_ _thumbdown_




Espirito Aventura

Offline Paulo Silveiro

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Re: Test Ride TMax 530 2013
« Responder #2 em: 09 de Maio de 2015, 10:17 »
A Espada Do Samurai
 
 
Este Test Ride realizado e escrito em 20 de Junho 2013, foi o meu primeiro test ride a uma maquina com mais do que 125cc se esquecermos a XJ600 com que tirei a carta. Deixo aqui o registro para quem quiser perder algum tempo a ler, em especial para confundir um pouco mais o  companheiro Paulo Silveiro  _lol_ _lol_


 

 
 
Vendedor de automóveis deve ser provavelmente uma das profissões mais desconsideradas do mundo, mas eu não deixei de me sentir alguma admiração pelo Ricardo, um dos comerciais da Motor7 quando ele me entregou as chaves da TMax branca de serviço.  _convivio_
 
 
É que eu tinha carta de moto à menos de 6 horas, e mesmo assim ele nem pestanejou ao passar-me uma maquina de mais de 10 mil € para as mãos... para alem da admiração, a sensação que também reinava era obvia: “É melhor não estragar mesmo nada, para não me meter já em despesas!”
 
 
Até este dia a minha experiência com motos resumia-se a uns 15 mil Kms com a minha X-Max 125 e uns quantos test-drives com maquinas de 125cc. E apesar de esta ter sido um tarde de verão em que até soprava uma brisa agradável, devo ter suado bastante quando tirei a T do descanso e lhe comecei a sentir o peso.
 
 
Mas os 220 Kg de peso, mais 50 do que a minha montada habitual eram apenas um dos itens que eu queria sentir, mas não era de forma alguma  um dos que estavam no topo da lista: Obviamente os 530cc, os 45 CVs e os duplos travões de disco de dimensões generosas eram o motivo principal pelo qual estava ali naquele dia. 
 
 
 
Havia também o mítico “comportamento ciclístico” da TMax sobre o qual eu já tanto tinha lido e ouvido falar e que em muito é devido à configuração da T, que ao contrario das scooters tradicionais tem o motor ao centro e em posição baixa, o que contribui para uma repartição de massas que se assemelha mais da de uma moto do que a de uma scooter.
 
 
 
Parado, a semelhança para a minha X-Max era mais do que evidente. Alguns dos componentes até são familiares pois são partilhados. Novidade era apenas a manete de travão de parque no lado esquerdo e o interruptor vermelho de corte da ignição no lado direito.
 
 
 
Os manômetros também nada tem a ver com os da X, e na minha opinião são lindíssimos com letras e leds laranjas num fundo metálico preto onde se destaca ao centro o lettering “530” e ao centro um computador de bordo com indicação de consumo instantâneo, médio e temperatura do ar. Simples mas com muita classe e um certo ar racing.
 
 
 

 
 
 
 
Apesar da scooter ser maior, a ergonomia é familiar à irmã mais pequena e quase que poderia dizer que retem o ADN Yamaha, o banco é confortável e tem uma pequena cunha de apoio lombar de que falarei mais à frente. O espaço de pernas é grande e pode-se conduzir com as pernas totalmente esticadas e digo mesmo totalmente, os meus 1,80 até se revelam demasiado curtos para aproveitar todo este espaço. 
 
 
 
Notei também que guiador é um pouco baixo mas não senti que isto tenha qualquer efeito na condução ou no conforto, certamente a Yamaha baixou o guiador para em AE nos podermos baixar e adoptar uma posição de condução “mais racing”, daí os espelhos estarem colocados tao  à frente a fim de facilitarem a sua consulta enquanto deitado.
 
 
 
O motor pega com um ruido metálico, ficando imediatamente com um ralenti um pouco anasalado. Ao leve rodar do punho obtém-se imediatamente movimento e enquanto saio do Tech Lab da Motor 7 a velocidade reduzida e com cuidado com o piso empedrado, a adaptação é imediata e intuitiva, apenas estranhando a posição dos espelhos montados na carenagem e muito afastados da posição a que estava habituado.
 
 
 
Rapidamente outro problema surge: 6 da tarde, típica hora de ponta, -“onde é que eu vou arranjar uma estrada sem grande transito para poder testar a 530?” A segunda circular deve estar parada... IC17 idem... A5 idem... Cril nem vale a pena dado o limite draconiano de 70 Kmh... e também esta não é uma maquina para AEs, decido-me rumar à zona de Pina Manique e talvez fazer umas rondas entre Restelo, Ajuda e Belém.
 
