Honda CTX 700 (Touring)Este é daqueles modelos que me impele a dizer com franqueza que houve um click! Sim...e foi hoje mesmo!
E o dito click, aplicado ao vasto mundo das 2 rodas, acontece com todos nós quando nos agrada muito determinado modelo, quando desejamos muito tê-lo na nossa garagem, quando nos identificamos de alguma forma com determinada moto/maxi.
Pois bem...comigo aconteceu isso mesmo que relato e, de tal forma o foi, que nada melhor do que vos contar este encontro que teve um princípio, um meio e um fim.
Começando pelo princípio!Fui informado por e-mail pelo próprio gerente do concessionário Motodiana que a nova CTX700D tinha chegado ao concessionário e se encontrava pronta para ser apreciada, sendo que se tratava de um modelo para venda e não para test-ride.
Eu ainda reflecti um bocado sobre o timing ideal para lá ir e apreciar com a calma devida esta novidade da Honda, mas como sou um bocado impulsivo acabei por lá ir hoje mesmo logo que tive disponibilidade, ou seja, precisamente quando faltavam 20 minutos para o concessionário encerrar...
No entanto e como é habitual, fui extremamente bem recebido pela equipa da Motodiana que, diga-se em abono da verdade, já se vão acostumando às minhas chegadas tardias.
O foco da minha atenção, no entanto, prendeu-se desde o primeiro momento na CTX700D que se encontrava logo na zona da entrada do espaço destinado à exposição dos modelos da marca.
De porte encorpado e com todo um pacote que a insere integralmente numa apetecível categoria de moto touring, esta Honda CTX700 é uma moto bonita sob quase todos os ângulos.
Depois veio o meio!O impacto inicial e que ainda tenho gravado na memória foi apenas brevemente interrompido pelos amáveis cumprimentos de grande parte da equipa da Motodiana que se ía despedindo de mim, dando por findo um dia de trabalho.
Fiquei apenas eu e os dois gerentes da Motodiana dentro do concessionário e foi nessa altura que aprofundei ainda mais o tal click que mencionei no início e que comecei a sentir no momento em que pela primeira vez depositei o olhar nas suas linhas.
Comecei por aprofundar esse conhecimento, desde logo por usar todos os seus comandos (em tudo semelhantes aos da linha NC/Integra), por mexer em todos os painéis da moto e sentir a sua boa construção e solidez, por verificar as suas mínimas folgas e que são um bom pronuncio para a ausência de vibrações indesejadas, por sentir e pressionar umas quantas vezes todo o estofamento do banco e por apreciar o seu escape colocado numa posição baixa e de estilo cruiser.
Depois de ter andado de trás para a frente umas quantas vezes a apreciá-la, acabei por me sentar nela e de imediato houve duas coisas que os meus sentidos se aperceberam...1º que tudo o seu peso, o qual, face ao porte avantajado que evidencia, me fazia ter um preconceito que naquele preciso momento caiu por terra; a sua boa distribuição de peso foi de tal forma bem conseguida e colocada numa posição tão baixa, que me levou ao atrevimento de a balançar mais do que o recomendável de um lado para o outro...quase como que para provar a mim mesmo que o seu peso era totalmente controlável.
A 2ª sensação que tive e pela qual até poderia ter começado por descrever, diz respeito ao banco; não porque o mesmo fosse um primor de conforto, mas porque se situa num plano extremamente baixo, aliás...de tal forma baixo que de imediato me veio à ideia o CPM, pois senti que estava ali um modelo não só para quem já ande nas motos à muito tempo, mas também para todos aqueles que, por estarem recém encartados, pretendem um modelo que lhes inspire confiança e tenha o verdadeiro selo de "user friendly". Foi aquilo que senti ao sentar-me nela pois fiquei com uma grande certeza que a altura ao solo do seu banco permite abarcar um leque muitíssimo abrangente de condutores com diferentes estaturas. Resumindo: é uma moto que inspira confiança até mesmo estando parada!
Nesta demanda por me ir deliciando com os pormenores e já depois de ter descido da máquina, foi com muito agrado que verifiquei que a Honda apostou em calçar a CTX700D com pneus de boa qualidade e de uma marca acima de qualquer suspeita - os Metzeler Roadtec em jantes de 17'.
Subindo a atenção para a parte superior, foi-me dada a possibilidade de verificar que no topo do depósito existe uma tampa de bonito efeito estético que, além de esconder o bocal para o depósito, tem igualmente um porta objectos com capacidade suficiente para levar a carteira, o telemóvel e....já chega!
A motorização é a conhecida da já mencionada gama NC/Integra, pelo que o seu depósito de 12,4L e a mais do que reconhecida economia da sua unidade mecânica conseguem fazer com que a sua autonomia seja superior a 300Kms. A CTX700D vem já de origem com o sistema DCT (não existe modelo de caixa normal), com ABS-CBS de série e ainda as malas laterais, sendo que nesta altura de lançamento o vidro alto é uma oferta. O seu preço, ainda que capaz de causar algum impacto, acaba por se justificar por via do seu equipamento completo, da sua grande qualidade visível e sentida e por fazer uso de uma motorização de boa qualidade como o atestam os diversos Diários de Bordo que por cá temos.
Depois veio o fim...E aqui pouco há a dizer, pois após ter vivido todo aquele romance a que chamei click, a vontade era a de não deixar ali ficar aquele modelo e levá-lo de imediato para casa. A hora de fecho já tinha sido à muito e enquanto eu por ali continuava a absorver tudo quanto podia, chegou-me a passar pela ideia pedir uma proposta, mas...acabou por falar mais alto a razão e, mesmo sabendo que ficaria com um modelo absolutamente fantástico e que de alguma forma se identifica com o meu gosto pessoal, a verdade é que não é o momento certo para o fazer.
Depois de agradecer aos responsáveis da Motodiana por me terem aturado todo aquele tempo, saí de lá com uma convicção: não sendo a melhor moto do mundo, é por certo uma moto capaz de provocar, como diz um companheiro aqui do CPM....um sorriso do tamanho do Tejo.
Algumas fotos que preparei à momentos; mais tarde colocarei as restantes.