 
 
Enquanto subo a Conde de Almoster tenho a primeira amostra do que é viver com a TMax no meio do transito: tirando novamente alguma atenção à posição dos espelhos é praticamente o mesmo que a X, a T passa entre carros com grande à vontade e o peso e tamanho em excesso da minha 125 não se fazem notar.
 
 
 
Ao segundo ou 3º semáforo lá aparece o “idiota do costume” a deixar cair o carro para o meio da via quando o vou a ultrapassar daquela forma que nos deixa intrigados se terá sido um acaso ou fruto de alguma frustração... Ficamos os 2 parados lado a lado no vermelho enquanto penso que assim que o verde cair seria uma excelente oportunidade testar o poder de arranque e aceleração da T.
 
 
E assim que cai o verde rodo o punho com algum vigor...  E agora para vos passar a ideia sobre o que acontece, eu tenho de regressar à minha pacata 125 de 15CVs e explicar que  as rotações iam subir para as 5/5500, a embraiagem iria começar a engrenar e a scooter a mover-se e assim que estivesse totalmente engrenada as rotações iriam subir para 7500/8000 e a velocidade iria aumentar a um ritmo simpático até aos 60/70 e depois continuaria a acelerar mas a um ritmo menor, mas certamente suficiente para deixar o enlatado para trás em poucos metros.  _pensador_
 
 
 
Mas na 530 não qualquer desfasamento... o motor tem o ralenti às 1500 e assim que se roda o punho a resposta das rotações é imediata, como se não houvesse qualquer inercia ou fricção interna, a embraiagem engata sem qualquer tipo de soluço ou hesitação e toda a potencia passa imediatamente a ser transmitida à roda traseira. A aceleração que se segue é absolutamente furiosa quando comparada com a da 125 e num piscar de olhos o ponteiro do velocímetro ultrapassa os 70/80!  _confuso_
 
 
 
 

 
 
 
Tomo a estrada do Calhariz de Benfica, quem não sabe é aquele troço que fazia parte da antiga 2 circular após a passagem por debaixo da linha do comboio... o segmento até à rotunda tem uma sequência de esquerdas - direita, algumas delas com releve contrario. Sem qualquer tipo de receio inclino-me em cima da T que sem esforço obedece as mudanças de direção, mantendo-se absolutamente colada ao chão. Nas curtas rectas vou aos poucos abrindo cada vez mais o acelerador e a resposta do motor é instantâneo e fortíssimo, sem querer abusar deixo a T ir perdendo velocidade até a inserir para a curva seguinte e à saída abro novamente o gás enquanto boquiaberto tento integrar toda a informação que os meus sentidos sobrecarregam o cerebro...  _confuso_
 
 
 
Apesar de ainda ter andado menos de 2 kilometros com a T, a mensagem que ela me passa pelo guiador é clara e positiva, assegurando-me que, apesar do meu espanto e as velocidades e ângulos de curva serem já razoáveis, ainda estou apenas a tocar na superfície daquilo que ela tem para oferecer.
 
 
 
A ultima direita antes da rotunda XXL é longa e abre o raio na saída, a partir do meio da curva e ainda estando bastante inclinado ja confiança para ir abrindo o acelerador e ao mesmo tempo pensar e optar por tomar a estrada para Monsanto enquanto aumento ainda mais a inclinação. 
 
 
A T não tem quaisquer problema e curva como se nada fosse. Geralmente neste tipo de curvas muito longas e onde se passa muito inclinado, numa 125 sente-se que a repartição de massas está muito atrás e a roda da frente acaba por ser o “fusível” da confiança que limita o aumento do ângulo ou raio / velocidade, mas na TMax essa sensação é inexistente
 
 
 
Os pneus também não estão isentos de responsabilidades neste campo. Os Dunlop GPR100 tem as ranhuras com um perfil muito mais baixo do as de um pneu tradicional limitando a deformação do pneu e como tal transmitindo uma maior segurança a curvar.
 
 
 

 
 
 
O bilicindro mostra-se sempre muito disponível qualquer que seja a dose de punho que lhe impomos, sendo a aceleração ou a retomada feita de forma instantânea. Qualquer toque no acelerador, por mais pequeno que seja, tem implicação directa e imediata na velocidade a que circulamos, sempre sem qualquer esforço e acompanhada de um ruído abafado mas muito distinto de indução, numa nota harmônica muito próxima de um 6 cilindros. Em velocidade acima dos 90/100 nota-se ainda uma leve nota aguda vinda da correia de transmissão muito semelhante ao de uma caixa de dentes direitos. lindo!  _lool_
 
 
 
Trancando o punho, a aceleração é absolutamente balística! 1 ou 2 segundos de acelerador são o suficiente para passar de uns calmos 60 para 80, 100 ou mais! Se se continuar a acelerar a 530 continua a subir de velocidade a bom ritmo. A aceleração é linear e continua e muito raramente se consegue acelerar forte durante muito tempo pois a velocidade atinge valores pouco recomendáveis
 
 


 
E durante algum tempo rumei sem grande destino, limitando-me a aproveitar cada pequeno segmento de recta para sentir aquelo impulso tão forte que me deixava com impressão com que estava a ser catapultado e divertido por a cada "gazada" sentir a parte “final” das costas a ser comprimida e amparada pela tal cunha que o banco tem e que falei atras ao mesmo tempo que se sentia os musculos dos bracos e ante-bracos a realizarem algum esforço para se manterem agarrados ao guiador.... (ah! o admiravel mundo novo....  8) 8) deviam-me ter avisado antes que isto viciava  _Zang_ _martelada_)
 
 

 
Se a motorização impressiona, não sei o que dizer dos travões: o ABS é muito discreto a actuar à frente, apenas nas travagens deliberadamente mais intensas com o enorme... travão traseiro (280mm), a manete faz a habitual tremideira e até deixa o pneu blocar durante curtos períodos sem que tal nunca afecte a estabilidade direccional. Os travões da frente que sao 2 discos de 267 mm e ensopam todo o excesso de velocidade que pretendemos eliminar enquanto a suspensão suporta o esforço de travagem sem que haja qualquer afundanço da forquilha limitando assim a transferência de massas que favorece o blocar traseiro. O manuseamento das manetes é perfeito permitindo dosear e modular a travagem a nosso belo prazer  _pol_

 
A suspensão de um modo geral é muito firme, não queria usar a palavra dura pois geralmente isso remete para desconforto e não senti isso pois existem montes de "compliance" e a forquilha dianteira não tem problemas em ensopar todas as irregularidades. Dei algumas voltas no Restelo e uma maldade que fiz foi circular na calcada da Ajuda que tem aquele piso em empedrado com linha de eléctrico tipicamente Lisboeta, mas a T nem passou cartão pois a suspensão isolou completamente o abanar e passou por cima das linhas sem qualquer instabilidade.  _palmas_ É neste tipo de pormenor que também muitas vezes passa ao lado da observação mais superficial que o preço final da TMax se justifica, pois acreditem que aquela suspensão tem ali investido muito dinheirinho  _pol_ _pol_
 
 
 
Para finalizar faço umas passagens em 2 trocos de Monsanto que tem muito pouco transito: a Estrada Barcal e a Estrada da Serafina. São trocos sinuosos com piso um pouco saltitantes e algumas rectas que me permitem explorar a T em ritmo mais “allegro”. Novamente a T entrega-se com toda a sua alma e apesar de eu ate me esforçar nas inclinações e ganhar alguma coragem para travar um pouco tarde, a informação que ela me passa é que apenas estou a puxar 30 ou 40% das suas capacidades.
 
 
 

 
 
 
Provavelmente pelo que leram acima devem ter ficado com a impressão que a 530 tem um poder de aceleração fabuloso, uns travões fantásticos e curva com uma facilidade desconcertante. Isto é tudo verdade, mas agora que me aproximo do final do contacto vejo que me faltou explicar o porque de este conjunto ser absolutamente bombástico: a facilidade!
 
 
 
Pondo em perspetiva as qualidades dinâmicas da T, tenho que dizer que ja guiei maquinas que travavam melhor e que aceleravam mais forte, contudo todas estas maquinas ou eram de corrida e exigiam um grande domínio de condução ou então eram extremamente intimidantes para usar no dia-a-dia e quando não o eram era porque tinham sofisticados sistemas de controlo de tração e estabilidade que facilitavam a sua utilização. 
 
 
Na 530 nada disso acontece, podem ir tranquilamente a 60 Kmh e de repente querer passar para “race mode” que basta rodar meio punho e “já foram”. A acelerar, a travar ou a curvar a T nunca assusta ou intimida, a estabilidade é sempre otima e sentimos sempre que estamos em absoluto controlo. Nao tenho a menor duvida que existirão muitas Rs capazes de devorar a TMax, mas certamente que não no seu habitat urbano. 
 
 
 
 
Existiram contudo algumas coisas que não foram do meu agrado: A que gostei menos foi de a estacionar e devolver a chave.  :'( (perceberam agora o porque do "novamente" nos últimos parágrafos do TR da Iron Max... _lol_)
 
 
 
Em termos de utilização diária da 530, na altura achei que o o espaço debaixo do banco seria demasiado limitado. Dá para um capacete e mais “umas coisas” e está longe de oferecer todo o espaço da minha X. Uma "caixa da fruta" seria obrigatória no meu caso.
 
 
 
Outro receio era o consumo. O bicilindrico não perdoa e....   _pensador_   _thumbdown_ ...o único ponto onde a T chumbou naquele dia declaradamente foi no teste do estacionamento, vindo de uma scooter mid-size achei-a enorme para estacionar entre 2 carros, algo que para mim fazia parte do caderno de encargos de uma nova scooter. 
 
 
 
 
conclusão
 
Naquele dia guiar a 530 foi uma alegria maior do que passar o exame de condução. Entreguei as chaves com a certeza que iria comprar uma, apenas não sabia se seria a próxima Maxi que iria comprar pois na altura na minha mira estava a mais consensual X-Max 400. Acabei por nao fechar negocio com a 400 devido aos prazos dilatados de entrega e acabei por optar por uma TMax 500 usada.  _pensador_



Pois até porque se arranja este modelo usado com cerca de 12000km por 8.000 euros  _pensador_
Honda PCX - Maio/2013 a Outubro 2014
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Re: Test Ride TMax 530 2013
« Responder #3 em: 09 de Maio de 2015, 10:58 »
Lembro-me bem de ter lido em tempos este TD, e de termos falado naquela altura sobre a T500/530 e a X400...

Na altura ainda pensava seguir-te os passos em breve, mas não foi assim que as coisas aconteceram... _pensador_

Mas não há muito a dizer, a elevada qualidade dos teus tópicos mantêm-se e as impressões são spot-on como sempre!

_palmas_  _palmas_  _palmas_ 
João Mestre/twin-pt
X-ADV 750 MY2017 (RC95)

TMaxer

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Re: Test Ride TMax 530 2013
« Responder #4 em: 09 de Maio de 2015, 19:42 »
É verdade João.. ainda recordo as nossas expectativas naquele final de tarde na Estrada de Benfica  _pol_ _pol_

lá chegarás  _pol_ a estrada pode ter ter metido mais umas curvas no caminho, mas tenho visto que tens as apreciado  _pol_ nao te esquecas do objectivo e nao te deixes intimidar pela dificuldade da carta... na proxima oportunidade concentra-te e lembra-te a cada instante que és tu que vais determinar o ritmo do teste e que nenhuma adversidade te vai derrotar  _pol_ _convivio_ _convivio_ _convivio_




Paulo, por 7500 ja compras uma de 2013 com 6 ou 7 mil Kms... ainda foi uma vendida ha umas 2 semanas nessas condições  _convivio_ para uma nova sao menos 3500 € e isso compra muitos sorrisos  _careta_



Filipe  _pol_ _pol_ _pol_

Qualquer dia ainda deixas de fotografar com uma reflex e passas a usar uma compacta por causa da falta de espaco  _careta_ _careta_ _careta_ _lol_ _lol_ _lol_

Offline Paulo Silveiro

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Re: Test Ride TMax 530 2013
« Responder #5 em: 09 de Maio de 2015, 19:58 »
Para complementar este teste ride, nada melhor do que uma descrição do motor por quem o fez.....

Sim Miguel, se começarmos a fazer contas com mais mil ou menos mil rapidamente chegamos ao preço da de 2015....mas antes de tudo a carta....não gosto de fazer planos sem a ter na mão.....
Já agora essa de 2013 com esses km foi vendida onde?
« Última modificação: 09 de Maio de 2015, 20:19 por Paulo Silveiro »
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TMaxer

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Re: Test Ride TMax 530 2013
« Responder #6 em: 09 de Maio de 2015, 20:50 »
No Stand Virtual  _pol_ aparecem frequentemente bons negócios por lá... é questão de ficares atento  _pol_ _pol_